Quem ganhou a Copa
do Mundo de 2014?

03/12/2015 - 10:51

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O diretor da FEF, Miguel de Arruda

O diretor da FEF, Miguel de Arruda

A professora Mara Patrícia, organizadora

A professora Mara Patrícia, organizadora

Paulo César Montagner, chefe de gabinete

Paulo César Montagner, chefe de gabinete

O evento no Centro de Convenções

O evento no Centro de Convenções

Mesa diretiva dos trabalhos

Mesa diretiva dos trabalhos

Público no Centro de Convenções

Público no Centro de Convenções

O palestrante Antônio Herbert Lancha Jr.

O palestrante Antônio Herbert Lancha Jr.

O evento no Centro de Convenções

O evento no Centro de Convenções

Quem ganhou a Copa do Mundo de 2014? Segundo Antônio Herbert Lancha Jr., professor titular de nutrição aplicada à atividade motora da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP), foi a Adidas. “A empresa montou uma logística para fazer com que a Alemanha ganhasse a competição no país-sede da Copa. O time ficou isolado, treinava às 12 horas (horário de sol forte) para simular condições adversas ao grupo europeu e ficou hospedado em casa, não em hotel. Criou-se um escudo protetor para os jogadores. Com isso, a Alemanha ganhou a Copa duas vezes: ganhou a Copa para a Adidas e ganhou a Copa para o seu país”, enfatizou o especialista, ao abordar o tema "esporte de alto rendimento" no VI Congresso Ciência do Desporto e V Simpósio Internacional de Ciência do Desporto, evento conjunto realizado no Centro de Convenções da Unicamp e organizado pela Faculdade de Educação Física (FEF).

Lancha Jr. é formado em educação física e tem mestrado e doutorado em nutrição. Ele falou a uma plateia predominantemente de alunos e salientou que o esporte de alto rendimento em geral é praticado por atletas que são gênios, fora da média. De acordo com o especialista, não existe tecnologia capaz de transformar pessoas comuns em atletas de alto rendimento. Por outro lado, afirmou que, para descobrir esse tipo de atleta, exige-se que sejam dadas oportunidades para que ele apareça e, depois, condições para que ele pratique atividades físicas em sua plenitude. O resultado pode ser o surgimento de um atleta olímpico. 

Para Lancha, o profissional de educação física é o profissional do futuro e a ele caberá como desafio lidar com uma população excessivamente sedentária e obesa. “É o preço da tecnologia que devemos pagar pelo conforto que buscamos”, acredita. Em sua opinião, somente a mudança alimentar não faz a pessoa emagrecer. O gasto calórico de uma pessoa sedentária hoje, comparada há 30 anos, caiu pelo menos 300 k/cal por dia. Isso significa que, ao final de um ano, essa pessoa engordará 12 quilos.

O palestrante explicou a importância da hidratação ao organismo. “O oposto disso é a desidratação, algo muito sério que tem inclusive muita influência no raciocínio. A ingestão de líquido é essencial para a cognição no dia a dia, não apenas para atividades que requerem esforço físico. Se a pessoa não se hidratar, as tarefas, antes realizadas com facilidade, vão deixar a pessoa mais cansada. "Ronaldo, o fênomeno, era um gênio que detestava treinamento. Mas, como o esporte também é uma atividade recreativa, ele jogava tão contente que conseguia se dar bem, porque era um gênio”, comentou.

Uma das principais linhas de pesquisa de Lancha é o impacto da creatina na capacidade física. O grupo realiza pesquisa e promove testes em pacientes com doenças musculares. A creatina é empregada na terapêutica e na melhoria da capacidade física do paciente. Outro campo de pesquisa, desta vez mais aplicado ao esporte de alto rendimento, estuda agentes que melhoram a acidose (fator que predispõe à fadiga) e o desempenho físico em atividades de altíssima intensidade. O estudo busca substâncias que minimizam esse fator fisiológico.

Participaram da mesa de abertura do evento o chefe de gabinete da Unicamp Paulo César Montagner, que é professor originário da FEF; o diretor da FEF Miguel de Arruda; e uma das organizadoras do evento, Mara Patrícia Traina Chacon-Mikahil, também responsável pela comissão da programação dos 30 anos da FEF. O VI Congresso e o V Simpósio encerram nesta sexta-feira (4). Veja a programação.