1ª Escola Zeferino Vaz começa
debatendo internacionalização
18/07/2012 - 17:50
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Em cerimônia presidida pelo reitor Fernando Costa, foi aberta na tarde desta quarta-feira a 1ª Escola Zeferino Vaz de Educação Superior (eZVes), que prossegue até sábado nas dependências da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. A programação é dirigida a lideranças universitárias, com a presença de especialistas de vários países, com notória experiência na prática universitária, para apresentar perspectivas e ideias atuais sobre temas relevantes em ensino superior, tanto no Brasil como numa perspectiva internacional. Há cerca de 100 inscritos assistindo às palestras e participando de sessões de trabalho com os palestrantes.
“O desenvolvimento de qualquer país está diretamente relacionado com a proporção da população que está no ensino superior de qualidade. Quanto maior o número de pessoas altamente qualificadas e bem preparadas para ocupar posições de liderança, maiores as chances de o país progredir”, afirmou Fernando Costa, depois de agradecer a presença do público e dos palestrantes, especialmente os vindos do exterior. “É uma honra contar com a sua experiência e conhecimento na abordagem de temas tão relevantes para o ensino superior”.
Coube ao reitor da Unicamp, também, a coordenação da primeira mesa do evento, com dois palestrantes ilustres: Philip Altbach, diretor do Center for Internacional Higher Education no Boston College, autor e editor de vários livros de educação superior e consultor do governo de Taiwan e associado de universidades da Ásia; e Simon Schwartzman, do Instituto para Educação, Trabalho e Sociedade do Rio de Janeiro, que foi presidente do IBGE, diretor para o Brasil do American Institute for Research e fundador do primeiro Centro de Pesquisa em Ensino Superior brasileiro, na USP, nos anos 1980.
“O futuro das grandes universidades é um futuro internacional. Fazemos parte deste mundo globalizado e devemos funcionar dentro dele. Até como indivíduos estamos engajados”, ressaltou Philip Altbach, cuja palestra foi sobre “Definição de internacionalização: o que significa para a educação superior”. “Todos nós neste seminário estamos envolvidos em parte da internacionalização, procurando entender as tendências, discutindo formas inovadoras de ensinar e interessados em saber como outros países operam neste contexto”, acrescentou.
Simon Schwartzman, por sua vez, falou sobre “Os desafios do ensino superior no Brasil” e procurou trazer a discussão sobre internacionalização para o país. “O IBGE acaba de publicar dados do Censo de 2010. Eles indicam que cerca de 12% da população entre 25 e 60 anos têm nível superior – algo em torno de 10 milhões de pessoas. Mas vemos que a área com mais gente formada é de administração e, a segunda, do magistério, cada uma com perto de 20% - também são as áreas que pagam menos. Temos um fenômeno de massificação do ensino superior, que explica este processo de crescimento do ensino superior no Brasil nos últimos anos. E, ao mesmo tempo, temos o desafio da internacionalização: num mundo competitivo como o atual, é preciso um ensino superior com padrão de qualidade internacional. A questão é como casar as duas coisas.”
Os organizadores da 1ª eZFes elaboraram uma metodologia dinâmica, permitindo aos inscritos uma interação rica e ativa com os especialistas brasileiros e estrangeiros. Os outros temas que estão na programação são: “Governança e novos métodos de liderança universitária”; “Cultura acadêmica e corpo docente”; “A nova sala de aula”; “Avaliação e exames: a experiência brasileira e internacional”; “Desenvolvendo habilidades não cognitivas”; “Rankings e competição global”.