Marco Antonio Bortoleto, professor da Faculdade de Educação Física da Unicamp, é o primeiro americano a ser eleito entre os representantes do comitê técnico da Federação Internacional de Ginástica (FIG), com sede na Suíça. A eleição, ocorrida na reta final de 2012, deve-se ao acúmulo de experiências de um grande grupo durante quase 20 anos, na opinião de Bortoleto; “Foi uma surpresa e é uma honra, mas tenho consciência de que não foi apenas o nome do Marco Bortoleto, mas sim toda uma estrutura que levou o Brasil ao importante momento atual no esporte e a resultados importantes na ginástica brasileira, além de uma série de outros fatores que influenciaram para que eu fosse eleito”, responde. Rigorosa na seleção de seus representantes, a FIG, em seus quase 30 anos de existência, nunca havia elegido nenhum país das Américas para seus comitês.

O nome de Marco foi indicado pela Confederação Brasileira, da qual fazia parte como presidente do comitê técnico. A escolha também passou pela aprovação da Confederação Pan-Americana. Ele esclarece que o comitê técnico é designado a normatizar e organizar eventos de ginástica. Para ele, a Confederação e seus órgãos consideram a Unicamp uma instituição séria, com tradição em pesquisa, ensino e extensão no campo da ginástica. “Para todos os eventos que idealizo tenho apoio da FEF e da Reitoria”, acrescenta.

A escolha é importante tanto para o Brasil quanto para as Américas e, sobretudo para o grupo da Unicamp que há mais de 20 anos milita na pesquisa e no fomento da ginástica.  “Sou um elemento de um grupo enorme. Outros pesquisadores trabalharam para que isso acontecesse”, enfatiza. Ele lembra que há 24 anos o Grupo Ginástico da Unicamp (GGU) é convidado a participar de eventos nacionais e internacionais, o que ratifica o reconhecimento do trabalho da Unicamp. Mas além de levar a ginástica da Unicamp a várias partes do mundo, o GGU também é responsável pela realização de eventos internacionais em Campinas, São Paulo. As provas das conquistas acompanha a rotina acadêmica de Bortoleto, organizadas nas prateleiras da sala do professor na FEF.  É reconhecido internacionalmente.

O retorno da projeção da FEF também é dado em forma de depoimento de alunos  que, levados a participar de eventos fora do Brasil, conquistaram vagas de docentes em cursos de educação física de universidades de outros países, principalmente da Europa.

Bortoleto acredita que a possibilidade de conhecer o interior da FIG pode acrescentar muito em sua atuação com alunos em salas de aula e orientandos, pela oportunidade de ter acesso a material e discussões que talvez não pudessem ser explorados do lado de fora. Na primeira reunião que participou para discutir futuro eventos da FIG, foi contemplado com material que irá compartilhar com seus alunos.

Os primeiros movimentos de ginástica artística foram experimentados aos 7 anos de idade, em Piracicaba, São Paulo, onde nasceu. Durante sua trajetória, atuou como técnico e árbitro. Graduado pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep),mestre pela Unicamp e doutor pela Universidade de Lleida (2004), Espanha, Bortoleto experimentou o sabor de se campeão mundial. Voltou para o Brasil para uma missão especial: compor o quadro de docentes da FEF, depois de uma aprovação em concurso público, para ensinar e pesquisar sobre os temas ginástica artística, circo, educação física, antropologia do esporte, etnografia, praxiologia motriz, ginástica geral e pedagogia da ação motora.