Unicamp faz visita estratégica
à Universidade do Porto

23/02/2015 - 14:13

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Dirigentes da Unicamp enaltecem a boa acolhida

Dirigentes da Unicamp enaltecem a boa acolhida

Visita às instalações da Faculdade de Desporto

Visita às instalações da Faculdade de Desporto

Uma delegação da Unicamp composta por diretores de unidades e chefiada pelo professor Alvaro Crósta, coordenador-geral da Universidade, fez uma visita à Universidade do Porto de 10 a 14 de fevereiro, trazendo a expectativa de intensificar uma cooperação que remonta ao final dos anos 1980. “Já desenvolvemos ações conjuntas e, para nós, esta cooperação é estratégica por se tratar da universidade de maior destaque em Portugal e por apresentar grandes similaridades com a Unicamp em termos de dimensão, perfil docente e excelência em áreas como de engenharias, médica e de ciências”, afirma Crósta. 

Integraram a delegação os professores Paulo César Montagner, chefe de Gabinete do Reitor; Ivan Toro, diretor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM); Marisa Beppu, diretora da Faculdade de Engenharia Química (FEQ); Antônio Bannwart, diretor da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM); Marina Ilha, diretora da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC); e José Antenor Pomilio, diretor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC). 

Segundo Alvaro Crósta, foi possível visitar a Faculdade de Engenharia (FEUP), que congrega vários departamentos (Civil, Eletrotécnica e de Computadores, Informática, Mecânica, Química), assim como a Faculdade de Ciências (Biologia, Física, Química, Matemática, Geociências), e ainda o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. “Eles também nos veem como parceiros estratégicos no Brasil, pois procuram se expandir internacionalmente. E, através deles, temos acesso também a programas da Comunidade Europeia. Encontramos vários ex-alunos e a avaliação que fazem do pessoal que formamos é muito boa.” 

Paulo César Montagner lembra que o convite à Unicamp surgiu de seus contatos pela Faculdade de Educação Física (FEF) com o professor Jorge Bento, da Faculdade de Desporto. “Ele nos escreveu sobre o interesse da Universidade do Porto em receber uma delegação da Unicamp mais focada nas áreas de engenharias, saúde e ciências. Tivemos reuniões conjuntas e separadas, conhecendo linhas de pesquisa e o trabalho acadêmico. Agora, vamos fazer uma reunião interna e discutir oportunidades de convênio e reiniciar as nossas cooperações. Voltamos bastante satisfeitos com o que vimos e, principalmente, com tanta gentileza, que esperamos retribuir em breve.” 

Engenharias 

José Antenor Pomilio, diretor da FEEC, conta que a visita geral à Faculdade de Engenharia (FEUP), conversando com chefias, docentes e pesquisadores, ofereceu uma boa ideia da estrutura dos cursos, departamentos e laboratórios. E que fez uma visita mais demorada ao Inesc (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores), com o qual a FEEC mantém convênio. “Este contato com colegas da eletrotécnica e da informática mostrou nossas semelhanças. Somos duas escolas com estruturas excelentes e ótima reputação, o que facilita a proposição de intercâmbios. Inicialmente, parece-me mais fácil o caminho da pós-graduação, por não exigir financiamento externo, quando já dispomos de recursos internos.” 

A diretora da FEQ, Marisa Beppu, desenvolveu projetos anteriores junto à Universidade do Porto e pôde rever dois alunos que lá fazem um estágio sanduíche e um pós-doutorado. “Eles brincaram que fui fazer a revista da tropa. A FEUP possui oito mil alunos e sete cursos de engenharia, sendo uma das mais importantes escolas de Portugal, com uma competência de ensino forte e tradicional. Percebemos que temos muito espaço para colaboração, não apenas em pós-graduação como em graduação, neste momento em que o Brasil está carecendo de engenheiros.” 

Para a professora Marina Ilha, diretora da FEC, a visita revelou possibilidades de intercâmbio na graduação, pós-graduação e também de pesquisas conjuntas. “Vamos fazer um levantamento junto aos nossos docentes e alguns já demonstraram interesse. Ao contrário de outras engenharias da Unicamp, a Civil não possui cooperações anteriores com a Universidade do Porto, missões como esta são importantes para estabelecer relações institucionais. As estruturas são similares, salvo especificidades como a de terem no laboratório de hidráulica um tanque para geração de ondas visando ao estudo de embarcações. Mas, mais importante que laboratórios similares, é que as pesquisas sejam de interesse comum.” 

Área médica 

As semelhanças entre as duas instituições também foram destacadas pelo professor Ivan Toro, diretor da FCM, bem como a vontade da Universidade do Porto em manter um intercâmbio mais efetivo com a Unicamp. “Já existe uma cooperação, mas ainda dependente de iniciativas pessoais. Precisamos que nossas unidades se organizem e façam desta colaboração quase uma rotina. Para eles é a oportunidade de conhecer uma nova sociedade, a sul-americana (com o que há de bom e de ruim); para nós, de conhecer a realidade europeia, com um sistema de saúde muito bem organizado, mas com uma cultura parecida, o que facilita os estágios de curta duração.” 

A delegação da Unicamp retornou, mas Ivan Toro permaneceu na cidade do Porto por mais uma semana e teve a oportunidade de visitar dois hospitais, um terciário como o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e um secundário como Hospital Estadual de Sumaré (HES). “Há um avanço na integração entre o hospital secundário e o terciário. Fiquei muito bem impressionado com a medicina de alto nível e de bons resultados, e com  assistência personalizada ao paciente. Temos muito a aprender com eles, e vice-versa.”