Geociências homenageia
fundador com exposição e livro
30/10/2015 - 14:34
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Uma exposição no salão de entrada do prédio novo do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp presta uma homenagem a Amilcar Oscar Herrera e pode ser vista até meados de novembro. São fotos, quadros e pôsteres com informações sobre a biografia do fundador do Instituto de Geociências (IG), frases e comentários de quem conviveu com o professor e também projetos de Herrera, além de cartazes com a cronologia de sua vida e da trajetória do instituto. Também foi lançada a reedição do livro “Amilcar Herrera: um intelectual latino-americano”, organizado pelo professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT), Renato Dagnino e Rogério Bezerra da Silva.
“É uma edição revisada e complementada deste livro de artigos de divulgação acadêmica. No posfácio faço uma recuperação do pensamento do Herrera em política científica tecnológica”, comentou Dagnino. O professor foi um dos responsáveis pelo convite ao intelectual argentino para vir ao Brasil participar, em 1977, do Seminário C&T e Estratégias para Independência, organizado pela Companhia de Desenvolvimento Tecnológico (Codetec) da Unicamp.
Em 1979 Herrera coordenou a fundação do IG que estava no organograma da universidade, mas ainda não havia sido implantado. Dagnino afirmou que a homenagem tem como objetivo mostrar como o pensamento de Amilcar Herrera é atual. “Era uma pessoa de política científica tecnológica, um dos representantes do pensamento latino americano em ciência, tecnologia e sociedade”.
A chefe do DPCT, Leda Maria Caira Gitahy, ressaltou que a homenagem marca os 30 anos de formalização do departamento. “A exposição é resultado do esforço de recuperação da memória da instituição. E quem trabalhou voluntariamente foram os estudantes de pós-graduação, interessados em conhecer a história do Instituto”. A docente complementou que muitas informações estavam até então, apenas na memória daqueles que viveram o período de implantação do IG e continuam até hoje, como a própria Leda e o professor Dagnino.
O coordenador geral da Unicamp, Alvaro Crósta, também docente do IG, lembrou que Herrera foi um importante geólogo na Argentina e destacou sua preocupação com as questões sociais e econômicas traduzidas para a América Latina. Crósta enfatizou as dificuldades encontradas pelo fundador quando chegou à Unicamp, durante o governo de Ernesto Geisel, na ditadura militar. “Ele encontrou uma situação distinta do que havia previsto e não havia nenhuma infraestrutura para o instituto na época”.
Para o diretor do IG, Roberto Xavier, a unidade de ensino e pesquisa reflete a atuação de seus profissionais. “Não podemos nos esquecer que somos quem somos devido ao nosso fundador”. Ele afirmou que Herrera foi um geólogo com muita clareza dos papéis dos recursos naturais na sociedade e preocupado com a divulgação das geociências. “Se o IG é um instituto eclético é graças à influência das ideias do nosso fundador. Tenho certeza que se ele estiver nos olhando à distância deve estar orgulhoso e diria: ‘missão cumprida’”.