UniversIDADE
debate relação
de idosos
com novas
tecnologias
01/10/2015 - 15:37
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“Novas tecnologias e fatores econômicos para o envelhecimento” foi o tema que norteou o 2º Seminário da Unicamp sobre Longevidade e Qualidade de Vida, organizado no âmbito do Programa UniversIDADE e em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa Idosa, nesta quinta-feira, no Centro de Convenções. O UniversIDADE foi criado pela Reitoria visando oferecer condições para que pessoas acima de 50 anos de idade mantenham-se ativas tanto física quanto mentalmente, através de atividades multidisciplinares divididas em quatro áreas temáticas: arte e cultura, esporte e lazer, saúde física e mental, e sociocultural e geração de renda.
Alice Helena De Danielli, coordenadora executiva do programa, explica que o curso é gratuito e vincula a educação acadêmica à educação popular, com a participação voluntária de professores e profissionais de várias áreas – biológica, social, cultural, psicológica, filosófica, econômica, médica, esportiva, etc. “Neste semestre pudemos oferecer 93 atividades, abrindo 2.800 vagas, sendo que 2.650 foram preenchidas. O seminário vem qualificar ainda mais este grande projeto, que vem atraindo muitas pessoas de municípios da Região Metropolitana de Campinas e de um pouco mais além, como Piracicaba, Leme, Atibaia e Rio Claro.”
Falando para um auditório lotado, o professor Alvaro Crósta, coordenador geral da Unicamp e reitor em exercício, admitiu que a Unicamp chegou atrasada no atendimento a este segmento da sociedade. “Soube agora que a Universidade Federal de Passo Fundo possui esse programa há 25 anos; e o da USP também é bastante antigo. O UniversIDADE foi um dos pontos do programa de gestão do reitor José Tadeu Jorge, justamente para resgatar essa dívida. As pessoas vivem cada vez mais, graças aos avanços que a ciência está proporcionando, mas isso não basta: é preciso viver melhor. Esses programas permitem que sejam trocadas experiências interessantes entre os participantes e as pessoas que administram cursos e palestras; por isso, temos recebido um grande número de voluntários entusiasmados com a riqueza dessa interação.”
Um pouco da experiência da Federal de Passo Fundo (RS) foi trazida pelo professor Adriano Pasqualotti, que concedeu a palestra de abertura, sobre “Efeitos do uso das tecnologias de informação e comunicação nos índices de capacidade funcional e cognitiva em pessoas idosas”. “Vou discutir a relação entre as atividades possibilitadas por jogos eletrônicos e o envelhecimento humano, ou seja: vinculando as atividades físicas que esses jogos permitem por conta do movimento do corpo e do processo rítmico, ao mesmo tempo em que o idoso (jogador) deve resolver um problema lógico, matemático.”
Segundo Pasqualotti, seu grupo de pesquisa já constatou que atividades com jogos eletrônicos permitem, efetivamente, uma melhora da memória e atenção, bem como das condições cardiorrespiratórias. “A pessoa idosa, aderindo ao processo lúdico de jogar, obtém benefícios nos aspectos físico-cognitivo e mental. Trata-se de jogos disponíveis comercialmente, oferecidos inclusive em redes de smart TVs. Atualmente, no grupo que eu constituí, estamos agregando a suplementação alimentar, verificando efeitos antioxidantes como do flavonoide extraído da uva, de algumas algas e do próprio ômega-3.”
A segunda palestra do dia foi com a professora Carla da Silva Santana, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), que abordou o “Impacto da tecnologia no cotidiano de trabalho dos idosos: fatores relacionados às competências”. “Vou falar das dificuldades que os idosos têm para usar as novas tecnologias e qual é o impacto dessas dificuldades no trabalho, tanto para aqueles que querem continuar em atividade até uma idade mais avançada, como para reinserção no mercado ou quando estão desempregados. As novas tecnologias são posteriores àquelas que os idosos utilizaram e o avanço muito rápido, com mudanças contínuas, dificulta a adaptação. No entanto, existem diferentes formas de motivar essas pessoas mais velhas ao uso de outros equipamentos, sem acharem que a tecnologia é coisa para jovens.”