Alunos do
PIBIC-EM
publicam
em revista
científica

01/10/2015 - 16:10

Os estudantes Milena Cardoso França e Andrey da Silva Mori desenvolveram, ainda no ensino médio, um experimento na área da física óptica para visualização tridimensional que dispensa o uso óculos especiais. A pesquisa consistiu na montagem de um estereoscópio utilizando dois espelhos e dois monitores de LCD (Liquid Crystal Display). A imagem exibida em cada monitor é refletida por um dos espelhos, produzindo, deste modo, o efeito de tridimensionalidade (3D). O instrumento é muito similar ao estereoscópio de Charles Wheatstone (1802-1875), o primeiro da história. Ao invés de usar fotografias como o instrumento de Wheatstone, os alunos empregaram uma técnica digital por meio dos monitores de LCD.
Os jovens Andrey Mori e Milena França

Os resultados do trabalho - desenvolvidos pelos estudantes nos últimos dois anos como parte das atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM) da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da Unicamp - foram publicados recentemente na Revista Brasileira de Ensino de Física. As atividades de pesquisa se deram junto ao Laboratório de Óptica, sob a orientação do professor José Joaquin Lunazzi, do Instituto de Física ‘Gleb Wataghin’ (IFGW). O título do artigo científico é “Revivendo o estereoscópio de Wheatsone”

“Quando eu entrei no programa da Unicamp já tinha uma ideia de ingressar na Universidade num futuro próximo. E entrar numa graduação já com um artigo científico publicado é muito gratificante. Além disso, pude vivenciar toda a pesquisa na prática, assim como o processo de escrita de um artigo científico”, ressalta a jovem Milena Cardoso França, que, no momento, se prepara para o Vestibular da Unicamp. 
O orientador, professor José Joaquim Lunazzi

Para Andrey da Silva Mori, que entrou este ano na graduação da Unicamp, a participação no programa de iniciação científica ampliou sua visão de universidade e de pesquisa. “Sempre tive um interesse muito grande pela pesquisa. Então, quando surgiu a oportunidade de participar de um experimento na física da Unicamp, eu ‘abracei’ a ideia. Isso me atrai muito. E a experiência do Pibic-EM foi muito boa. Hoje, eu já estou na graduação da Unicamp, mas ainda não escolhi qual curso vou fazer”, conta o estudante. Andrey Mori fez a opção pelo chamado curso 51 ou cursão. Ele poderá, após concluir  as disciplinas do núcleo comum, optar pela graduação em Física, Engenharia Física, Física Médica, Física Biomédica, Matemática ou Matemática Aplicada e Computacional. 

“A intenção da Unicamp nessa aproximação com o ensino médio por meio de programas como o PIBIC-EM é sempre despertar a ciência nos jovens. E quanto mais cedo isso acontecer, melhor. Gostaria de parabenizar os estudantes e dizer que este é mais exemplo de como este processo está caminhando tão bem na Universidade”, disse a pró-reitora de Pesquisa, Gláucia Pastore. 

Ela foi convidada pelo professor José Joaquin Lunazzi a conhecer, pessoalmente, o experimento desenvolvido pelos estudantes em seu laboratório. Também participaram o diretor do IFGW, Newton Cesario Frateschi e seu associado, o professor Luís Eduardo Evangelista de Araújo. 
Pró-Reitora de Pesquisa e diretores do IFGW visitam laboratório

“A produção de imagem tridimensional é um processo muito amplo e que existe há mais de um século e meio. Mostramos que, com as técnicas digitais, criar imagens tridimensionais pode ser muito mais acessível. E a ideia da pesquisa foi justamente essa: que os estudantes aprendessem imagens tridimensionais, mas usando técnicas digitais. Não foi trivial. Os alunos tiveram muito trabalho e aprenderam bastante. O artigo levou dois anos para ser publicado, mas ficou muito bom”, relatou o professor Lunazzi aos visitantes.

Física no desenvolvimento industrial
Durante a visita ao Laboratório de Óptica, a pró-reitora de Pesquisa discutiu com o diretores do IFGW e com o professor Lunazzi a possibilidade de fomentar nos segmentos industriais do país a relevância que a pesquisa em física e matemática tem para o desenvolvimento destes setores. “Muitas vezes a população conhece a tecnologia lá na ponta da cadeia, mas não tem a noção de, por exemplo, quantas equações e experimentos tiveram que ser desenvolvidos para que aquela tecnologia chegasse ao mercado”, exemplificou. 
Gláucia Pastore: fomento à pesquisa
Newton Frateschi afirmou que iniciativas nesse sentido vêm sendo desenvolvendo, mas que podem e devem ser ampliadas. “Há três meses fizemos um encontro, que foi o segundo Encontro Nacional de Física na Indústria. O evento foi promovido em parceria com a Sociedade Brasileira de Física. Mas eu acho que isso tem que ser ampliado porque realmente as pessoas não têm ideia do quanto a física está presente na indústria”, concordou. 

Comentários

Parabéns!

Muito bom esse trabalho dos estudantes e orientação do Prof. Lunazzi. Parabéns a todos pela ideia, pelo projeto, pela dedicação e pelo trabalho em si.

Espero que os estudantes continuem se dedicando à Ciência e que a Unicamp possa manter e ampliar o programa.

Email: 
afonseca@ifi.unicamp.br