“Na Alemanha, o setor industrial atua em parceria com a universidade e também com a escola de nível médio. Mesmo que o jovem não se insira em curso superior, tem condições de trabalhar”, informou a representante do Ministério de Ciência, Pesquisa e Arte do estado de Baden-Württemberg, na Alemanha, Simone Schwanitz, durante reunião de trabalho com a pró-reitora de Pesquisa, Glaucia Pastore, e o assessor da Vice-Reitoria de Relações Internacionais José Pissolato, nesta terça-feira, na Unicamp.

Simone ressaltou que a indústria oferece a formação profissional, enquanto os alunos frequentam a escola de nível médio. Em seguida, podem optar pela universidade de ciências aplicadas ou por instituições de ensino superior voltado para pesquisa. “Há um esforço para que a indústria atue na universidade.”

O encontro, no qual se discutiram oportunidades de cooperação, estiveram presentes também os professores Ademar Ribeiro Romero e Alexandre Gori, do Instituto de Economia da Unicamp. “No Brasil há um problema cultural que é a desvalorização do ensino técnico de nível médio e uma supervalorização do ensino superior. Este é o primeiro problema. E há também um preconceito ideológico em relação à parceria com a indústria. Isso limita modelos de cooperações mútuas, que poderiam ser próximos a esse da Alemanha. Há um esforço em ampliar a inclusão, embora a boa parte dos estudantes de universidades públicas seja oriundo das classes mais altas. Há um reforço à concentração de renda nas classes mais favorecidas ”, respondeu Romero.

A pró-reitora de Pesquisa Gláucia Pastore considerou pertinente a discussão sobre a parceria na formação dos alunos e manifestou interesse em iniciar a discussão sobre este tipo de cooperação na Unicamp.