Cresce nível de
excelência da pós-graduação
A Unicamp segue elevando o nível de excelência da pós-graduação. O número de alunos matriculados nos 61 programas de mestrado e 59 de doutorado subiu de 14.077 em 2003 para 14.763 em 2004, o que representa 49% do total de estudantes dos campi, uma proporção inédita na América Latina. Há vários anos a instituição responde por aproximadamente 10% das teses e dissertações produzidas no país. De acordo com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação, em 2004 foram defendidas 1.169 dissertações de mestrado e 732 teses de doutorado, o que faz da Unicamp uma das poucas universidades no mundo a formar mais de 700 doutores por ano.
Ao mesmo tempo, conforme avaliação trienal da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior) divulgada em outubro último, de 16 cursos com nível de excelência na avaliação 1998/2002, o número saltou para 23 um aumento de quase 50%. São cursos que receberam conceitos 6 e 7, os mais altos da classificação. Uma marca importante obtida recentemente foi a de 20.000 teses em julho de 2003.
Apesar de reconhecida a excelência, vem sendo desenvolvido um trabalho em duas frentes para ampliar os limites de qualidade. Na primeira delas, a Comissão Central de Pós-Graduação realizou uma avaliação interna dos cursos, processo que permitiu à comunidade acadêmica atuante da pós-graduação aprofundar seu conhecimento sobre os diferentes programas. Discutiu-se a implementação de ações concretas, no âmbito das unidades de ensino, para que os programas que ainda não atingiram o grau de excelência possam faze-lo a curto e a médio prazos.
Na outra frente de trabalho, realizou-se um esforço concentrado, no final de 2003, para a melhoria da qualidade e quantidade dos dados estatísticos que são disponibilizados no site da Pró-Reitoria de Pós-Graduação. O serviço foi dotado de maior quantidade de informações, permitindo uma avaliação anual detalhada do número de alunos matriculados, a origem geográfica desses alunos, a relação entre inscritos e ingressantes, e o número de bolsas de estudos vigentes e de teses defendidas.
Mais cursos No período de 2002-2003, oito novos cursos de pós-graduação foram aprovados e reconhecidos pela Capes: Fisioterapia Médica (mestrado), Geografia (mestrado e doutorado), Engenharia Civil (doutorado), Sociologia (doutorado), Antropologia Social (doutorado), Ensino e História de Ciências da Terra (mestrado e doutorado), Ambiente e Sociedade (doutorado) e Demografia (mestrado). No mesmo período foi implantado também o curso de Mestrado Profissional em Odontologia em Saúde Coletiva.
Uma experiência pioneira é o mestrado em Relações Internacionais realizado em conjunto com Unesp e PUC de São Paulo, implantado efetivamente em 2003, em que o aluno recebe o diploma da universidade onde se encontra seu orientador. A primeira turma possui 15 alunos matriculados. Nos últimos dois anos foram desenvolvidos onze cursos de mestrado interinstitucionais em parceria com instituições de dez diferentes estados. Os cursos fazem parte do Programa de Mestrado Internacional financiado pela Capes (Minter-Capes), que tem por objetivo atender a um contingente de professores de instituições localizadas fora dos grandes centros de ensino e pesquisa, partilhando programas de pós-graduação de qualidade reconhecida.
Bolsas CNPq Acatando proposta dos representes de alunos de pós-graduação no Conselho Universitário, foram aprovadas moções defendendo a apropriação de recursos adicionais no orçamento da União para permitir o aumento do valor das bolsas de pós-graduação do CNPq. Duas delegações de pós-graduandos estiveram no Congresso Nacional para defender o aumento junto a deputados e senadores. Estas ações, somadas aos esforços de outros setores nacionais, contribuíram para que se obtivesse o recente aumento de 18% no valor das bolsas.
Ao lado de uma política de ampliação dos mecanismos de inserção dos alunos de pós-graduação nas atividades de ensino e pesquisa, uma das prioridades da Reitoria foi atuar fortemente junto às agências financiadoras, ao lado dos discentes, para recuperar e ampliar as cotas institucionais de bolsas de mestrado e doutorado. As negociações se justificam, pois tomando o período de 1994-2004, houve uma redução nas bolsas concedidas pelo CNPq. Até 2001 esta queda foi compensada em parte pelo aumento das bolsas Fapesp e pela manutenção das bolsas Capes.
Outras ações
Com a OEA
Um acordo com a Organização dos Estados Americanos (OEA), válido desde 2004, deverá incrementar a concessão de bolsas a estudantes estrangeiros interessados em concluir a graduação ou fazer a pós-graduação na Unicamp. Ao mesmo tempo, convênio com o principal órgão financiador de bolsas de pós-graduação na Alemanha (Daad) permitirá aumento significativo do número de estudantes da Unicamp que queiram complementar seus estudos naquele país e na União Européia.
Com a Capes
Também junto à Capes foram conseguidos recursos para convênio de intercâmbio com a Universidade do Texas, além de novas bolsas para alunos estrangeiros dentro do programa PEC-PG. Paralelamente, a Unicamp foi convidada e aceitou integrar a rede de pontos focais de um novo programa da UE (Alban) para concessão de bolsas de pós-graduação para estudantes latino-americanos em universidades européias.
Docência
Em programas da própria Unicamp, 894 alunos participaram do Programa de Estágio Docente e 63 foram contemplados com bolsas do Programa Piloto esses últimos são alunos de doutorado que ministrarão disciplinas de graduação durante seus estudos. Iniciaram suas atividades como docentes na Unicamp, em 2003, 13 bolsistas do Programa de Absorção Temporária de Doutores (ProDoc), que promove a inserção de jovens doutores em cursos de pós-graduação avaliados pela Capes.
Reflexão
O seminário internacional “Diversidade na Ciência”, realizado no período 2003-2004, possibilitou que a Unicamp promovesse uma profunda reflexão sobre as novas condições da produção de conhecimento. O evento fez parte de uma série de seminários que visam debater o desaparecimento das fronteiras na ciência contemporânea e a importância da interdisciplinaridade como pré-requisito da produção científica no século 21.