SOS-Chuva começa a funcionar
com radar na Unicamp
06/10/2016 - 16:38
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Não é só o sertanejo que é capaz de olhar para o céu e afirmar se vai ou não chover. No centro da cidade, qualquer pessoa agora é capaz de acertar a previsão, não precisa nem verificar se há nuvens. Basta lançar mão do celular, abrir o aplicativo e lá está a informação, válida para os próximos vinte minutos. O aplicativo é do SOS-Chuva, Sistema de Observação e Previsão de Tempo Severo, que entrou em operação hoje, abrangendo uma área de até 250 quilômetros, a partir do radar instalado na cidade de São Roque – SP. Para a Região Metropolitana de Campinas (RMC), as informações serão ainda mais detalhadas, com a possibilidade de previsão de eventos severos e raios em curto prazo, isso graças ao radar de dupla polarização instalado na Unicamp no começo de setembro, além de outros sensores.
O início da operação do SOS-CHUVA foi marcado por um workshop no auditório da Diretoria Geral de Administração (DGA) nesta quinta-feira (6). Representantes do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Cepagri Unicamp e da Defesa Civil do Estado falaram sobre clima, previsões e sobre o funcionamento do sistema. “Há quatro meses tivemos aquele evento severo em Campinas e cidades da região que foi um marco para nós. Com isso demonstramos a importância que a gente dá a esse tipo de pesquisa que minimize ou evite todo o tipo de perdas, sobretudo as humanas”, afirmou a meteorologista Ana Avila, do Cepagri.
O SOS-Chuva é composto de três radares meteorológicos incluindo o da Unicamp, além de equipamentos como sensores de superfície e detectores de granizo. As informações de curto prazo cobrem um período de até seis horas e servem tanto para os meteorologistas, como para a população em geral. Além do aplicativo para Android e IOS, que pode ser baixado no site do projeto, os dados são disponibilizados no site do sistema. Por enquanto o sistema informa chuva em tempo real, previsão de chuva para os próximos 20 minutos, raios que aconteceram e imagens de satélites coletadas há meia hora. Os outros produtos como previsão de raios, probabilidade de chuva intensa e previsão baseada em um modelo numérico serão disponibilizados ao longo do projeto, segundo o tecnologista do CPTEC Luiz Eduardo Guarino. O aplicativo é mais voltado à população, enquanto o site deverá ser de maior interesse para pesquisadores e meteorologistas.
O coordenador do projeto SOS-Chuva, Luiz Augusto Machado, do INPE, afirmou que tanto o aplicativo quanto a página web estão em sua primeira versão. “O sistema vai ser construído ao longo do projeto. Nós pretendemos implementar não só todos os outros produtos meteorológicos e tecnológicos como informações para a sociedade melhor entender o comportamento do tempo, sabendo o que fazer no caso de chuvas”. Machado ressaltou que o sistema dará avisos meteorológicos, cabendo sempre à Defesa Civil, como é lei, fazer os alertas à população em caso de eventos severos.
O diretor da Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Walter Niakas Júnior, afirmou que o sistema irá somar. “Temos um centro de gerenciamento de emergência que fica no Palácio, e equipes que monitoram as condições do estado diuturnamente. Este detalhamento da região de Campinas e a previsão de curto prazo, são as informações que a população vai precisar."