Teixeira Leite fala sobre as
múltiplas facetas da China

24/05/2012 - 18:10

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O professor Pedro Funari faz a abertura do evento

O professor Pedro Funari faz a abertura do evento

O professor José Roberto Teixeira Leite

O professor José Roberto Teixeira Leite

Público presente à palestra

Público presente à palestra

A China é um tema importante de ser estudado, mas difícil de ser compreendido. Esta talvez seja a síntese possível de ser extraída da palestra apresentada na tarde desta quinta-feira (24) pelo professor aposentado do Instituto de Artes (IA) da Unicamp, José Roberto Teixeira Leite. De acordo com ele, o país tem sido visto de maneiras diferentes de acordo com a perspectiva dos observadores e do momento histórico. “Antigamente, a China foi apontada como um modelo de governo. Atualmente, é vista como um enorme entreposto comercial. A China é muito mais do que isso, evidentemente. Ela é cheia de facetas”, afirmou o estudioso. O evento foi promovido pelo Grupo de Estudos Brasil-China, ligado ao Centro de Estudos Avançados (CEAv).

Para explicar como o país é cheio de nuances, o professor Teixeira Leite fez uma analogia com a lenda do elefante. Segundo a fábula, quatro cegos foram chamados a tocar numa parte do corpo do animal, para tentar descobrir do que se tratava. O que tocou na perna disse ser um tronco de árvore. O que tateou a tromba garantiu ser uma serpente. O que apalpou a cauda afirmou ser uma vassoura. Já o que pegou na orelha não teve dúvida em assegurar que esta era um leque aberto. “Com a China é mais ou menos a mesma coisa”, comparou.

Durante a sua conferência, que prendeu a atenção da plateia, o docente fez uma breve apresentação do livro que está escrevendo, intitulado Por trás da Muralha da China: A China vista do Ocidente, Fantasia e Realidade. Nele, Teixeira Leite trata de vários temas relacionados à história do país, como a rota da seda, a imigração chinesa e os cronistas do século XVI, entre outros. “Ainda falta escrever alguns capítulos, inclusive os que abordarão a forma como os chineses veem o Ocidente e a importância atual do país no cenário mundial”, adiantou.

Teixeira Leite se disse muito satisfeito por saber que o CEAv tem um grupo que se dedica ao estudo da relação entre Brasil e China. “Esta era uma antiga aspiração minha”, disse. Segundo o coordenador do CEAv, Pedro Paulo Funari, o Grupo de Estudos Brasil-China tem promovido uma série de conferências e apresentações abertas à participação de todos os interessados na temática.