Fórum discute diversas vertentes
da obesidade e do diabetes

28/11/2013 - 16:06

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Saad (FCM), José Marcos (CGU) e Veloso (FCM)

Saad (FCM), José Marcos (CGU) e Veloso (FCM)

Dennys Cintra, da FCA

Dennys Cintra, da FCA

Palestra de abertura com Mário Saad

Palestra de abertura com Mário Saad

Fórum Permanente de Esporte e Saúde realizado nesta quinta-feira (28) no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp discutiu as diversas vertentes de um dos maiores problemas de saúde pública do mundo: a obesidade e o diabetes tipo 2.  O evento foi organizado por docentes e pesquisadores da FCM e da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), sob a sistematização da Coordenadoria Geral da Universidade (FCM). 

“A obesidade é, hoje, o maior problema de saúde pública do mundo. Ela está absolutamente fora de controle e todas as doenças associadas a ela também: a principal delas é o diabetes tipo 2. O objetivo do Fórum, portanto, é abordar todos os pontos relacionados a este tema: a fisiologia, o tratamento medicamentoso, cirúrgico e os tratamentos não médicos”, explicou o nutricionista Dennys Esper Corrêa Cintra, docente da FCA e um dos organizadores do evento.  

“A obesidade se tornou uma pandemia porque tivemos uma alteração muito forte nos hábitos alimentares ao longo das décadas. E junto veio o sedentarismo. A revolução industrial trouxe o advento da tecnologia que conseguiu se expandir para todos os ramos. A tecnologia fez com que reduzíssemos nossas atividades físicas. E também entrou na indústria alimentícia, interferindo na fórmula original e natural dos alimentos. Para que os alimentos durem mais, eles forem refinados, perdendo sua característica integral. Há também a presença de muita gordura e sal como conservantes”, contextualiza o docente. 

Levantamento recente do Ministério da Saúde indicou que mais da metade da população brasileira está obesa. O estudo “Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico”, publicado no ano passado, mostrou que 51% da população com mais de 18 anos está acima do peso ideal. O sedentarismo e os hábitos alimentares inadequados estão, conforme a pesquisa, entre as principais causas para o aumento no índice de pessoas com excesso de peso. Em 2006, a quantidade de obesos predominantes na população era de 43%, de acordo com levantamento realizado naquele período pelo Ministério da Saúde.

Além de Dennys Cintra, o Fórum foi planejado pelos docentes da FCA Eduardo Ropelle e José Rodrigo Pauli. Eles pertencem ao grupo de pesquisa liderado pelos médicos Lício Augusto Velloso e Mário José Abdala Saad, ambos professores titulares do Departamento de Clínica Médica da FCM. Velloso e Saad desenvolvem pesquisas de ponta na área da obesidade e do diabetes.

Palestra de abertura
A palestra de abertura, intitulada “Mecanismos moleculares da resistência à insulina: novos desafios”, foi ministrada pelo docente Mário Saad. De acordo com ele, a resistência à insulina pode ter consequências drásticas para o organismo. 

“Este é o motivo que nos faz estudar este processo. As principais causas de morte na civilização ocidental são a aterosclerose [doença inflamatória crônica caracterizada pela formação de placas nos vasos sanguíneos], infarto, AVC [Acidente Vascular Cerebral] e neoplasias. Estas doenças tem em comum a resistência à insulina como grande base. Uma série de neoplasias hoje estão associadas à resistência à insulina e certamente à aceleração de aterosclerose”, revela. 

A resistência à insulina se caracteriza pela dificuldade deste hormônio produzido no pâncreas desempenhar o seu papel, que é o de estimular a absorção de glicose (açúcar) pelas células, mantendo o seu controle normalizado.