Arte e ciência
a serviço da comunidade
Nos últimos três anos, a Escola de Extensão da Unicamp (Extecamp) aumentou em 25% o número de cursos e expandiu em 37% o volume de matrículas em comparação com o biênio imediatamente anterior. O resultado, considerado expressivo, é resultado de uma política que melhorou o atendimento ao público externo e interno e facilitou o acesso aos serviços oferecidos. Atualmente, a Extecamp tem 2.216 cursos em catálogo. Dados de 2003 indicam que 14. 012 alunos estavam matriculados em seus cursos de extensão, número superior aos dos alunos de pós-graduação e comparável ao dos estudantes de graduação da Universidade. Desde 1994, o número de horas-aula cresceu seis vezes.
No período de 2002-2004, a Extecamp passou por um processo de aperfeiçoamento da sua estrutura institucional. Graças a uma série de medidas de reestruturação, foi possível avançar em relação à organização da base de dados, aproximação das unidades de ensino e pesquisa, atendimento e orientação aos usuários, infra-estrutura de informática e difusão dos cursos para a sociedade. Tomando um período mais amplo para análise, entre 2001 e 2004, os números mostram uma evolução de 32% nas matrículas e de 49% na quantidade de cursos oferecidos.
Bom desempenho também obteve a Editora da Unicamp no último triênio. Neste período foram publicados 134 títulos, que abrangem as grandes áreas do conhecimento. Tal performance coincide com o projeto de reformulação do órgão, que foi dividido em três frentes: estrutura organizacional, infra-estrutura física e divulgação e comercialização dos produtos. Em relação ao primeiro aspecto, ocorreu a institucionalização da Editora, por meio da elaboração de um regimento, submetido e aprovado em 2002 pelo Conselho Universitário (Consu). O conjunto de normas permitiu não apenas determinar a sua estrutura e funcionamento, mas definir com clareza a composição do Conselho Editorial, formado por nove membros, incluindo uma representação externa.
O regimento favoreceu, ainda, a descentralização e democratização das decisões, por meio da possibilidade de criar Comissão Editoriais, constituídas por pesquisadores de reconhecida expressão, que se encarregaram de idealizar e gerir coleções específicas. No que se refere à infra-estrutura, destaque para o acordo celebrado entre a Editora e a Diretoria Geral de Administração (DGA), que permitiu a transferência dos estoques para o Almoxarifado Central, com maior controle, melhores condições de armazenamento e agilidade de manuseio. Houve também a aquisição de computadores e programas de última geração, o que permitiu conferir maior agilidade e qualidade à produção.
Em relação à estratégia de divulgação de seus livros, a Editora produziu um novo catálogo do conjunto de suas publicações, visto que o anterior estava esgotado. Destaque para a criação da Distribuidora que, em parceria com a Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), passou a emitir notas de consignação e venda, permitindo com a isso a penetração dos títulos nas grandes redes de livrarias do país. Além disso, a Editora inaugurou uma livraria própria nas dependências do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), cujo acervo está voltado para a literatura brasileira, estrangeira, infantil, entre outras.
A Unicamp desenvolveu, no período analisado, uma série de ações na área da política cultural, com reflexos positivos para as comunidades interna e externa. Neste período ocorreu, por exemplo, a consolidação do Espaço Cultural Casa do Lago, que atualmente tem estrutura organizacional própria e programação permanente. Ao mesmo tempo, foram iniciadas gestões para a modernização e implementação das atividades do Museu Dinâmico de Ciências de Campinas. Outra iniciativa importante foi o aprimoramento do Centro Cultural Estação Guanabara, visando transformar a antiga estação ferroviária de mesmo nome em um centro de atividades culturais e de exposições de ciência e tecnologia, sob a gestão da Universidade. A primeira fase do projeto, que envolve a recuperação do patrimônio arquitetônico, já está em andamento.
Música - Um projeto de grande vulto realizado em 2004 foi o Festival Internacional de Música. Com uma vasta programação de concertos clássicos e oficinas instrumentais, o evento atraiu cerca de 25 mil pessoas ao campus de Barão Geraldo, em Campinas. No elenco de convidados internacionais, vieram musicistas da Alemanha, Dinamarca, Espanha, Japão e Portugal. O festival também cumpriu uma importante função pedagógica ao inserir em suas oficinas 138 bolsistas selecionados entre mais de mil inscritos.
Previsto no programa original da gestão que ora se encerra, o Museu Exploratório de Ciências de Campinas foi organizado e construído por iniciativa da Unicamp e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, em parceria com a Prefeitura de Campinas e Instituto Sangari. Inaugurado em Campinas em abril de 2005, com o apoio da Fapesp e da Fundação Vitae, o museu tem por meta iniciar o público, principalmente o infantil, nos temas da exploração científica a partir da interatividade com o ambiente e com a própria pesquisa. A primeira iniciativa do museu, ainda em curso, é um projeto no campo da nanociência e da nanotecnologia, materializado na forma de um circo itinerante que percorrerá inclusive outras regiões do país. O circo mescla técnicas de comunicação e imersão, integrando elementos reais e virtuais, animações, filmes, teatro e jogos eletrônicos.
Projetos comunitários - No triênio 2002-2004, a Unicamp investiu R$ 3,3 milhões em projetos, programas e eventos de extensão que envolveram direta ou indiretamente a população de Campinas região. Estão incluídas nessa relação ações como os projetos de educação continuada para professores de escolas públicas paulistas. Por meio do programa "Ética e Cidadania", foram capacitados pela Universidade cerca de 200 docentes do ensino médio que atuam como assistentes pedagógicos na rede pública. Estes ministram cursos de atualização para outros 5 mil educadores, o que confere um caráter multiplicador à iniciativa.
Adicionalmente, a Unicamp desenvolveu projetos nas áreas de agricultura familiar, medicina da família, economia solidária, entre outros, que beneficiaram 35 mil pessoas, entre alunos de escolas públicas do ensino fundamental e médio e populações de bairros carentes. Igualmente importante foi o trabalho realizado pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), que assessora a formação de cooperativas populares, disponibilizando aos grupos atendidos o conhecimento técnico e científico produzido pelos especialistas da Universidade. O projeto conta com parcerias das prefeituras da região e tem, até o momento, 16 cooperativas incubadas. Estas congregam 450 cooperados, envolvendo perto de 1,6 mil pessoas.