Discutindo a política cultural da Unicamp
com convidados internacionais e do MinC
10/09/2015 - 15:29
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Reiterando o objetivo de pensar e instituir uma política cultural para a Universidade, e desta vez com a contribuição de convidados internacionais e do Ministério da Cultura, a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC), organizou nesta quinta-feira mais uma edição do Fórum Permanente de Arte, Cultura e Lazer, sobre o tema “Cultura, Universidade e Sociedade: construindo uma política cultural para a (e a partir da) Unicamp”. Os Fóruns Permanentes são uma iniciativa da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e acontecem no Centro de Convenções.
Margareth Junqueira, coordenadora de Desenvolvimento Cultural, lembrou que este é o terceiro encontro com esta temática: o primeiro tratou de “Cultura e Extensão Universitária” e o segundo de “Intervenções artísticas urbanas”. “Hoje vamos discutir o que uma política cultural para a Universidade – e a partir da Universidade – pode trazer de positivo para toda a sociedade. A cada encontro vamos subindo um degrau e estamos prestes a apresentar os princípios básicos para construção desta política ao Conselho Universitário [Consu], depois de aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento Cultural [Condec].”
Segundo o professor João Frederico Meyer, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários e presidente do Condec, a proposta é criar uma política de instituição e não de gestão. “Daí a preocupação em discutir uma política da maneira mais aberta possível e levar este debate ao Consu. Também mantemos uma relação muito forte com o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições de Ensino Superior Públicas e, em parceira com outras universidades, temos sido pioneiros em levar ações culturais à região Sudeste do país com o projeto Corredor Cultural Forproex Sudeste – o Ministério da Cultura já liberou recursos para este projeto.”
O professor Alvaro Crósta, coordenador geral da Unicamp, observou que é na extensão universitária que as instituições brasileiras mais vêm aprendendo, desenvolvendo novas ações, ideias e modelos. “Até pouco tempo atrás, a Unicamp ainda agia com timidez na área da cultura, tendendo a uma visão intramuros e esquecendo um pouco a missão de oferecer um retorno à sociedade que a sustenta financeiramente. Uma das primeiras iniciativas dessa gestão foi retomar um convênio com a Prefeitura de Campinas e, em dois anos e meio, já desenvolvemos muitas ações culturais conjuntas”, disse, tendo na mesa de abertura Claudiney Carrasco, professor do Instituto de Artes e atual secretário municipal de Cultura.
A palestra de abertura foi concedida por um dos convidados internacionais, professor Artur Fernando Cristóvão, idealizador e presidente do Grupo Missão Cultura da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD, Portugal), onde é também vice-reitor de Planejamento, Estratégia e Organização. “Há cerca de dois anos iniciamos um projeto visando mobilizar um conjunto de professores e pesquisadores da universidade que têm particular interesse e motivação por iniciativas ligadas ao campo da cultura e das artes. E criamos o Grupo Missão Cultura, que vem procurando articular uma agenda de atividades nas áreas de cinema, artes cênicas e artes plásticas, bem como debates e viagens culturais. No fundo, abrimos a Caixa de Pandora para pessoas de dentro e de fora da universidade, sendo que o grupo hoje é visto como um agente dinamizador.”
A palestra seguinte foi da professora María Adelaida Jaramillo González, coordenadora do processo de formulação do Plano de Cultura da Universidade de Antioquia (2006-2016) e do plano “Medellín: uma una ciudad que se piensa y se construye desde la cultura (2011-2020)”. “Trabalhei por muitos anos na Universidade de Antioquia, onde criamos um projeto de construção de políticas culturais há pouco mais de dez anos, e participamos de outro processo do qual fizeram parte cerca de trezentas instituições de ensino superior da Colômbia. A partir desta experiência, vamos apresentar um pouco das diretrizes das instituições para tratar da cultura através de suas perspectivas distintas, que permitam à universidade tornar-se um ator cultural de desenvolvimento.”
Na parte da tarde, estiveram presentes dois palestrantes do Ministério da Cultura: João Pontes, coordenador geral do Plano Nacional de Cultura, que falou sobre o Plano Nacional de Cultura e Karina Miranda da Gama, da Secretaria de Formação Artística e Cultural (SEFAC), que falou sobre as ações do Ministério voltadas à educação, especialmente ao ensino superior.