Laboratório
Thomson e
Inmetro
comemoram
‘50 papers’

17/07/2015 - 15:14

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Autores de IQ e Inmetro festejam

Autores de IQ e Inmetro festejam "50 papers"

Workshop festivo para contar histórias

Workshop festivo para contar histórias

Gilberto Sá, Daroda, Cunha e Eberlin

Gilberto Sá, Daroda, Cunha e Eberlin

Vanderleia de Souza, pós-doc pelo IQ

Vanderleia de Souza, pós-doc pelo IQ

Um workshop em clima festivo marcou a publicação de “50  papers” em colaboração entre pesquisadores do Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas, do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O evento realizado na manhã desta sexta-feira no IQ sucedeu a outro no Inmetro, que teve o mesmo propósito comemorativo do sucesso da parceria que já dura desde 2007. 

“Uma das metas do Inmetro era estabelecer a pesquisa dentro do instituto. A pesquisa já existia, mas ainda era pouca, e fomos trabalhando, desenvolvendo metodologias e promovendo um intercâmbio intenso de pesquisadores”, recorda o professor Marcos Eberlin, responsável pelo Laboratório Thomson. “Quando submetemos o artigo 50, resolvemos fazer esta comemoração, apresentando trabalhos publicados e contando histórias.” 

Marcos Eberlin admite que não foi fácil a aproximação entre pesquisadores que trabalham na fronteira do conhecimento e profissionais focados na prática da metrologia e estabelecimento de normas. “Com o tempo a parceria foi se ajustando: nós aprendemos com o rigor analítico e eles com o método de fazer ciência. Apesar das dificuldades que envolvem esse tipo de colaboração, a marca de 50 papers é um exemplo de que ela dá muitos frutos. É uma parceria sem precedentes no Brasil.” 

Gilberto Sá, professor da Universidade Federal de Pernambuco que estava na diretoria do Inmetro quando foi firmada a parceria, também ressaltou as dificuldades iniciais. “Depois a colaboração caminhou bem, com os nossos técnicos vindo ao Laboratório Thomson e alunos daqui indo nos ajudar na implantação de equipamentos mais sofisticados. É esse tipo de parceria que está faltando ao Brasil, aproximando pessoas atuando na fronteira do conhecimento com profissionais de atividades aplicadas no setor industrial.” 

Vanderleia de Souza, hoje é assessora científica da Diretoria de Metrologia Científica, fez pós-doutorado no IQ em 2007 e considera-se pioneira na parceria. Ela observa que o Inmetro possui uma estrutura ampla e complexa, tendo a preocupação de se aproximar de seus congêneres, como o americano NIST (National Institute of Standards and Technology). “O Inmetro trabalha muito com o desenvolvimento de padrões, mas não fazia pesquisa. Temos o conhecimento tecnológico e a Unicamp o conhecimento científico: é a junção dessas duas partes que fazem o todo na busca por outros padrões.” 

Romeu José Daroda, coordenador do Programa de Biocombustíveis e do Centro de Tecnologia Automotiva do Inmetro, lembra que a parceria com a Unicamp deslanchou a partir de um projeto conjunto aprovado pela Finep. “Era um projeto na área de biocombustíveis, então o nosso foco principal, mas depois realizamos outros trabalhos, como por exemplo, envolvendo certificação de madeira e análise de espécies em extinção. É uma das parcerias que deram mais certo no país.” 

Na opinião de Valnei Cunha, chefe da Divisão de Metrologia Química, os resultados obtidos e o número de artigos publicados não deixam dúvidas sobre o sucesso da cooperação entre o Laboratório Thomson e o Inmetro. “Esta experiência de juntar uma universidade com um instituto metrológico, levando em conta o objetivo de cada um, reflete em todas as linhas de pesquisa. A cada reunião surge uma nova ideia de aplicação. Nossos técnicos levam o aprendizado de uma técnica avançada de espectrometria de massas, e os pesquisadores do Thomson recebem o conhecimento da metrologia para aplicá-la em pesquisas que estão sendo feitas.”