Romero detalha relações China-Venezuela
em evento do Ceav
29/03/2012 - 08:20
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A China tornou-se um ponto-chave no plano de expansão comercial e econômica da Venezuela. O interesse do governo Hugo Chávez deve-se à potência asiática em que a China se transformou nos últimos anos, de acordo como professor da Universidade Central da Venezuela, Carlos Antônio Romero. Durante o seminário “China e Venezuela: generalidades e particularidades dessa relação”, realizado pelo Centro de Estudos Avançados (Ceav) da Unicamp, na manhã de quarta-feira (28), ele revelou que o terceiro item da lista de prioridades do presidente Chávez é aprofundar os acordos de cooperação com Cuba, China, Irã e Rússia.
Segundo Romero, no esforço para reduzir a dependência do mercado petroleiro estadunidense, o governo venezuelano busca estabelecer aliança política e comercial com outras potências mundiais. Ele acrescenta que, na América Latina, a Venezuela é um dos cinco sócios estratégicos da China, que aspira um acesso privilegiado da Faixa Petrolífera de Onorico, uma das áreas de reservas petrolíferas mais importantes do mundo ao lado da Arábia Saudita e das arenas bituminosas do Canadá.
Por um momento, conforme Romero, a relação entre os dois países foi traduzida como uma vinculação também ideológica que ultrapassa interesses econômicos e comerciais, mas a chancelaria da Venezuela tratou de esclarecer que China e Venezuela mantêm relações normais entre Estados e não estão baseadas na ideologia e muito menos afetará outros países.
De acordo com Romero, em 2012, os fundos de financiamento criados para projetos de parceria chegaram a US$ 38 bilhões. Estima-se que haverá um financiamento chileno anual de US$ 15 milhões, o que, segundo Romero, seria muito mais alto do que a China mantém neste tipo de financiamento em nível mundial. Ele enfatiza que acordos firmados dentro do Convênio de Cooperação Econômica e Técnica, em 2000, e dentro da Aliança Estratégica para o Desenvolvimento Compartilhado, em 2001, incluem temas como energia, agricultura, alta tecnologia e construção, envolvendo mais de 350 convênios específicos. Para ele, o aumento do comércio entre Venezuela e China tem sido importante, pois, enquanto a Venezuela exporta petróleo e derivados de produtos férreos, ela importa da China maquinaria, plataformas petroleiras, tratores, automóveis e artigos de consumo massivo, principalmente eletrodomésticos e eletrônicos.