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FEA desenvolve produto dietético para idosos com sinais de desnutrição

RAQUEL DO CARMO SANTOS

Fabiane Ziegler e o professor Valdemiro Sgarbieri em laboratório da FEA: produto visa suprir principais deficiências da terceira idade (Foto: Antonio Scarpinetti)Um produto dietético funcional para idosos desnutridos é a mais uma novidade desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp. O composto possui dois tipos de proteínas – do soro do leite e do colágeno hidrolisado –, fontes de fibras solúveis e vitaminas do complexo B. Todos os ingredientes foram adicionados em quantidades suficientes para melhorar a qualidade de vida das pessoas com mais de 65 anos de idade. Segundo os autores da formulação, os pesquisadores Valdemiro Carlos Sgarbieri e Fabiane La Flor Ziegler, o objetivo foi desenvolver um produto que suprisse algumas das principais deficiências na terceira idade. Fabiane lembra que as projeções estatísticas sobre a expectativa de vida do brasileiro dimensionam bem a importância de se pensar em alimentos funcionais específicos para esta população. Em 2005, o Brasil se enquadrava na sexta colocação em número de idosos no mundo. “As projeções apontam que essa marca pode quadruplicar em 50 anos, ou seja, em 2050, 24% da população será de idosos”, calcula.

Composto traz dois tipos de proteínas, fibras solúveis e vitamina B

A proposta dos pesquisadores segue na direção de uma atuação preventiva e não curativa, pois à medida que a faixa etária avança existe a tendência de desenvolvimento de doenças crônicas e degenerativas. “Em geral, com o avanço da idade cresce o gasto com medicamentos, convênios médicos e outras despesas associadas à saúde”, lembra o professor Valdomiro Sgarbieri. Nesse sentido, o novo composto solúvel, ingerido de duas a três vezes ao dia sem afetar o hábito da alimentação, poderia diminuir o risco de doenças geradas pela falta de determinadas vitaminas e proteínas no corpo.

Os pesquisadores da FEA contaram com financiamento do CNPq e da Fapesp para desenvolver o produto, que foi testado e bem aceito por um grupo de senhoras idosas da Faculdade da Terceira Idade de São José dos Campos (SP). Sgarbieri destaca que a idéia não era apenas criar um alimento com ingredientes funcionais adequados, mas também privilegiar o paladar do consumidor. Por isso, a análise sensorial foi fundamental para determinar a formulação ideal. Tanto é que as idosas testaram dois tipos de fórmula: a natural e com sabor chocolate, havendo a possibilidade de adição de outros sabores caso o composto seja produzido em escala industrial. A vida de prateleira também foi outro ponto abordado pela pesquisa.

Entrevistas – A fim de se chegar à melhor formulação de um alimento para a terceira idade, realizou em entrevistas com a população idosa. Os questionários foram aplicados em duas fases diferentes, junto a pacientes atendidos pelo Ambulatório de Geriatria do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp. “Com as informações pudemos constatar o que os pacientes ingeriam e identificar quais as maiores deficiências em termos nutricionais”, explica Fabiane Zieglera, autora da pesquisa. Ela esclarece que é comum ocorrer perda de peso nesta faixa etária, com risco de pessoa entrar em estado de desnutrição. Uma das maiores deficiências constatadas relaciona-se com os níveis de calorias. Por isso, a formulação contempla, além dos carboidratos, as proteínas do soro do leite, que tem elevado valor nutritivo e atua sobre o sistema imunológico, aumentando a defesa orgânica.

O colágeno hidrolisado derivado da gelatina extraída da pele bovina, as fibras que estimulam as atividades microbiológicas benéficas ao intestino e vitaminas do complexo B também foram adicionados para corrigir e assegurar o balanço nutricional. A próxima etapa da pesquisa consiste em testar a formulação por um período de aproximadamente quatro meses, também junto aos pacientes em estado de desnutrição atendidos pelo Ambulatório de Geriatria do HC, visando uma melhor avaliação da eficácia do produto desenvolvido.

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