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Pedagoga lança livro
sobre formação de educadores

O Centro de Memória-Unicamp (CMU) e a Editora Mercado de Letras acabam de lançar o livro Formação de Educadores - Memória, Patrimônio e Meio Ambiente, organizado pela pedagoga e pesquisadora do CMU Margareth Brandini Park. A obra(208 páginas, R$ 23,00) reúne onze artigos elaborados por pesquisadores vinculados ao CMU, órgão da Universidade que há anos vem focalizando a formação de educadores e a parceria com prefeituras da região. Os artigos reunidos (resultados de trabalhos desenvolvidos em parceria com a Prefeitura Municipal de Jarinu), segundo Margareth Park, permitem uma reflexão sobre os trabalhos de formação de professores que as redes públicas implementam. "Esses textos permitem socializar uma metodologia de trabalho que possui entre outras qualidades, a de garantir as idiossincrasias de cada lugar. De forma alguma esse tipo de projeto pode ser copiado, ele pode ocorrer com o embasamento de pressupostos comuns, porém totalmente vinculado às especificidades de seu cotidiano", diz a organizadora.

Margareth lembra ainda que os trabalhos que integram a obra elegem a memória, o cotidiano, o envolvimento da comunidade e a metodologia da história oral como bases para um processo de formação continuada de professores. "O que pretendemos, entre outros objetivos, é que esse trabalho resulte em laços de pertencimento e que culmine com o desenvolvimento de projetos significativos para a comunidade escolar e de seu entorno", diz.

Espinha dorsal - O artigos que compõe o livro abordam aspectos ligados a patrimônio, meio-ambiente e memória. "Acreditamos que somente restaurar prédios e lugares não seja suficiente para gerar comportamentos e sentimentos de pertença. Os trabalhos que desenvolvemos com patrimônios da cidade envolvem os alunos, educadores e pessoas da comunidade que participam dos processos para apreendê-los". Ela explica que o livro não contém informações para saudosistas ou membros de uma elite ávida por manter de pé os símbolos de seus períodos de poder. "Pensamos que, ao estudar as técnicas da arquitetura de terra, taipa de mão ou de pilão podemos trabalhar, ressignificando os saberes populares que acabaram sendo desqualificados por interesses dos setores da construção civil, em um dado momento histórico. O trabalho com o meio ambiente e a memória visa questionar práticas poluidoras e propor experiências com novas formas de agir no cotidiano."

Segundo Margareth, a memória dos habitantes fornece inúmeras pistas para tais buscas. Perseguir uma melhor qualidade de vida pode ser possível com a ajuda das pessoas que viveram outras experiências e que estão dispostos a socializá-las. "Mais que movimentos saudosistas de setores da sociedade, cremos que os trabalhos com o cotidiano, a memória e a cultura possam apontar caminhos onde as utopias tenham espaços".

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