Pesquisadores e estudantes da
Unicamp participam da Rio+20
13/06/2012 - 15:30
- Images:
- Images Editor:
Um grupo formado por docentes, pesquisadores e estudantes da Unicamp estará participando de uma série de atividades relacionadas à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que foi aberta nesta quarta-feira (13) no Rio de Janeiro e prosseguirá até o próximo dia 22. Os especialistas da Universidade levarão suas contribuições para subsidiar debates e reflexões sobre temas fundamentais para a preservação do planeta, tais como desenvolvimento populacional e os impactos do consumo no ambiente e a problemática dos povos indígenas que são afetados pelas mudanças climáticas.
Duas mesas constituídas por representantes da Unicamp discutirão os dois temas. A primeira, que tratará sobre a questão dos povos indígenas, contará com a participação dos professores John Manuel Monteiro, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH); Ana Maria Segall Corrêa, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM); e Maria Beatriz Rocha Ferreira, da Faculdade de Educação Física (FEF). O debate acontecerá no dia 18, na Arena da Barra. Também participarão a presidente do Fórum Permanente para Questões Indígenas das Nações Unidas, Mirna Cunningham, o presidente e fundador do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC), Marcos Terena, e a professora indígena Cristine Takuá.
Da outra mesa, que acontecerá no dia 21, no Museu de Arte Moderna (MAM), participarão Pedro Paulo Funari, do IFCH, Mohameb Habib, do Instituto de Biologia (IB) e Roberto Luiz do Carmo e Andrea Young, ambos do Núcleo de Estudos de População (Nepo). Eles debaterão sobre os impactos do consumo e do desenvolvimento populacional no ambiente. “As duas mesas são resultados de pesquisas conduzidas na Unicamp, que podem contribuir de modo significativo para Rio + 20”, pontua a docente Maria Beatriz Rocha Ferreira, que coordena a mesa sobre povos indígenas.
Para o historiador e arqueólogo Pedro Paulo Funari, os indígenas são “particularmente afetados pelas mudanças climáticas”. “Os índios dependem muito estreitamente da relação com a natureza, ambiente circunstante no qual eles podem desenvolver a sua cultura. Se as mudanças climáticas afetam o ser humano em geral, pela destruição das florestas, poluição dos rios e aquecimento global, isso se torna muito mais ressaltado e sentido nas comunidades indígenas”, justifica.
No âmbito político e internacional, Funari afirma que a conferência das Nações Unidas trará ganhos significativos para a política externa brasileira. Para ele, assim como a Eco 92 deixou o seu legado, a Rio + 20 também deixará contribuições importantes. “Somente o fato de o evento ser capaz de reunir mais de 190 chefes de Estado, já o torna com uma grande visibilidade mundial”, afirma.
Estudantes do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam), vinculados ao programa de pós-graduação em Ambiente e Sociedade, também estarão presentes na Rio+20. Além de expor trabalhos desenvolvidos no Nepam, eles aproveitarão a experiência para produzir um livro sobre a conferência. A obra será editada pelos pesquisadores Celia Futemma e Fábio de Castro, atualmente radicado na Holanda. Depoimentos de docentes e pesquisadores da Universidade sobre temas que estarão presentes na conferência das Nações Unidas podem ser conferidos em vídeo produzido pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) e RTV Unicamp, no link. Do Labjor, as pesquisadoras Susana Dias, Tainá de Luccas e Fernanda Pestana produzirão análises do modo de funcionamento da Rio+20, buscando compreender sua dinâmica no espaço da cidade. Elas integram o projeto Alcscens (Generation of Alcohol Production Scenarios) do programa de mudanças climáticas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A Rio+20 marca os vinte anos da realização da Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92. O evento pretende contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. Paralelamente, acontece a Cúpula dos Povos, convenção organizada pela sociedade civil para promover o diálogo e a reflexão sobre a temática socioambiental. Essas atividades paralelas, na opinião de Roberto Luiz do Carmo, que coorganizou um livro que trata dos problemas relacionados às mudanças ambientais globais, é que oferecerão as melhores perspectivas de que os temas serão tratados de forma mais aprofundada.