A Unicamp permaneceu entre as 20 melhores universidades do BRICS – o grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, assumiu a liderança nacional na área de ciências sociais e surgiu à frente das demais instituições brasileiras também na área de educação. Esses são os principais destaques dos rankings internacionais de universidades divulgados nesta semana pela consultoria QS e pela publicação Times Higher Education (THE), ambas britânicas, especializadas em ensino superior e responsáveis por organizar as classificações mais respeitadas do setor.
A QS e a THE divulgaram cinco rankings nesta semana. O primeiro a sair, na terceira-feira (16), foi a edição de 2019 do ranking da QS para o BRICS, na qual a Unicamp apareceu em 16º lugar. Os outros quatro, todos da THE e restritos a áreas específicas do conhecimento, saíram na quarta-feira (17). A Unicamp manteve sua posição no ranking da área de ciências sociais e fez sua estreia nos rankings das áreas de educação e de negócios e economia. A Universidade ficou de fora do quarto ranking divulgado pela THE porque não desenvolve atividades de ensino e pesquisa na área em questão, a de direito.
O ranking da QS para o BRICS
A Unicamp foi a segunda brasileira mais bem classificada na edição de 2019 do ranking da QS para o BRICS. Ficou atrás apenas da USP, a 14ª da lista. A Unesp, que completa o trio das estaduais paulistas, surgiu em seguida como a terceira melhor do país no ranking, em 29º lugar. A QS avaliou 399 universidades no total: 112 da China, 101 da Rússia, 90 do Brasil, 83 da Índia e 13 da África do Sul.
Embora tenha perdido quatro posições em relação ao ranking de 2018, que compreendeu 300 universidades, a Unicamp manteve sua colocação histórica entre as 20 melhores do BRICS. A Universidade tem figurado nesse grupo desde que a QS publicou seu primeiro ranking específico para os cinco países emergentes, em 2014.
Na edição de 2019, metade das 20 primeiras posições – incluindo as cinco no topo da tabela – foram preenchidas por universidades chinesas. As outras dez posições couberam a quatro universidades russas, a outras quatro indianas e às duas já mencionadas representantes do Brasil, Unicamp e USP.
A QS elaborou o ranking de 2019 com base em oito indicadores, aos quais atribuiu pesos diferentes para a composição da nota final de cada universidade: reputação acadêmica (30%), reputação perante o empregador (20%), docentes por aluno (20%), docentes com doutorado (10%), artigos por docente (10%), citações por artigo (5%), docentes internacionais (2,5%) e alunos internacionais (2,5%).
Dois dos indicadores que renderam as maiores pontuações para a Unicamp foram os de reputação acadêmica e de reputação perante o empregador, o que comprava o prestígio da Universidade na comunidade científica internacional (veja nesta figura o desempenho da Unicamp nesses indicadores comparado ao de outras universidades). A pontuação da Unicamp só foi maior no indicador que considera a porcentagem de docentes com doutorado – que é, no caso, de 99%, segundo a edição mais recente do Anuário Estatístico da Universidade (veja aqui as pontuações da Unicamp em cada um dos oito indicadores).
Os rankings por áreas da THE
A Unicamp foi a universidade brasileira que atingiu a colocação mais alta no ranking da THE para a área de ciências sociais). O bom desempenho repetiu-se no ranking da área de educação, no qual a Unicamp dividiu com a USP a liderança nacional. Esta foi a primeira vez que a Unicamp e outras universidades brasileiras entraram tanto no ranking da área de educação como no da área de negócios e economia.
No ranking da área de ciências sociais, a Unicamp conquistou a liderança nacional em razão da queda da USP, ao lado de quem figurava entre as 201 e 250 melhores universidades do mundo, para o bloco que compreende as posições de número 251 a 300. Em relação à edição de 2018, a primeira com a presença da Unicamp, a quantidade de universidades listadas aumentou de 400 para 666. Como consequência, cresceu também a representação brasileira, de 4 para 19 instituições.
Os rankings das áreas de educação e de negócios e economia também tiveram seus universos ampliados de forma significativa. No primeiro caso, o número total de universidades passou de 100 para 428; no segundo, o aumento foi ainda maior, de 100 para 585 instituições.
A Unicamp estreou no ranking da área de educação já entre as posições de número 151 e 175, mesma classificação obtida pela USP. As duas estaduais paulistas ficaram à frente de outras 13 universidades brasileiras. No ranking da área de negócios e economia, a Unicamp classificou-se no bloco que engloba as posições de número 401 a 500. A USP conseguiu a melhor colocação dentre as 13 brasileiras listadas, entre as posições de número 251 e 300.
Os rankings por áreas que a THE divulgou nesta semana tiveram como base a edição de 2019 da classificação global de universidades apresentada pela publicação em setembro. A THE utilizou os mesmos 13 indicadores que nortearam a elaboração da lista das melhores universidades do mundo, mas fez pequenas adaptações na metodologia para adequá-la às caraterísticas de cada área.