Agropolo Campinas-Brasil
faz Workshop de Bioeconomia
18/06/2016 - 12:34
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Acontece nos dias 28 e 29 de junho o primeiro grande evento aberto ao público organizado pelo Agropolo Campinas-Brasil: o workshop “Bioeconomia, uma oportunidade para o Brasil: de uma economia baseada em recursos fósseis rumo à bioeconomia”, no anfiteatro do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). As inscrições já podem ser feitas na página do Agropolo, uma plataforma interinstitucional criada em 2015, fundamentada no conceito de inovação colaborativa, que tem por objetivo desenvolver projetos de cooperação técnica nas áreas de agricultura, alimentos, saúde, química verde e bioenergia. As atividades visam à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, com extensão a outras instituições de pesquisa e empresas com sede nas regiões de Campinas e de Montepellier (França), onde se sedia a Agropolis Internacional, inspiradora da iniciativa brasileira.
“Estamos usando o modelo de Montpellier para criar esta plataforma em Campinas porque a experiência deles foi muito interessante, promovendo o desenvolvimento na região sul da França, que hoje está revitalizada”, afirma o professor Luís Augusto Cortez, vice-reitor de Relações Internacionais da Unicamp e vice-secretário executivo do Agropolo Campinas-Brasil. “Achamos que a região de Campinas reúne as mesmas condições, com instituições de pesquisa tradicionais, formação de recursos humanos e o próprio nível de desenvolvimento, com sua complexidade industrial e o aeroporto de Viracopos. É um momento interessante para criação do Agropolo.”
Participam da plataforma interinstitucional a Secretaria de Abastecimento do Estado de São Paulo – por meio do IAC, Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e Instituto Biológico (IB) –, a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, a Prefeitura de Campinas, a Unicamp, a Techno Park Campinas – Associtech e a Agropolis Internacional. O Agropolo Campinas-Brasil é presidido pelo prefeito Jonas Donizette, tendo na vice-presidência o professor José Tadeu Jorge, reitor da Unicamp.
Luís Cortez informa que já foi elaborado um projeto de “Políticas Públicas e Bioeconomia”, submetido à Fapesp e ainda em julgamento, mas com toda a probabilidade de ser aprovado. “Acreditamos que a bioeconomia abrange todas as atividades nas cinco áreas definidas para o Agropolo: agricultura, alimentos, saúde, química verde e bioenergia. Em agricultura, a instituição mais forte na região é o IAC; em alimentos, o Ital; em saúde, a Unicamp, assim como em química verde e bioenergia. Fizemos várias reuniões e estabelecemos 25 temas que vão nortear o nosso projeto nos próximos dois ou três anos.”
Segundo o professor da Unicamp, este workshop de junho será o primeiro de um total de vinte, havendo mais três programados ainda para o segundo semestre, sobre agricultura, alimentos e saúde, e química verde e bioenergia. “Este primeiro evento vai tratar da transição da economia fóssil para a bioeconomia. Fica cada vez mais claro que as grandes empresas de petróleo estão passando por mudanças importantes e buscando se sustentar economicamente em áreas de energias renováveis, como a eólica e a fotovoltaica, sendo que no Brasil a principal opção é a bioenergia. Também temos o agravamento das consequências das mudanças climáticas provocadas pelos gases de efeito estufa emitidos por fontes fósseis, o que nos leva a buscar outra economia.”
A expectativa de Luís Cortez é que no evento se estabeleça o que chama de roadmap para o Agropolo Campinas-Brasil, sustentando-se em uma visão econômica, social e ambiental. “Pretendemos ter metas como de geração de empregos, redução da emissão de gases e crescimento econômico. Vamos tratar desses pontos juntamente com a iniciativa privada, tanto com empresas já consolidadas quanto com as nascentes que serão a sustentação desta bioeconomia. Na agricultura, por exemplo, há muito a ser feito para incorporar os valores da sustentabilidade, como em relação a novos fertilizantes e tipos de mecanização.”
A plataforma implantada em Campinas é inspirada na Agropolis International, associação francesa criada em 1986 e hoje considerada uma das maiores concentrações de competências nas áreas de agricultura, alimentação, biodiversidade e meio ambiente. “Não existe outro modelo similar no Brasil. O Agropolo também vem recebendo apoio, inclusive financeiro, do BE-Basic, consórcio holandês formado pela Universidade de Delft e outras instituições daquele país, bem como da Universidade da Califórnia (Davis e Fresno). No workshop, além de pesquisadores e empresas do Brasil, teremos esses convidados internacionais para mostrar que existem modelos nos quais se basear no exterior.”