China quer atrair mais
estudantes estrangeiros
27/04/2015 - 14:17
- Text:
- Images:
- Images Editor:
Abertura da Semana
Acadêmica sobre a
China apresentou
oportunidades aos estudantes
As atividades da Semana Acadêmica sobre a China, organizada pelo Grupo de Estudos Brasil-China do Fórum Pensamento Estratégico (Penses), foram iniciadas na sexta-feira (24) com um debate sobre a estrutura do ensino superior chinês e as vantagens oferecidas aos estudantes brasileiros ao escolher o país asiático como destino para cursos de graduação ou pós-graduação.
Durante o evento ocorrido no Auditório do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp, Hong Shen, professora de educação superior e economia da educação da Huazhong University of Science and Technology (HUST), traçou um panorama do ensino superior da China e mostrou a evolução de sua estrutura ocorrida nas últimas décadas. A China conta com o maior sistema de ensino superior do mundo, com 26 milhões de estudantes.
Segundo Shen, o país registrou um enorme crescimento no sistema desde meados do século XX. Em 1949, ano da ascensão dos comunistas ao poder, havia apenas 205 instituições de ensino superior e 116 mil estudantes. Depois da estagnação do sistema universitário decorrente da Revolução Cultural (1966-1976), o crescimento foi intenso. "A partir de 1999, começou a massificação do ensino superior chinês, sendo que conseguimos quase 50% mais estudantes desde então", afirmou a docente. Hoje há 2.491 instituições de ensino superior na China, sendo 1.774 públicas e 717 privadas.
Jin Liu, professor do Beijing Institute of Technology (BIT), concentra suas pesquisas em temas relacionados à profissão acadêmica e às consequências das mudanças nas políticas de admissão. Segundo ele, há uma concorrência muito grande pelas vagas nas melhores universidades da China, que vem apresentado uma elevação no seu padrão de qualidade e atraindo mais alunos do exterior. "Nós estamos prestando mais atenção nos estudantes estrangeiros e isso é muito importante. Agora existe uma chance muito boa, porque a China tem mais dinheiro e é possível conseguir boas condições em cursos de pós-graduação, por exemplo", afirmou Liu, citando as bolsas disponíveis para estrangeiros e o baixo custo de vida.
O professor do BIT apontou que há cerca de dez universidades chinesas entre as cem melhores dos rankings internacionais. Em sua palestra, Liu deu ênfase à relação intrínseca entre internacionalização e inovação no ensino superior e lembrou que grande parte dos professores das universidades chinesas tem experiência no exterior.
A coordenadora chinesa do Instituto Confúcio da Unicamp, Hongyan Gao, fez uma apresentação sobre a Beijing Jiaotong University, onde ela leciona na área de economia e administração. Fundada em 1896, a universidade se destaca nas pesquisas na área de transporte ferroviário e conta com 25 mil estudantes em tempo integral, sendo 14 mil somente nos cursos de graduação. A Beijing Jiaotong University desenvolve atividades de cooperação com mais de 150 universidades de 36 países. Gao também apresentou durante o evento os programas de intercâmbio entre o Instituto Confúcio da Unicamp e as universidades chinesas.
As atividades da Semana Acadêmica sobre a China continuam hoje no Auditório do IEL, às 16 horas, com a conferência "Como estudar a China hoje", com a professora Anne Cheng, do Collège de France. Há três décadas Cheng tem se envolvido em ensino e pesquisa sobre a história intelectual da China e do confucionismo. Na quarta-feira (29), Anne Cheng encerra as atividades da Semana Acadêmica com a conferência "O debate de ideias na China contemporânea", às 16 horas, no IEL.
A Semana Acadêmica sobre a China conta com o patrocínio do Consulado da França em São Paulo, do Programa de Pós-graduação em Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e da Vice-Reitoria Executiva de Relações Internacionais (Vreri) da Unicamp. Tem ainda o apoio do Instituto Confúcio e da Secretaria de Eventos do IFCH.