Polêmica sobre vitamina D abre fórum
“Novos avanços em medicina laboratorial”
13/11/2013 - 15:43
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Uma palestra sobre a polêmica atual em torno da vitamina D, com Álvaro Maduro, um dos expoentes na área de laboratórios do Brasil, abriu mais uma edição do Fórum Permanente de Esporte e Saúde, sob o tema “Novos avanços em medicina laboratorial e impacto clínico”. O evento ocorrido no Centro de Convenções reuniu especialistas para falar também de “Biomarcadores em doenças crônicas de alta prevalência”, “Aplicações clínicas da genômica” e “Inovações tecnológicas no laboratório clínico”. Os Fóruns Permanentes são uma realização da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e coube à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) a organização da edição desta quarta-feira.
Álvaro Largura esclareceu em sua palestra que a vitamina D, embora seja chamada de vitamina, é na verdade um hormônio sintetizado na pele após exposição à radiação ultravioleta do sol; e incluiu entre os fatores para a sua deficiência no organismo o uso de roupas, protetor solar e vidros escuros no carro. “Hoje só toma sol quem vai à praia, quando o ideal seria ao menos quinze minutos de exposição do corpo inteiro, para absorver cerca de três mil unidades de vitamina D. Isso começou na revolução industrial e, a partir de 1900, as pessoas foram deixando de tomar sol.”
Segundo o palestrante, estudos indicam que entre 30% e 50% da população mundial apresentam deficiência de vitamina D, sendo que até 11 de setembro ele registrou 60.900 publicações sobre o tema. “Até dez anos atrás, sabíamos da associação da deficiência com raquitismo, osteomalacia e osteoporose. Hoje, ela é considerada um problema de saúde pública no mundo, tendo sido associada ao maior risco de diabetes tipo 1 e 2, hipertensão, problemas cardiovasculares, alguns tipos de câncer (colo-retal, próstata e mama) e transtornos mentais como esquizofrenia e depressão.”
O professor Carlos Emilio Levy, coordenador da Divisão de Patologia Clínica do HC da Unicamp, explicou que o fórum teve a proposta de apresentar os temas mais emergentes e interessantes na área de patologia clínica, visando à atualização dos seus profissionais. “Trouxemos conferencistas e temas bastante atuais, o que explica o grande número de inscrições: se no ano passado tivemos 200 inscritos em evento semelhante, agora são 350. É um encontro de caráter mais regional, que tem como mote mostrar os avanços em exames laboratoriais que ajudam no diagnóstico e prevenção de doenças.”
Enaltecendo a importância do serviço prestado pelo Departamento de Patologia Clínica à população, o professor Mário Saad, diretor da FCM, observou que o histórico do doente, por vezes, está dissociado dos exames clínicos, quando deveriam caminhar juntos. “No passado, o médico, conhecendo a história do paciente, dizia que o exame não era necessário porque o resultado poderia estar errado. A qualidade do nosso Departamento, impressa ao longo do tempo, é tamanha, que quando acontece essa dissociação, refaz-se a história do paciente, pois não há dúvida de que o exame está correto. O serviço do Laboratório de Patologia Clínica é fundamental, científico e nos dá sustentação para a tomada de uma série de decisões.”