Não é só vencer que interessa, mas as portas que a competição abre. No final da adolescência o aluno de São Carlos, Gabriel Ponce, participava de olimpíadas de matemática. Ganhou medalha inclusive na Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU), evento que ele hoje ajuda a organizar, mas agora como docente do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc). A contagem regressiva para a OMU 2016 vai começar nesta segunda-feira, 18, quando estará disponível o novo site das olimpíadas com a ficha de inscrição para as escolas. A participação é aberta aos alunos dos últimos anos do ensino fundamental e ensino médio de todo o país tanto de escolas particulares como públicas.

A inscrição é efetivada pelos professores e a primeira fase de provas ocorre nas próprias escolas. As demais (mais uma etapa para ensino fundamental e duas para ensino médio) são realizadas na Unicamp. Este ano serão incrementadas atividades como oficinas e palestras para os professores que virão para a Universidade acompanhar seus alunos. As provas da OMU são feitas com base no conteúdo dos níveis de ensino. “Mas exigem, além disso, criatividade, desenvolvimento, e que seja desafiador para o aluno”, salientou Gabriel Ponce.

Além de Gabriel, a comissão organizadora da OMU reúne mais quatro professores do Imecc. O docente Marcelo Firer informa que a OMU é uma das olimpíadas de matemática mais antigas do país. “As olimpíadas científicas mais antigas que existem no mundo são as de matemática. E a da Unicamp, com 32 anos, é uma das mais tradicionais. A Olimpíada Brasileira, por exemplo, é realizada há 38 anos." Firer explica que o primeiro objetivo é oferecer uma oportunidade para os alunos que têm interesse e motivação para aprender matemática.

O professor José Régis Azevedo Varão Filho acrescenta: “a matemática é uma história legal que nós gostamos de contar, existe um certo paralelo com o que é fazer pesquisa. A maneira com que a matemática se desenvolve é muito peculiar. É uma história da humanidade que está por trás”.

Na primeira fase, quando as provas são realizadas nas escolas, participaram 3.500 alunos na edição de 2015. As fases presenciais tiveram 800 alunos. A professora Anne Caroline Bronzi acredita que os participantes poderão no futuro ser alunos da Unicamp. “Os alunos que participam e que são interessados possivelmente farão uma universidade. A olimpíada acaba sendo o lugar onde a gente pode buscar alunos”.

Os coordenadores ressaltam que um dos benefícios da OMU é que, por conta das provas, as escolas envolvidas acabam oferecendo treinamentos especiais para os alunos, que são abertos. Isso pode elevar o nível de conhecimentos matemáticos dos estudantes. As inscrições serão realizadas até o dia 7 de maio e a primeira prova ocorre em 30 do mesmo mês. Já a cerimônia de premiação está prevista para dezembro.

História
É a primeira vez que a Olimpíada de Matemática da Unicamp é organizada por uma comissão. Até a vigésima quinta edição a organização foi do professor Antônio Carlos do Patrocínio. Depois coube ao docente Petrônio Pulino. Inicialmente o objetivo da competição regional era preparar os alunos do ensino médio da região de Campinas para a participação na Olimpíada Brasileira de Matemática. A partir de 1995 o evento teve seu nome modificado para Olimpíada de Matemática da Unicamp, com grande participação de escolas das regiões de Campinas, Ribeirão Preto, Sorocaba e São José dos Campos.