A responsabilidade social, entendida como o compromisso com a compreensão dos problemas da sociedade e a busca por soluções que possam aprimorar a vida das comunidades, é a principal marca característica da Unicamp. A indicação foi apresentada pelos participantes do primeiro workshop do Projeto Valores Vivos, promovido no último dia 15 de maio para fomentar a reflexão sobre os princípios da Universidade. A iniciativa integra um projeto-piloto que tem por objetivo repensar os preceitos contidos na Magna Charta Universitatum (MCU), documento elaborado em 1988 na Europa. A MCU conta atualmente com cerca de 800 signatários de 85 países, a Unicamp entre eles.
O relatório sobre os resultados do workshop foi apresentado na última sexta-feira (8) ao reitor Marcelo Knobel e à pró-reitora de Graduação, Eliana Amaral, pela equipe responsável pela organização do evento. Além da responsabilidade social, os participantes elencaram outros 11 valores que consideram fundamentais para a Unicamp, a saber: autonomia institucional, accountability, liberdade acadêmica, rigor e excelência acadêmicos, sustentabilidade, excelência inclusiva, equidade, integridade, criatividade, futuro/horizonte e compromisso institucional.
Participaram das atividades dirigentes, docentes, pesquisadores, estudantes e funcionários. As discussões em torno do tema central foram precedidas por uma apresentação sobre o contexto em que a Magna Charta foi criada e a importância da sua revisão, feita pela professora Eva Egron-Polak, ex-secretária-geral da Associação Internacional de Universidades e membro sênior do Observatório da Charta Magna, que atua como guardião global dos valores consolidados na declaração.
Segundo Ana Maria Alves Carneiro da Silva, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP) e integrante da equipe responsável pelos trabalhos no âmbito da Unicamp, os participantes do workshop promoveram diversas rodadas de discussões, levando em conta os princípios da Magana Charta, os novos valores apresentados pelo Observatório e aqueles consignados no projeto e mapa estratégicos da Universidade. “Além disso, o grupo também pôde sugerir outros valores e formular as respectivas definições. Ao final, os participantes elegeram os pontos que consideraram relevantes para o contexto da Unicamp”, explica.
A professora Dora Kassisse, assessora da Reitoria e também membro da equipe organizadora do Valores Vivos, destaca que as atividades foram desenvolvidas em clima de absoluta colaboração. “As pessoas tiveram total liberdade para debater e manifestar as suas posições. Foi um trabalho bastante construtivo”, considera. O reitor Marcelo Knobel também assinala a relevância da iniciativa, lembrando que “os resultados do projeto serão discutidos no âmbito do Planejamento Estratégico da Unicamp, que é uma prática já consolidada na Universidade e que define a missão da instituição”.
O próximo passo, adianta Ana Maria, será estender as reflexões aceca dos valores da Unicamp para o conjunto da comunidade universitária e também para representantes da sociedade. Isso será feito por meio de um questionário online, que colherá a posição desse público. As respostas serão posteriormente analisadas e servirão de base para a orientar a execução de ações, projetos e programas da Universidade. Um novo workshop fará a difusão das iniciativas a serem executadas. “Paralelamente a essas atividades, vamos apresentar os resultados preliminares do projeto-piloto no final de junho e os resultados finais do trabalho em setembro, em encontro marcado para a cidade de Salamanca, na Espanha”, adianta Dora Kassisse.
Lei a integra da Magna Charta Universitatum