RAQUEL DO CARMO SANTOS
Uma microbomba sem válvulas, desenvolvida com materiais simples e de baixo custo, foi o objetivo da pesquisa do cientista da computação Juliano Nunes Costa. Recorrendo ao poliuretano-acrilato, material largamente usado na indústria gráfica, e à membrana de látex para compor o diafragma, Costa desenvolveu um pequeno equipamento capaz de bombear fluidos sem a necessidade de válvulas, o que garante uma fabricação simplificada e um produto de maior durabilidade.
As aplicações das microbombas são inúmeras, como para a administração controlada de medicamentos (principalmente na quimioterapia), injeção de insulina ou para a dosagem de drogas em geral. Elas trazem vantagens imediatas no alívio de dores causadas por injeções freqüentes, devido ao melhor controle da dosagem. Uma segunda aplicação é como dosadora de reagentes em micro-reatores para análises químicas, uma das pesquisas em andamento, e que fará uso da microbomba desenvolvida por Juliano Costa.
O protótipo da microbomba mede apenas 52 milímetros de comprimento por 23mm de largura e 8,2mm de altura, mas é possível desenvolver projetos de dispositivos ainda menores. Os testes apontaram vazões de 0,2 a 4,6 ml por minuto, com boa repetibilidade e estabilidade. A dissertação de mestrado “Projeto, Fabricação e Teste de uma Microbomba sem Válvulas” foi apresentada recentemente por Juliano Costa na Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), com orientação do professor Eurípedes Guilherme de Oliveira Nóbrega. O trabalho deve prosseguir com a construção de novos protótipos que possam vir a ser industrializados.