O repórter fotográfico Antoninho Perri saiu da ficha técnica do Jornal da Unicamp para se tornar notícia. Sua primeira exposição individual, As cores do campus, foi aberta no último dia 8, no Espaço de Arte do Centro de Convenções da Unicamp. A mostra poderá ser visitada até dia 29 de abril, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17h30.
A seleção de 18 fotos recebeu elogios de pessoas presentes no coquetel de abertura. Diante da peculiaridade do trabalho, muitas delas exteriorizaram sua opinião ao lado do fotógrafo oriundo da cidade mineira de São Sebastião do Paraíso. “Perri sempre foi um bom profissional. Ingressou na imprensa campineira pronto e tentando fugir do convencional. Agora, na Assessoria de Imprensa da Unicamp [Ascom], continua explorando isso. Achei a exposição muito bonita. Perri teve participação especial em minha vida”, disse o amigo de profissão Neldo Cantanti. Seu colega retribui: “Ter amigos como o Neldo na abertura é muito emocionante. Ele foi meu professor”.
Jussara Perri, esposa e testemunha de boa parte da trajetória do fotógrafo, também estava emocionada. “A fotografia é a vida dele. Essa relação é tão antiga que, já aos 9 anos de idade, Perri pegava a máquina para fotografar os casais passeando em lua-de-mel em Poços de Caldas. Essa exposição é uma vitória profissional e pessoal. É minha realização também.” Para o fotógrafo, poder compartilhar com a família o resultado de seu trabalho também é algo de muito valor. “Sou avesso a essa coisa de evidência, mas é gratificante poder mostrar isso para meus filhos, meus netos”, diz Perri.
Presente à abertura, o fotógrafo e professor do Departamento de Multimeios Fernando de Tacca disse que a mostra é a prova de que os fotógrafos da Assessoria de Imprensa da Unicamp estão desenvolvendo o acervo imagético da história da Unicamp. A exposição dá mais visibilidade ao trabalho dos fotógrafos a Universidade. “Tanto que este trabalho está sendo catalogado e se tornará um acervo fundamental”, acrescentou. As imagens congeladas por Perri levam o observador a lugares por onde parece nunca ter passado, na opinião de Tacca. “Lugares até difíceis de ser fotografados por não poder usar luz e flash, mas ele consegue explorar os elementos presentes no ambiente”. Ao lembrar que Perri relutou numa ocasião em participar de uma exposição virtual, “talvez por timidez”, Tacca disse: “Com esta exposição, ele demonstra que tem muito a oferecer.” “Ele capta movimentos que não existem na cena. Em algumas imagens, o que chama a atenção é a sombra e não a foto em si”, corrobora o jornalista da Assessoria de Imprensa da Unicamp Ronei Thezolin.
Contemplados com essas e outras centenas de cenas registradas por Perri desde a primeira edição do Jornal da Unicamp, os profissionais do Sistema de Arquivo Central da Unicamp (Siarq) Fábio Rodrigo da Silva e Márcia Marques também opinaram. “Somos os depositários dessa riqueza”, diz Silva, que continua: “Perri é um artista. É impressionante a capacidade de observar os detalhes pela lente”. Márcia arremata, dizendo que o que chama sua atenção é a sensibilidade do fotógrafo na captação da imagem.
Satisfeita com a seleção de fotos e a participação de amigos e parentes na abertura, a coordenadora de Desenvolvimento Cultural da Unicamp, professora Maria Irma Hadler Coudry, disse que essa mostra tem tudo a ver com o título do projeto em que está inserida a programação do Espaço de Arte, o Unicamp dia-a-dia: ciência e arte para o desenvolvimento cultural, financiado pela Fapesp e pela Fundação Vitae. “É uma homenagem ao Perri, que está há 22 anos documentando a ciência, a arte e a cultura produzidas na Universidade. Sem o trabalho dele e de outros fotógrafos da Universidade, esta documentação não existiria. A idéia do projeto é dar oportunidade para funcionários, professores e alunos exporem seus trabalhos. Eles estão fazendo a memória da instituição”, acrescenta Maria Irma.
“Olhar as fotos do Perri expostas me faz refletir sobre um parceiro de todas as horas. Ele não só faz parte da memória da Universidade, como também registrou as imagens de grande parte da história dela. Trata-se de uma justa homenagem”, diz a jornalista da Ascom Raquel do Carmo Santos.