Anisio faz a Volta da
Unicamp em 16 minutos
19/10/2015 - 16:53
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Em apenas 16 minutos e oito segundos, Anisio Rodrigues Filho transformou a marca de largada em linha de chegada na corrida de 5 quilômetros da VI Volta da Unicamp, domingo (18). Atleta do Labex/GGBS, o corredor somente não venceu uma das edições das quais participou, por ter sido derrubado e fraturado um braço, conforme recorda a coordenadora do Labex, professora Denise Macedo. “É uma alegria assistir à vitória do Anísio”, alegra-se Denise, idealizadora do Laboratório de Bioquímica do Esporte (Labex). A Volta é parte da agenda de comemorações dos 50 anos da Unicamp.
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A primeira mulher a finalizar a prova de 5 quilômetros também pertence à equipe Labex/GGBS/Unicamp. Mirian Raquel Martins integra o grupo há dois anos, a convite do próprio laboratório e disse ter se adaptado facilmente ao conjunto de atividades realizado pela Unicamp em relação a seus atletas. Mirian procurou o esporte aos 16 anos para evitar complicações com bronquite. Em um ano, tornou-se medalhista e, ao olhar para a casa e ver tantos troféus expostos, decidiu não desistir mais. Este ano, foi campeão em sua categoria na Prova Boldrini e conquistou a segunda posição na Corrida Integração da EPTV, afiliada da Rede Globo em Campinas.
Com tempo de 33 minutos e 45 segundos, o campeão da corrida de 10 quilômetros foi Mateus Santos de Jesus. Entre as mulheres, a primeira a concluir este percurso foi Eliene da Silva Cangussu, 33 anos, com 41 minutos.
Muitos aderem à VI Volta da Unicamp, seja como espectador, caminhante, atleta pipoca, mas para aqueles que um dia percebem que as corridas estão aliadas à realização de sonhos ou cumprimento de metas, a linha de chegada tem outros significados. E para aqueles que um dia pensaram que jamais participariam de um evento esportivo, vencer a faixa significa extrapolar as expectativas. É o caso dos atletas Eder Marcio Becheli de Oliveira, da equipe de rugby, e Julio Cesar Godoy, da equipe de handebol, modalidades em cadeira de rodas, da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp. Na primeira participação em uma corrida, eles foram os primeiros na categoria “Portador de Necessidades Especiais” (PNE) a atravessar a faixa. “Vejo com otimismo esta realização. O Brasil precisa acordar para este tipo de modalidade, que é maneira de se juntar e elevar a autoestima. Não somente pela competitividade, mas pela saúde”, declara Oliveira .” No rugby há quatro anos e meio, ele já disputou competições nacionais e paulistas.
A rede social Facebook mostrou a Godoy a possibilidade de se tornar um atleta. O convite para treinar handebol na FEF surgiu em uma das conversas entre membros de um grupo. Há 13 anos cadeirante, por conta de um acidente automobilístico, ele já se prepara para a próxima corrida “Demorei, descobri o esporte há dois anos, mas quero continuar”, declarou, feliz pelo segundo lugar em sua categoria.
De acordo com o coordenador do evento, José Victor Salgado, a estimativa é de que 3 mil pessoas se reuniram no campus da Unicamp neste domingo, seja caminhando, correndo, pedalando, ou simplesmente “dando uma olhadinha”. Até o final do evento, ele ainda não tinha dados confirmados de público geral, mas o número máximo de inscrições (1.600) foi preenchido.
Para o coordenador-geral da Unicamp, professor Alvaro Crósta, a VI Volta é um evento integrador por permitir participação das comunidades interna e externa. A prova tornou-se tradicional no calendário de eventos esportivos de Campinas, e não somente da Unicamp, de acordo com o vice-reitor. “Muitas coisas na Universidade tentam aliar ensino, pesquisa e extensão. A Volta da Unicamp também tem esta característica. O ensino e a pesquisa estão presentes no trabalho de José Victor Salgado, doutorando da FEF. Graças a ele movimentamos toda esta máquina que envolve organização, administração, patrocinadores. Ele realmente é a mola propulsora disso tudo. E, através desse trabalho, fazemos a extensão com a participação da comunidade externa também”, avalia Crósta.
Um processo que iniciou em 2010 por iniciativa de José Vítor, que hoje tem como aliado na coordenação o professor da Universidade de Brasília Tiago Russomanno, hoje está em fase de consolidação na Universidade, na opinião do chefe de Gabinete da Unicamp, Paulo César Montagner. “A Volta da Unicamp tem hoje um público cativo. Era um anseio da comunidade ter uma prova esportiva deste porte, e a Unicamp inseriu o evento em seu calendário. Cada vez mais o retorno tem sido positivo, inclusive esta sinergia entre Reitoria, alunos, funcionários”, declara Montagner.
Depois de percorrer 5 quilômetros ao lado de sua esposa, o pró-reitor de Graduação, Luís Alberto Magna, manifestou a emoção de cruzar a linha de chegada e sentir a respiração de pessoas que participavam ao seu lado. “Só estando no meio para saber. Quando concluímos o trajeto é emocionante”. Magna nomeou a prova como Festa da Saúde. E melhor: aconteceu na comemoração do Unicamp Ano 50.
O diretor da FEF, Miguel de Arruda afirma que é uma alegria do ponto de vista acadêmico, saber que a Volta faz parte das atividades de comemoração pelos 50 anos. Ele relata que, mesmo não sendo da área de atletismo no início da graduação, Victor se entusiasmou ao tomar participar de um evento organizado por ele. “Naquele ano, ele disse que organizaria uma corrida. E o resultado está neste evento de hoje. Esta prova é diferente de todas as outras que vemos por aí. O exercício do correr e do andar faz parte, mas a gestão da prova é que a torna diferente, pelos eixos de sustentabilidade , acadêmico, pesquisa, palestras e da própria atividade física, mas não só de performance, e sim da participação e conjunta”, acentua Miguel.
Há dois anos, Salgado, preocupado com a conclusão do doutorado, procurou o Grupo Gestor de Benefícios Sociais para fazer parceria na organização do evento. “Não podemos deixar isso acabar”, declara o diretor de Programas e Projetos do GGBS, Armando Comunnale Júnior. “O evento a cada ano surpreende mais, pois a participação é crescente, e a Volta se consagra como um evento oficial da Universidade. O José Victor é um batalhador. Devemos tudo isso a ele”. Comunnale apontou mais alguns motivos para comemorar o ano em que a Volta se insere na programação do Unicamp Ano 50. “Este ano está melhor ainda, pois o primeiro e o terceiro colocados na categoria geral masculina são do Labex/GGBS e a primeira colocada na categoria feminina geral também.”