Sistema
de monitoramento por câmeras
no campus entra em fase final de testes
Equipamentos devem entrar
em operação entre os meses de maio e junho
Fotos: Antonio
Scarpinetti Edição das
imagens: Luis
Paulo Silva
Em
fase final de implantação, o sistema de
monitoramento por câmeras na Unicamp deverá
entrar em operação entre os meses de maio
e junho. As 240 câmeras já foram instaladas,
a sede de monitoramento está concluída e
os funcionários que irão operar os equipamentos
estão sendo contratados. O projeto, que atualmente
encontra-se na fase de testes e ajustes, deverá
garantir maior segurança do patrimônio e
da comunidade interna, bem como dos usuários de
serviços e visitantes.
"A
prevenção é o aspecto mais importante
do monitoramento por câmeras. Com sua implantação,
esperamos uma redução significativa do número
de ocorrências, que na Unicamp já é
menor que no distrito de Barão Geraldo e no restante
da cidade de Campinas", diz o pró-reitor de
Desenvolvimento Universitário, Paulo Eduardo Rodrigues
da Silva. Segundo ele, o sistema dará cobertura
a todo o campus de Barão Geraldo. "Praticamente
todas as ruas, avenidas, praças, áreas comuns
de circulação e estacionamento estarão
sob o olhar permanente das câmeras".
Totalizando
um investimento da ordem de R$ 3 milhões, o sistema
apresenta alto grau de sofisticação. Ao
todo são 226 câmeras fixas, instaladas em
pontos altos como prédios, postes e caixas d'água,
e outras 14 câmeras móveis, que permitem
giro horizontal e vertical com zoom, instaladas em locais
estratégicos. As câmeras estão conectadas
a 22 equipamentos do tipo DVR (Digital Vídeo Record),
que armazenarão as imagens gravadas. Para isso,
cada DVR conta com HD de 2 terabyts. A partir dos DVRs,
as imagens serão armazenadas e transmitidas para
a central de monitoramento, onde os operadores poderão
acompanhar as atividades no campus.
"Um
dos benefícios do sistema é a recuperação
de imagens para análise mais minuciosa", observa
o professor Roberto Rodrigues Paes, prefeito do campus.
"Com
isso, acidentes, incidentes ou qualquer outra ocorrência
suspeita poderão ser examinados com riqueza de
detalhes, identificando as pessoas envolvidas e as circunstâncias
em que os eventos ocorreram", completa. Idealizado
por uma comissão coordenada pelo professor Carlos
Alberto dos Reis Filho, ligado à Faculdade de Engenharia
Elétrica e de Computação (FEEC),
o sistema de câmeras também conta com um
circuito de fibras óticas independente da rede
que dá suporte à Universidade. "Com
isso, evita-se a ação de hackers ou interrupção
na cobertura das câmeras em caso de avaria no circuito
do campus", explica José Luiz Silveira, integrante
da comissão. A equipe de rede foi coordenada por
Gustavo de Oliveira Carvalho, do Centro de Computação
da Unicamp.
De
acordo com o prefeito, o campus foi dividido em regiões
onde se situam 24 módulos denominados TCs (telecomunication
closets), que gravam as informações enviadas
por determinado número de câmeras a eles
interligadas. Na
área do Ciclo Básico, por exemplo, onde
há grande circulação de estudantes
e professores, estão instaladas 21 câmeras.
Outras 21 farão o monitoramento na área
de saúde, que compreende o Hospital de Clínicas,
Gastrocentro, Hemocentro e Hospital da Mulher Professor
Doutor José Aristodemo Pinotti (Caism-Unicamp).
A
Central de Monitoramento, com 100 metros quadrados, é
blindada e climatizada. Nela foram instalados 16 monitores
de vídeo mais quatro telões conectados ao
circuito de câmeras, com capacidade de 16 a 24 imagens
por tela. Os equipamentos serão operados por 50
funcionários, divididos em quatro turnos de seis
horas, o que garantirá cobertura 24 horas por dia.
Segundo o prefeito do campus, a equipe está sendo
treinada para atuar de maneira integrada aos postos de
vigilância distribuídos pelo campus.
"Acreditamos na eficácia do sistema para reduzir
o número de ocorrências, melhorando sensivelmente
o ambiente da Universidade", afirma Rodrigues Paes.
Por sua vez, o pró-reitor Paulo Rodrigues da Silva
ressalta que o sistema visa apenas o controle de ocorrências
relacionadas com a segurança pessoal e patrimonial.
"Claro que essa iniciativa permitirá maior
agilidade na repressão à criminalidade,
mas um dos principais objetivos é dissuadir os
criminosos que eventualmente planejam agir no campus",
diz ele
Números
mostram queda
nas ocorrências policiais
De acordo com o pró-reitor, mesmo sem a entrada
em operação das câmeras, o índice
de ocorrências policiais no campus de Barão
Geraldo caiu de maneira significativa desde o segundo
semestre de 2010. O número de furto de veículos,
por exemplo, caiu de 20 no primeiro trimestre de 2010
para apenas três no mesmo período de 2011
(veja gráfico nesta página). Além
dessas ocorrências, no primeiro trimestre de 2011
foram registrados apenas dois casos de roubo, mesmo número
registrado em igual período do ano passado.
"Não
ignoramos a ocorrência de crimes na Universidade,
mas trata-se de um índice reduzido quando comparado
ao centro urbano de Campinas", pondera Rodrigues
da Silva. "A Unicamp está atenta e tem tomado
medidas no sentido de evitar as ocorrências",
completa. Segundo ele, a redução observada
a partir do segundo semestre do ano passado já
é resultado de medidas tomadas pela administração
da Universidade, entre elas a contratação
de um corpo próprio de profissionais que integram
o Sistema de Vigilância Interna.
Outra
medida adotada foi um acordo com instituições
financeiras para a retirada de caixas eletrônicos
que funcionavam em locais de livre acesso. Desde
janeiro, os equipamentos estão disponíveis
apenas dentro das agências bancárias que
funcionam no campus. "Acreditamos que essa iniciativa
tenha contribuído fortemente para reduzir a ação
dos criminosos na área da Universidade", observa
o prefeito.
A
redução no índice de criminalidade
também é confirmada pelo delegado do 7º
Distrito Policial, Tadeu Aparecido Brito Alencar. "Houve
nos últimos meses uma queda acentuada no número
de ocorrências no campus", afirma. Segundo
ele, além das medidas administrativas tomadas pela
Unicamp, esse novo cenário também resulta
de uma mudança de postura no corpo de segurança
interna, que passou a articular-se de maneira mais eficiente
com a polícia.
"Hoje temos praticamente uma linha direta de comunicação
entre a Unicamp e nossa delegacia", explica Alencar.
A segurança do campus, incluindo os estacionamentos,
é feita pelo Serviço de Vigilância
Interna, que tem como principal objetivo a preservação
patrimonial. Esse serviço conta com 215 profissionais,
11 automóveis e 11 motocicletas e, entre outras
atividades, realiza diariamente um levantamento dos veículos
que permanecem estacionados na Universidade além
do horário das atividades de ensino e pesquisa.
Em caso de suspeita sobre a origem do veículo,
o setor comunica o fato à autoridade policial,
para as providências cabíveis. "Hoje
as informações chegam rapidamente, o que
nos permite atuar de forma ágil na repressão
a eventuais crimes", explica o delegado.
Cancelas
ampliarão
controle de veículos
Além
do sistema de monitoramento por câmeras, a PRDU
e a prefeitura do campus também já preparam
um sistema de cancelas eletrônicas que será
implantado para maior controle no fluxo de veículos
que entram e saem da Unicamp. O sistema substituirá
o atual modelo, que utiliza adesivos para usuários
cadastrados e cartões para visitantes eventuais.
A expectativa é que a novidade entre em operação
nos próximos meses. Diariamente, circulam pelo
campus cerca de 35 mil veículos.
Em desenvolvimento por um grupo de estudantes da Faculdade
de Engenharia Mecânica (FEM), o novo modelo está
orçado em R$ 600 mil. O sistema funcionará
a partir de dois chips, um instalado no carro e outro
num cartão eletrônico que ficará com
o dono do veículo. O objetivo é vincular
a identificação do automóvel à
identidade funcional do motorista. Se no momento de passar
pela cancela o sistema de leitura detectar discrepância
nos dados, a cancela não se abrirá.
"Acreditamos que isso dificultará, por exemplo,
que veículos furtados consigam sair do campus",
diz o prefeito. "Para que a cancela seja liberada,
a identidade funcional terá de coincidir com o
cadastro do veículo em nosso banco de dados",
completa. Já os visitantes não cadastrados
receberão um cartão eletrônico que
acionará as cancelas no momento da saída.
Além disso, câmeras de monitoramento instaladas
nos acessos de entrada e saída gravarão
as imagens do veículo e do motorista. Vigilantes
motorizados também permanecerão nas portarias,
garantindo maior segurança ao sistema.
O campus dispõe atualmente de 9.240 vagas para
estacionamento. Desse total, 5.340 estão localizadas
nos bolsões próximos às unidades
de ensino e pesquisa, complexo hospitalar e órgãos
administrativos. Outras 3.900 vagas estão localizadas
nas ruas e avenidas do campus. Para ampliar a capacidade,
a Unicamp pretende criar mais quatro mil vagas dentro
de dois anos, em área próxima à portaria
5, que dá acesso à rodovia D. Pedro I e
à PUC-Campinas. O projeto inclui, ainda, a construção
de um centro de convenções na mesma área.