Livro sugere como tratar
distúrbios pela ótica da fisioterapia
21/03/2012 - 11:10
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A terapia baseada na realidade virtual (RV) constitui uma das mais inovadoras tecnologias aplicadas à reabilitação. Tem sido adotada pelos fisioterapeutas para tratar distúrbios motores ocasionados por lesões neurológicas, que afetam o equilíbrio e a marcha das pessoas. Também se presta à correção da postura e das alterações funcionais dos membros superiores e inferiores. A RV, entre outros temas, é uma das várias possibilidades de tratamento abordadas no livro Fisioterapia Neurofuncional: Aspectos Clínicos e Práticos, que será lançado hoje (21), às 19 horas, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi Campinas, pela Editora CRV.
A obra, que tem como público-alvo fisioterapeutas, estudantes, profissionais da área da saúde e interessados, foi organizada pela fisioterapeuta e pós-doutoranda da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) Cristina Iwabe-Marchese. Ao todo, 11 fisioterapeutas atuantes no mercado de trabalho participaram dos textos.
Segundo Iwabe-Marchese, poucos trabalhos hoje expõem na literatura como deve ser o tratamento fisioterápico das doenças neurológicas. Mas recentemente, percebendo que existe uma lacuna a ser preenchida nesse ponto, os autores propuseram uma gama de técnicas para auxiliar os profissionais mediante experiências práticas em fisioterapia.
No livro, ganharam especial ênfase as distrofias, que constituem um grupo de doenças genéticas muitas ligadas ao cromossomo X, as quais atingem os músculos e provocam a sua degeneração progressiva. A organizadora do livro conta que ele dá uma dica de como tratá-las pois, conforme ela, é preciso tomar muito cuidado no momento de estipular uma carga para determinados tipos de exercícios. “Os excessos poderiam inclusive acelerar a progressão da doença”, alerta.
Outro tema discutido em Fisioterapia Neurofuncional envolve técnicas de fisioterapia antes empregadas para adultos – como a facilitação neuromuscular proprioceptiva (PNF) – e que, após sofrerem adaptação, foram apropriadas para o manejo dos neonatos (considerados bebês com 28 dias) com défices motores.
Iwabe-Marchese comenta que o livro foi idealizado após constatar que a abordagem das doenças neurológicas pela fisioterapia deveria ser outra, já que em geral nas obras de consulta elas se restringem a aconselhar 'encaminhar para a fisioterapia'. “Tentamos fazer algo diferente, sugerindo o que fazer em situações em que não há à disposição muito amparo técnico”.
A obra reúne 14 capítulos. São eles controle postural na funcionalidade de indivíduos com alterações neurológicas; biofotogrametria computadorizada; facilitação neuromuscular proprioceptiva aplicada a neonatos e lactentes; intervenção precoce através do método neuroevolutivo em neonatologia e pediatria; manuseios terapêuticos na criança com paralisia cerebral; órteses de tornozelo e pé na paralisia cerebral; utilização da esteira elétrica na otimização da marcha na paralisia cerebral; escalas de avaliação motora funcional nas doenças neuromusculares; treino de fortalecimento muscular nas distrofias musculares; alterações motoras e sensoriais nos eventos vasculares encefálicos na infância; comportamento motor e intervenção precoce fisioterapêutica em crianças com deficiência visual; abordagem fisioterapêutica na doença de Parkinson; reabilitação virtual e uso da eletroestimulação em pacientes com lesão nervosa central e periférica.
Também hoje...
Aparecida do Carmo Miranda Campos, Celso Ribeiro de Almeida e Francisco Hideo Aoki são os organizadores do livro Saúde da População Negra HIV/Aids – Pesquisas e Práticas. A publicação será lançada hoje, 21, às 14 horas, no anfiteatro do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Na ocasião, a professora Anna Zolochko, do Instituto de Saúde, proferirá a palestra “Política de Saúde da População Negra no Estado de São Paulo. Para participar do evento, as inscrições devem ser feitas no site do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), unidade da Unicamp que apoiou o projeto do livro.