Especialistas debatem sobre
a qualidade do chocolate

02/09/2013 - 14:52

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O professor Theo Guenter Kieckbusch

O professor Theo Guenter Kieckbusch

O engenheiro Fábio de Mello

O engenheiro Fábio de Mello

Público presente ao workshop

Público presente ao workshop

O chocolate não é uma guloseima produzida de forma artesanal. Por trás dele existe muita pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico. A afirmação é do professor Theo Guenter Kieckbusch, coordenador do 3º Workshop: Avanços tecnológicos na qualidade e estabilidade de chocolates e de outros sistemas lipídicos, aberto na manhã desta segunda-feira (2) no Centro de Convenções da Unicamp. O evento prossegue até esta terça-feira, com a realização de palestras de especialistas nacionais e estrangeiros e exibição de pôsteres.

Conforme o docente, que pertence ao Departamento de Termofluidodinâmica da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Unicamp, o workshop é resultado de um projeto temático financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que envolve pesquisadores da FEQ, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), além da USP e do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).

“Nosso objetivo é divulgar alguns dos avanços que temos obtido em laboratório. Além disso, este ano também foram convidados representantes da indústria para participarem do workshop, de modo a estabelecer uma ponte entre a pesquisa científica e a aplicação industrial”, afirmou. Apesar dos avanços alcançados pela ciência, Kieckbusch entende que o Brasil ainda precisa melhorar a qualidade do seu chocolate, que segundo ele “caiu muito” nos últimos 15 anos.

Um dos pontos que precisam ser atacados para elevar o padrão do chocolate nacional, conforme Fábio de Mello, engenheiro da Barry Callebaut, maior fabricante de chocolate do mundo, é a legislação. “A legislação precisa ser mais efetiva, para fazer com que a briga pela qualidade seja para cima e não para baixo. Hoje, infelizmente, ela está muito lá embaixo. É preciso determinar com maior clareza, por exemplo, os teores de gordura, leite e de sólidos de cacau, a exemplo do que faz a Europa e os Estados Unidos”, defendeu Mello, que ministrou a conferência “Inovações no mercado de chocolates”.