Fórum Permanente realizado nesta terça-feira (19) na Unicamp discutiu os desafios e perspectivas para a saúde dos trabalhadores. O evento foi organizado pelas docentes Aparecida Mari Iguti, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), e Maria Inês Monteiro, da recém-criada Faculdade de Enfermagem da Unicamp. 

“Hoje, as crianças já são educadas para o trabalho, que se tornou uma questão central na sociedade. Mas a cada dia que passa, refletimos menos sobre as condições de trabalho. As pessoas estão adoecendo, tendo muitos agravos decorrentes das más condições de trabalho. Queremos colocar esta temática em evidência”, justifica Aparecida Mari Iguti, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da FCM. 

Na Europa já existe um prolongamento da vida no trabalho, compara a colega Maria Inês Monteiro. Este processo, de acordo com ela, também tem seu início no Brasil, principalmente entre os jovens. “A nova geração vai ter uma vida mais longa no trabalho, em torno de 40 a 45 anos. Portanto, como o ser humano, que hoje trabalha até 18 horas, vai ter saúde durante este longo período”, questiona. 

Ao mesmo tempo existe uma grande massa de trabalhadores desempregados, sobretudo na Europa, complementa Aparecida Mari Iguti. “É uma situação contraditória. Enquanto, de um lado, há sobrecarga de trabalho, do outro, temos o desemprego”, pontua. 

As questões sobre emprego, desemprego, grupos vulneráveis e as novas tecnologias foi debatida pelo economista da Unicamp, Cláudio Salvadori De Decca. Ele é docente do Instituto de Economia (IE) e atua desenvolvendo pesquisas na área de economia social e do trabalho. 

A abertura do Fórum Permanente contou também com a presença de Fernanda Aparecida Cintra, diretora da Faculdade de Enfermagem e de Mírian Pedrollo Silvestre, coordenadora da área de saúde do trabalhador do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas. Esteve presente ainda, Carmen Zink Bolonhini, assessora da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), que sistematiza os Fóruns Permanentes e Interdisciplinares.