OBJETIVOS:
1. Nomear as plantas e animais representativos encontrados nos estuários.
2. Fazer uma lista das características de um sistema de estuário.
3. Desenhar o diagrama de energia de um estuário.
4. Descrever como se forma um recife de ostras.
5. Comparar um recife natural de ostras com um recife comercial.
6. Desenhar um diagrama de energia de um ecossistema de recife natural de ostras.
7. Desenhar um diagrama de energia de um típico sistema de cultivo de ostras.
8. Comparar diversidade versus produtividade nas planícies de algas de fundo.
Um estuário é uma área ao longo da costa, onde um rio se junta ao mar. Os estuários estão sempre rodeados de terras úmidas: marismas ou terrenos alagadiços com pastos halo- tolerantes ou pântanos com árvores de raízes aéreas que permanecem fora da água a maior parte do tempo. O estuário é rico em energia e nutrientes, possui um grande número de plantas e animais. Esta riqueza se deve em parte às correntes de água doce e água salgada.
As fontes de energia externa de um sistema de estuário são: a água doce dos rios e a água salgada do oceano que vem com a maré. O estuário recebe energia cinética (movimento) da água; a maré entra, se mistura com a água do rio, e vai embora. As ondas formadas pelo vento ajudam na mistura de água doce com água salgada, e assim à energia cinética do estuário. A energia cinética aumenta a produtividade do estuário por causa da circulação de nutrientes, comida, plâncton e larvas.
Os estuários tem uma "explosão" de produtividade na primavera e uma alta taxa de crescimento no verão. As espécies de ostras e caranguejos comerciais são principalmente de estuários. Muitos tipos de camarões comercialmente importantes, em suas etapas adultas vivem e procriam próximos aos estuários, e entram nestes quando são larvas. O sável (peixe marinho da família dos clupeídeos) procria na nascente dos riachos e enquanto é jovem passa pelo estuário em seu caminho ao mar, crescendo rapidamente no tempo que passa por ali. Devido à grande quantidade de larvas de espécies marinhas que crescem nos estuários, são considerados usualmente como uma "maternidade"/ berçário. Muitos invertebrados vivem no lodo das marismas. A marisma oferece excelente proteção para as larvas e os pequenos peixes que vão e vêm com as marés.
A Figura 11.1 é o diagrama de energia de um estuário, nele se mostra o papel da energia cinética. As células de fitoplâncton se mantêm suspendidas pelo movimento. O movimento ajuda na fotossíntese das plantas trazendo nutrientes, como dióxido de carbono (CO2 ), nitrogênio (N), e fósforo (P). Assim, a energia cinética ajuda ao processo de reciclagem. A agitação também mantém as partículas de matéria orgânica em suspensão e em movimento, de forma que os animais do fundo podem capturá-las e se alimentar delas atuando como filtros naturais.
Os pequenos animais do tamanho de uma cabeça de alfinete, que estão suspendidos na água, constituem o zooplâncton; presente na água durante a noite, tende a se esconder nas partes baixas e escuras do ecossistema durante o dia. O zooplâncton come fitoplâncton e matéria orgânica em suspensão, servindo por sua vez de alimento a pequenos peixes. Principalmente peixes do grupo do arenque, incluindo sardinhas, anchovas, sáveis, etc, comem o zooplâncton e também, em menor proporção, fitoplâncton.
Outro ramo da rede alimentar se encontra no fundo. Cai matéria orgânica do plâncton, e especialmente do bolo fecal do trato digestivo dos animais, também de plantas mortas do fundo. Os microorganismos consomem esta matéria orgânica. Os rios trazem no sedimento que arrastam, areia e barro que formarão o lodo no qual muitas das comunidades ecológicas do fundo (bentos) vivem. A mistura de matéria orgânica e de microorganismos que a decompõem se denomina dejetos. Os dejetos são uma rica fonte de alimento para outros organismos do fundo.
Os grandes carnívoros (caranguejos, camarões e peixes), são capturados e vendidos pelos pescadores. Como exemplos de peixes do fundo podemos citar o linguado e o bacalhau pequeno.
O papel do governo é controlar a pesca por regulamentos e permissões. Estas regras determinam quando ela está permitida.
Muitas espécies de pássaros fazem parte do ecossistema do estuário, voando para dentro e para fora dele. As gaivotas se alimentam de animais que vivem no lodo do estuário e da praia durante a maré baixa. Aves, como a garça, se alimentam nos pântanos, e os pássaros mergulhadores, como pelicanos e cormoranes, se alimentam na água.
Alguns organismos do estuário estão especialmente adaptados para resistir às constantes variações de salinidade. Devem sobreviver a níveis de salinidade de 0 ppt (partes por mil) na água doce a 36 ppt na água tropical dos oceanos. Como a energia deve ser usada principalmente para a adaptação às variações de salinidade, se dá menos importância à produção de biodiversidade, existem menos espécies nos estuários que nos rios ou no mar aberto. No entanto, por causa da alta fertilidade, existe uma maior produção das espécies presentes.
À direita da Figura 11.1 está representada a pesca. Os barcos recebem divisas da economia, combustíveis e bens e serviços para sua manutenção. São também utilizados recursos humanos nos processos de pesca. O dinheiro é parte deste sistema ecológico-econômico, ingressa pela venda do pescado e é empregado na compra de combustível, bens e serviços.
As ostras se fixam umas às outras, construindo montes de conchas. Quando as ostras do fundo morrem, as larvas se fixam às conchas velhas, aumentando o tamanho do recife. Com a construção dos montículos, as ostras têm um melhor acesso às correntes que trazem comida e levam os resíduos. As indústrias que coletam ostras ajudam a manter o tamanho do recife colocando novamente as conchas vazias. Este é um exemplo de retroalimentação de um sistema natural realizado por uma parte da indústria pesqueira.
A Figura 11.2 mostra como as marés e os rios causam correntes e trazem nutrientes inorgânicos e matéria orgânica. A interação das correntes e da matéria orgânica produz um fluxo de comida para as ostras adultas. As ostras adultas fazem o recife de conchas onde as larvas que crescem se fixam e se fazem adultas. A população de ostras se mantém baixa devido à predação natural, enfermidades e colheitas. O drill é um caracol que perfura a concha das ostras comendo a parte interna. O drill aumenta de número quando a salinidade do recife é moderadamente constante; quando o fluxo de água doce causa grandes variações de salinidade, a população diminui.
As ostras também vivem e crescem em plataformas de perfuração e próximos a recifes, mas a diversidade de espécies é alta e a produção é pouco comercial.
Um novo método de cultivo consiste em colocar uma balsa com uma estante por baixo, onde as ostras crescem.
Alguns recifes de ostras se contaminam com bactérias e vírus que foram filtrados da água contaminada do estuário. Estas ostras podem ser úteis porque abastecem ao estuário de larvas e se limparão novamente se as colocar em águas não contaminadas.
Os estuários rasos, de um ou dois metros de profundidade, recebem luz suficiente para produzir um denso leito de plantas de fundo, chamado planície de algas. Estas podem ser espécies de água doce, na zona superior; outras espécies em zonas de baixa salinidade; e espécies halo-tolerantes adaptadas a zonas de alta salinidade. Em algumas baías onde o índice pluviométrico é baixo, a salinidade pode alcançar valores maiores à media da água do mar, que é de 3,5%. Poucas espécies estão adaptadas a salinidades de 4,5% e 5,0%, mas sua produtividade pode ser muito alta.
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