Falhas no atendimento aos pacientes advêm de equívocos já na etapa inicial: ao se fazer o registro e identificação. Pensando nisso, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realiza na próxima quinta-feira (1º de setembro), às 10 horas, na rampa do 3º andar do hospital, a primeira Campanha de Identificação Segura do Paciente. Essa ação deverá acontecer anualmente no dia 1º de setembro. 

De acordo com a gerente de risco do HC, Flora Giglio, os hospitais brasileiros devem ter um Núcleo de Segurança do Paciente, seguindo determinação da Resolução 109/2013 do Plano Nacional de Segurança do Paciente. Desde 1999, recordou ela, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vinha se preocupando com os pacientes que morriam em função de causas evitáveis (nome errado, exames trocados, queda dentro do hospital, cirurgia em órgãos trocados). Faz parte dessa normativa ainda que os hospitais atendam a seis metas. Os processos falhos na identificação dos pacientes estão entre as causas mais comuns de “quase-erros” e incidentes (com ou sem dano). "É muito importante que as instituições fiquem atentas a isso", enfatizou.

O objetivo do evento é sensibilizar profissionais em torno dessa causa, componente fundamental para garantir uma assistência segura. A Campanha do HC foi abraçada pela Superintendência do hospital, Gerenciamento de Risco do HC, NSP, GGBS, NSP e subgrupo de identificação segura.  

Estão sendo programadas para essa primeira edição da campanha outras ações, como a distribuição de adesivos da campanha, folderes e material informativo para profissionais, pacientes e familiares. Também serão desenvolvidas atividades lúdicas com as crianças atendidas no Ambulatório de Pediatria, incentivando a realização do documento de identidade desde a infância. 

O coordenador de assistência do HC e coordenador do Núcleo de Segurança do Paciente, Antonio Gonçalves Filho, abrirá a campanha abordando a legitimidade desse tema. A iniciativa parte do Núcleo de Segurança do HC, que existe há dois anos na Unicamp. O evento contará com as presenças da gerente de risco do HC, Flora Giglio, e dos membros do subgrupo de identificação segura. “Todos estão convidados a participar e refletir acerca dessa realidade”, convidou Flora. 

A expectativa é que, por meio da sensibilização, mais pessoas se conscientizem da importância deste trabalho e se responsabilizem por manter o paciente que está internado com a pulseira de identificação, sobretudo as pessoas homônimas, bem como é preciso que os profissionais registrem corretamente, legivelmente, sem rasuras e por completo, os dados de cada paciente. 

O HC faz parte da Rede Sentinela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), categoria A, fruto do trabalho da Gerência de Risco  (GER/Anvisa) que atua na tecnovigilância, farmacovigilância, hemovigilância e segurança do paciente. A cada seis meses, as ações de qualidade em saúde e gerenciamento de risco, incluindo a segurança do paciente, são avaliados pela Anvisa. Cabe então ao gerente de risco coordenar as atividades dentro dos hospitais, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e dos demais componentes da Rede Sentinela de Hospitais do Brasil.