Semana do Meio Ambiente e
‘ambientalização’ da Unicamp

02/06/2014 - 15:24

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Abertura da Semana do Meio Ambiente da Unicamp

Abertura da Semana do Meio Ambiente da Unicamp

Paulo Ohama, estudante do IA, canta

Paulo Ohama, estudante do IA, canta "Sal da Terra"

Fórum

Fórum "Unicamp: construindo uma trajetória sustentável"

Sandro Tonso, professor da Faculdade de Tecnologia

Sandro Tonso, professor da Faculdade de Tecnologia

Rachel Stefanuto vai mediar o

Rachel Stefanuto vai mediar o "Café Mundial" nesta terça

A “ambientalização” da Universidade foi a ideia trazida pelo professor Sandro Tonso, da Faculdade de Tecnologia (FT), para o debate na abertura da Semana do Meio Ambiente da Unicamp, nesta segunda-feira de manhã, no Centro de Convenções. “A Unicamp já faz isso de modo ainda não articulado. Estamos em um bom momento para criar, com o apoio da Reitoria, uma política de ambientalização que envolva todos os campi, articulando não apenas órgãos e unidades que já se ocupam disso, mas toda a comunidade; e trazendo o tema inclusive para dentro das disciplinas, pensando que a formação de um filósofo, engenheiro ou tecnólogo deve tocar nas questões ambientais. É preciso que a Universidade discuta e se comprometa com isso.” 

Este fórum, que teve como tema “Unicamp: construindo uma trajetória sustentável”, abriu oficialmente as atividades da semana, que ocorrerão em vários pontos e visam promover um diálogo sobre as questões socioambientais nos campi, integrando as ações já existentes e criando novas ações. “A Unicamp já implementou uma política ambiental há alguns anos, com resultados muito bons, como por exemplo, zerando o seu déficit de resíduos dos laboratórios. Mas podemos levar a questão ao Restaurante Universitário, órgãos administrativos, pesquisas e projetos de extensão. O momento é de ampliar as iniciativas e trazê-las para a cultura universitária do dia-a-dia”, completou Sandro Tonso. 

A professora Rachel Stefanuto, do Instituto de Geociências (IG), também participou dos debates no fórum, mas chamou a atenção para o “Café Mundial” que ela vai mediar nesta terça, durante todo o dia, na Casa do Lago. “Vamos discutir com alunos, docentes e funcionários qual é a contribuição que estamos dando para resolver um quadro de insustentabilidade. A sustentabilidade exige uma ação constante, tanto por parte do educador no processo de formação dos profissionais, mas dentro de todo o campus, promovendo acessibilidade, mobilidade, inclusão, diálogo e parcerias nesse sentido.” 

Antes da cerimônia com a presença de autoridades, o músico Paulo Ohana, estudante do Instituto de Artes (IA), interpretou “Sal da Terra”, de Beto Guedes, ao passo que no saguão do auditório estavam expostos banners voltados à questão ambiental. A programação do primeiro dia incluiu a exibição do filma “Janelas da Alma” na Casa do Lago. Durante a semana haverá mais exibição de filmes, visitas monitoradas às áreas ambientais e de serviços da Unicamp, uma feira de economia solidária, caminhadas e ações promovidas por alunos integrantes do Trote da Cidadania pelo Consumo Consciente, com a participação também das crianças do sistema educativo da Universidade. A programação pode ser conferida no site do evento (https://www.cgu.unicamp.br/programacao_semana_meio_ambiente.php

O professor Armando José Geraldo, prefeito da Unicamp, disse que tem sob sua responsabilidade a Divisão de Meio Ambiente, com serviços de limpeza urbana, áreas verdes, coleta seletiva e de monitoramento animal. “São serviços que poucos conhecem, como de proteção às capivaras, que em períodos de frio procuram mais o asfalto; de podas de árvore, que melhoram a iluminação, mas respeitar limites estabelecidos pela legislação; e o trabalho de “caça vazamentos” contra o desperdício de água. E temos ainda a Divisão de Alimentação, com um programa constante contra o desperdício de alimentos, hoje em torno de 10% ao dia, quando já chegou a 18%.”

 A pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, professora Teresa Atvars, lembrou que a história da Unicamp com a questão ambiental é antiga, remontando aos anos 1980, no Instituto de Química (IQ), que já se preocupava com a destinação dos resíduos químicos produzidos nos laboratórios. “Hoje o site do IQ traz um manual de tratamento de resíduos acessado por todas as universidades brasileiras. Esse mesmo manual deu origem à Central de Resíduos da Unicamp e, mais recentemente, nos anos 2000, na primeira versão do Planejamento Estratégico, foi introduzido o conceito de universidade sustentável. Na mesma época criou-se o Trote da Cidadania, que levou o tema da sustentabilidade aos alunos ingressantes e conquistou inúmeros prêmios nacionais.” 

Para o professor João Azevedo Meyer, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, a responsabilidade pelo meio ambiente é uma parte relevante da extensão universitária. “Trabalho com ecologia matemática e, na Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional, apareceu pela primeira vez, em 1979, um trabalho que trazia a ideia de sustentabilidade. É daquele tempo que a ecologia matemática vem se esforçando em pesquisas sobre o tema. Mas tudo isso que fazemos pelo meio ambiente não deixa de ser um trabalho de extensão universitária, é a produção científica e acadêmica da Universidade colocada a serviço da sociedade.” 

Representando o reitor José Tadeu Jorge, a professora Ítala D’Ottaviano, pró-reitora de Pós-Graduação, afirmou que a Unicamp tem inovado na área ambiental e, ainda no final dos anos 1970, criou os centros e núcleos interdisciplinares de pesquisa, entre eles o Nepam (Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais) e o Nipe (Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético). “A partir das atividades do Nepam foi implantado o primeiro programa de pós-graduação multiunidades da Unicamp, de Ambiente e Sociedade, que envolve pesquisadores de ciências humanas, biológicas e de exatas. E, desde o início, este programa se tornou uma referência, de tal forma que a Capes criou uma área para avaliação de programas na área ambiental.” 

Ao final da Semana do Meio Ambiente da Unicamp, na sexta-feira, será formulada uma carta de intenções para expressar as propostas colhidas durante a semana e que, além de nortear as ações da Universidade, será enterrada numa “cápsula do tempo” para que possa ser avaliada futuramente. O evento está sendo organizado por uma comissão formada por pessoas de diversos órgãos: Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), Grupo Gestor Ambiental (GGA), Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), Prefeitura do Campus, Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH), Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), Espaço Cultural Casa do Lago e Trote da Cidadania pelo Consumo Consciente.