O Centro Multidisciplinar de Pesquisa em Obesidade e Doenças Associadas(Cepid-OCRC) da Unicamp inaugurou na manhã desta segunda-feira (4) o Laboratório de Imagens Pré-Clínicas. A inauguração aconteceu no prédio do Centro de Pesquisa Clínica (CPC), da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). O laboratório abriga um equipamento de PET/SPECT/CT, avaliado em um milhão de dólares, adquirido com recursos financeiros da Fapesp.
O equipamento realiza imagens moleculares em 3D de pequenos animais e permitirá a realização de pesquisas nas áreas de oncologia, cardiologia, ortopedia, neurologia, estudos do metabolismo e novos fármacos. No Brasil, existem apenas cinco ou seis equipamentos instalados para pesquisas em animais, mas não exatamente com a configuração e recursos de softwares adquiridos pelo CEPID-OCRS.
“O equipamento vai permitir a redução na utilização de animais em pesquisa. Eles poderão ser utilizados várias vezes, pois os procedimentos não são invasivos. Além disso, o equipamento vai permitir a integração da pesquisa básica com a translacional e clínica. Isso trará avanços consideráveis na melhoria do diagnóstico e tratamento de doenças humanas”, explicou Licio Augusto Velloso, pesquisador da FCM e coordenador do Cepid-OCRC.
Segundo Celso Dario Ramos, diretor do serviço de medicina nuclear do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp e coordenador do Laboratório de Imagens Pré-Clínicas, com a aquisição do PET/SPECT/CT será possível fazer imagens funcionais e anatômicas de pequenas animais – chamada de imagem molecular – simultaneamente.
“Poderemos fazer imagem de um hormônio, um peptídio ou um aminoácido e analisar, por exemplo, o consumo de glicose de um tumor e estudar os efeitos dos quimioterápicos em animais in vivo”, disse o médico da Unicamp, esclarecendo ainda que os radiofármacos para as pesquisas serão fornecidos pelo Instituto de Pesquisa em Energética e Nuclear (IPEN).
O coordenador do Centro de Pesquisa Clínicas (CPC) da FCM, Andrei Carvalho Sposito, disse que a inauguração do laboratório e a instalação do equipamento irá proporcionar uma maior integração entre diversos pesquisadores da Unicamp e uma maior inserção internacional das pesquisas produzidas pela instituição. A coordenadora da Comissão de Pós-Graduação da FCM, Rosana Onocko Campos, representando do diretor da FCM Ivan Felizardo Contrera Toro e o diretor associado da faculdade Roberto Teixeira Mendes, disse que o momento marca uma profícua parceria com a FAPESP.
A observação foi corroborada pelas palavras do diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, ao pontuar que a Unicamp detém três dos 17 centros de pesquisa, inovação e difusão financiados pela Fapesp. “Os Cepids são considerados mais competitivos e sofisticados e os contratos de pesquisa podem durar até 11 anos. Para um pesquisador, os primeiros minutos de um Cepid é de grande alegria, mas depois vem as preocupações em como mantê-lo. Para um centro prosperar, o investimento em equipamentos é importante”, disse Brito Cruz.
Para a pró-reitora de pesquisa da Unicamp, Gláucia Maria Pastore, representando o reitor da Unicamp José Tadeu Jorge, grandes conquistas demandam muito trabalho. “Grandes desafios são o chamariz para grandes talentos. Quando há uma junção de desafios, há também uma junção de pessoas que querem vencê-los. Podem contar com a Pró-Reitoria de Pesquisa”, reforçou Gláucia.