Deficiente visual é aprovado
no curso de Fonoaudiologia
12/02/2016 - 16:13
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Cursar Fonoaudiologia era o que Pedro Henrique Silva Carvalho, 18 anos, mais esperava em termos profissionais. E ele conseguiu. Fez o Vestibular da Unicamp e acaba de ser aprovado no curso de Fonoaudiologia. Realizou a prova em braille. Tem deficiência visual total. Ele atribui o bom resultado à ajuda dos pais, dos amigos e das instituições que o acolheram, como a Fundação Dorina Nowill, a Pró-Visão e os colégios que frequentou. "Tudo isso colaborou muito e também o meu esforço", realça e explica com desenvoltura que escolheu esse curso por duas razões especiais: porque pretende colaborar com a comunidade e porque pretende atuar de modo autônomo.
O jovem relata que recebeu do pai a notícia da aprovação no Vestibular da Unicamp. Parou tudo para comemorar. "Fiquei muito alegre. Percebi que as quatro horas de estudos diários valeram muito a pena."
Em mensagem enviada à Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), o pai dele, Rovilson, manifestou o seu sentimento em relação a essa conquista do filho: “É com muita alegria que recebemos hoje o resultado de aprovação do Pedro Henrique no Vestibular da Unicamp. Nossos sinceros agradecimentos a todos os envolvidos na realização do Vestibular, que deram todo o suporte necessário ao meu filho e aos demais candidatos com necessidades especiais. Por gentileza, envie nossos abraços a todos os envolvidos. Logo mais, o Pedro Henrique estará fazendo parte desta família Unicamp.”
Ansioso para iniciar logo o ano letivo na Unicamp, Pedro Henrique já faz novos planos, inclusive de longo prazo. "Quero estudar com afinco e seguir a carreira de pesquisa. Depois planejo conseguir um bom emprego e constituir uma família." Ele conta que a sua deficiência visual é genética. Enxerga apenas luz e vultos. Apesar disso, procura viver com alegria e, nas horas vagas, gosta de ouvir rádio, principalmente quando o assunto é o futebol da Ponte Preta. “É o meu time do coração”, derrete-se. Também aprecia audiolivros. Para ele, Monteiro Lobato não é um autor que se dirige somente às crianças. "É autor para quem quer uma escrita gostosa.”
O futuro fonoaudiólogo faz natação e a sua deficiência nunca o impediu de participar das competições na escola. Enquanto aguarda o início das aulas, não deixa de estudar e relembrar temas do seu interesse. "É preciso me dedicar mais e adquirir novos conhecimentos. Creio que vou aprender muito na Unicamp”, salienta.
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