Pagu promove seminário internacional
para marcar seus 20 anos de atividades
10/09/2014 - 12:26
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Em comemoração aos seus 20 anos de atividades, o Núcleo de Estudos de Gênero (Pagu) da Unicamp está promovendo um seminário internacional intitulado “Repensando gênero e feminismos”. O evento, que foi aberto na tarde de terça-feira (9), no auditório do Instituto de Artes (IA), prossegue até a quinta-feira, com debates que reunirão especialistas brasileiros e estrangeiros. Vídeo
A mesa de abertura do seminário foi composta pela coordenadora do Pagu, Iara Beleli; pelo diretor associado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Jesus José Ranieri; pelo titular da Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen), Jurandir Zullo Junior; pela coordenadora de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça, Heloisa Greco; e pelo gerente de Relacionamento Comunitário de Responsabilidade Social da Petrobras em São Paulo, Waldir Luiz Ramalho.
Todas as falas foram no sentido de destacar as contribuições dadas à academia e à sociedade pelo Pagu ao longo das últimas duas décadas, por meio de inúmeras pesquisas relacionadas à temática do gênero. “Os estudos realizados pelo Pagu em relação ao feminismo tem sido importante tanto para a geração de conhecimento quanto para subsidiar a formulação de políticas públicas”, destacou Heloisa Greco.
Iara Beleli lembrou que o percurso cumprido pelo Núcleo não foi fácil, mas que o trabalho realizado tem ajudado a fortalecer a docência e a extensão na Universidade. Após a cerimônia de abertura ocorreu a primeira mesa de debates, que reuniu Eleni Varikas (Université Paris 8/CNRS), Lia Zanotta Machado (UnB) e Carolina Branco de Castro (Unicamp). A coordenação coube a Aline Tavares, mestre em antropologia social pelo Pagu.
Lia Machado, por exemplo, abordou a questão do relacionamento do movimento feminista com o Estado. Ela lembrou que o movimento nasceu no contexto da ditadura, com o objetivo principal de contestar o regime militar. “Embora os grupos fossem formados por mulheres de diferentes etnias e realidades socioeconômicas, a questão da diversidade e da negritude não estava colocada, ela apareceu depois. O foco principal, naquele momento, era a resistência à ditadura”, lembrou.
O diálogo com o Estado, continuou a docente da UnB, começou a ser construído no período da redemocratização, com a criação dos conselhos estaduais e federal, com a instalação de delegacias especializadas e com a formulação de políticas públicas de atenção à saúde das mulheres. “Na década de 1990, o movimento se organizou em ONGs. Houve, então, a formação de grandes redes. Foi quando surgiram as propostas de leis como a do assédio sexual. A relação mais próxima entre o movimento feminista e o Estado se dá a partir do governo Lula, período em que as articulações tornam-se mais consistentes e no qual a questão da diversidade passa a ser um dos temas centrais das discussões”, resgatou.
O seminário internacional “Repensando gênero e feminismos” prossegue até esta quinta-feira, com mais três mesas de debates, que abordarão os seguintes assuntos: “Desafios da Interdisciplinaridade em Gênero, Ciência e Tecnologia”, “Gênero e Cuidado” e “Relações de Gênero no Mundo do Trabalho”. A programação completa pode ser acessa através deste link.