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Nepp: inovação educacional
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Envelhecer com dignidade
 

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Nepp coordena projeto de inovação educacional


MANUEL ALVES FILHO


A professora Gilda Figueiredo Portugal Gouvêa: 30 propostas já foram inscritas no programa Ao ouvir a palavra “inovação”, a primeira idéia que ocorre a muitas pessoas é a de um produto ou processo desenvolvido a partir da alta tecnologia. A associação tem todo o sentido, mas o emprego do termo não se limita apenas a este caso. Ele também pode ser aplicado a ações executadas na área da educação, algumas com bastante sucesso. São justamente experiências deste tipo, conduzidas no ensino fundamental, que estão sendo registradas por um programa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O esforço, que reúne 15 países da América Latina e Caribe e é financiado pelo governo espanhol, tem por objetivos “produzir, trocar e difundir conhecimentos e informações relevantes sobre os processos de mudanças e de inovações em educação”. A coordenação dos trabalhos no Brasil está sob a responsabilidade do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Unicamp.

Cada país elegeu um tema

Batizado de Rede Innovemos, o programa existe há três anos, embora o Brasil só tenha ingressado nele há oito meses. De acordo com a coordenadora das atividades no país, professora Gilda Figueiredo Portugal Gouvêa, o projeto é desenvolvido em duas frentes: a manutenção de um portal na internet e a construção de uma metodologia para registro de uma inovação educacional. O primeiro, explica, promove o registro das inovações a partir de experiências da “ponta”. Em outras palavras, mesmo que resultem de uma ação governamental ou da iniciativa de uma empresa privada, as iniciativas serão consignadas a partir dos seus principais protagonistas: professores, diretores e líderes comunitários. São eles que merecerão os créditos.

Conforme a professora Gilda, cada país elegeu um tema para ser trabalhado. O Brasil optou por “Diversidade e Eqüidade”. Para identificar as ações inovadoras, a Rede Innovemos encaminhou um documento a várias instituições da sociedade civil, solicitando que ajudem a indicar experiências que, a seu juízo, mereceriam ser incluídas no Portal Innovemos da Unesco. Uma das exigências é que elas estejam sendo aplicadas há pelo menos três anos. “Não queremos boas idéias simplesmente. Queremos identificar projetos originais que já tenham sido testados e estejam dando bons resultados”, explica a pesquisadora do Nepp. Ela esclarece, ainda, que os protagonistas dessas ações precisam preencher uma ficha, na qual fornecerão detalhes do trabalho.

Posteriormente, os dados serão analisados por um Conselho de Avaliação e Sistematização, formado por especialistas em educação e representantes de entidades da sociedade civil. “Neste primeiro momento, estaremos elegendo cinco experiências, que serão registradas no portal e terão a sua metodologia e resultados difundidos para os demais integrantes da Rede Innovemos. Nossa expectativa é que, na segunda etapa do trabalho, possamos ampliar o número de projetos a serem registrados”, afirma a professora Gilda. Segundo a pesquisadora do Nepp, os projetos eleitos serão amplamente difundidos para que tenham maiores possibilidades de expansão e até mesmo de financiamento.

Paralelamente à escolha das inovações educacionais, os especialistas brasileiros também estão promovendo um estudo de caso, a partir de uma experiência tocada em Campinas. A idéia é testar a metodologia do uso da ficha de inscrição. “Em junho, haverá um seminário reunindo toda a Rede Innovemos. Na oportunidade, vamos analisar os critérios do instrumento que está em construção”, destaca a professora Gilda. Até o momento, conforme a docente da Unicamp, cerca de 30 propostas foram inscritas no programa. “Esse número, que parece pequeno, tem um aspecto positivo. É sinal de que os próprios protagonistas das ações estão sendo seletivos”. Outras informações sobre o projeto da Unesco podem ser obtidas junto a Juliana Cajueiro, pesquisadora do Nepp, pelo e-mail cajueiro@nepp.unicamp.br ou no Portal Innovemos (http://innovemos.unesco.cl).

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