Simpósio debate novos
fármacos anticâncer
24/09/2013 - 11:42
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Os diversos aspectos relacionados à pesquisa e ao desenvolvimento de novos fármacos anticâncer começaram a ser debatidos na manhã desta terça-feira (24) na Unicamp, durante a abertura do I Simpósio Ibero-Americano de Investigação em Câncer (SIIC). O evento, organizado pelo Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Universidade, reúne até esta quarta-feira, no Centro de Convenções, especialistas brasileiros e estrangeiros de diversas áreas, cujos estudos estão ligados ao tema.
De acordo com João Ernesto de Carvalho, pesquisador do CPQBA e organizador do simpósio, a interação entre cientistas de diferentes áreas é fundamental para o avanço dos estudos voltados à descoberta de novos fármacos contra o câncer. “Nessa área é impossível trabalhar sozinho. Aqueles que fazem os estudos de atividade, por exemplo, dependem dos que realizam a coleta da planta e do organismo marinho e também dos que promovem a extração e isolamento dos princípios ativos. É essa soma de competências que permite que o conhecimento progrida e que o processo de desenvolvimento de um novo fármaco possa ser acelerado”, explicou.
Coordenador da Rede Iberoamericana de Investigação em Câncer (Ribecancer) e pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação, Extensão e Cultura da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Valdir Cechinel Filho destacou que a atenção dos pesquisadores está especialmente voltada para a biodiversidade iberoamericana, notadamente a brasileira. Ele lembra que entre 60% e 70% dos fármacos disponíveis no mercado para tratamento de câncer são oriundos direta ou indiretamente da síntese de substâncias presentes em organismos marinhos. “Além disso, nós temos inúmeras espécies de plantas e de micro-organismos que também podem servir de fonte ao desenvolvimento de novos agentes medicinais. O Brasil detém 33% de toda a biodiversidade mundial, e temos certeza de que ainda há um grande potencial a ser explorado nesse sentido”, ponderou.
Cechinel reconheceu, porém, que o Brasil tem que superar alguns desafios para poder fazer com que as pesquisas nessa área ganhem maior densidade. Um deles é o maior investimento por parte do governo. “Com mais recursos disponíveis, nós podemos envolver mais centros de excelência no esforço de descoberta de novos fármacos”, explicou. Outro entrave a ser ultrapassado é a legislação brasileira, considerada extremamente impeditiva. “Esse é um problema que desanima os pesquisadores e a indústria, mas temos que ser perseverantes. Penso que a mobilização da comunidade científica poderá fazer com que superemos essa adversidade”, completou.