A Administração Central da Unicamp recebeu na tarde desta terça-feira (19) representantes do Sindicatos dos Trabalhadores da Unicamp (STU) para mais uma rodada de negociação da pauta de reivindicação específica dos servidores técnico-administrativos da Universidade. Na oportunidade, os sindicalistas apresentaram um ofício contendo seis propostas aprovadas pela assembleia da categoria: correção do auxílio alimentação pela inflação do período 2014/2018; concessão de auxílio nutrição para os aposentados; concessão de vale refeição; abertura de concurso público e melhoria das condições de trabalho, principalmente na área da saúde; concessão de um referência na tabela das carreiras dos funcionários e pesquisadores, de modo a alterar os pisos das referidas carreiras, alcançando ativos e aposentados; e isenção do desconto do transporte fretado.
O reitor Marcelo Knobel refirmou aos sindicalistas que a Unicamp enfrenta uma série crise orçamentária, agravada pelo baixo desempenho da economia do país e pela indefinição do cenário político. O dirigente assinalou que a Universidade já trabalha com um déficit de R$ 239 milhões para 2018, e que qualquer aumento de gastos tornará a situação financeira da instituição ainda mais crítica. Por causa das dificuldades atuais, acrescentou o reitor, a Unicamp não tem condições de ir além da primeira proposta apresentada ao STU, de correção do auxílio alimentação de R$ 850 para R$ 950.
Marcelo Knobel voltou a dizer aos dirigentes sindicais que, embora esse tipo de negociação faça emergir as naturais divergências entre partes envolvidas, ambas têm o mesmo compromisso, que é a defesa da Universidade e do ensino público gratuito e de qualidade. “Nossas contas, bem como as nossas decisões na gestão da instituição são absolutamente transparentes. Tudo está disponível para a consulta dos interessados. Realmente, a situação financeira da Universidade não nos permite ir além da proposta original”, explicou.
Atendendo a uma solicitação do STU, o reitor determinou à Assessoria de Economia e Planejamento (Aeplan) a realização de um novo estudo técnico para verificar se existe alguma margem orçamentária que permita a destinação de recursos para atender às reivindicações dos trabalhadores, como alegou o Sindicato. Também como demonstração da disposição de manter o diálogo aberto, Knobel informou que pedirá à Prefeitura Universitária dados sobre o transporte fretado.
A coordenadora-geral da Universidade, Teresa Atvars, que também participou da reunião, igualmente se colocou à disposição dos sindicalistas para promover uma reunião com gestores da área da saúde, para tratar de assuntos relativos à contratação de funcionários e melhoria das condições de trabalho. Ela adiantou que, mesmo diante das dificuldades financeiras atuais, a Unicamp vem promovendo contratações, via concurso público, para recompor o quadro de funcionários de unidades como Hospital de Clínicas, Hospital da Mulher “Professor José Aristodemo Pinotti” (Caism), Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Centro de Diagnóstico de Doenças do Aparelho Digestivo (Gastrocentro) e Centro de Saúde da Comunidade (Cecom).
O STU solicitou, ainda, a marcação de uma nova reunião de negociação da pauta específica para a tarde de segunda-feira próxima (25). O reitor ficou de consultar a sua agenda para definir a data do encontro, mas adiantou que tem todo o interesse em receber o STU e continuar construindo conjuntamente com o Sindicato um acordo que possa colocar fim à greve deflagrada pelos trabalhadores da Universidade.
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