Projeto capacita
monitores de saúde
ISABEL GARDENAL
A primeira oficina do Curso de Capacitação para Conselheiros Estaduais e Municipais de Saúde, realizada nos últimos dias 5 a 8, no Hotel Solar das Andorinhas, Campinas, superou as expectativas. Enquanto 60 participantes recebiam treinamento no local, pelo Estado de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, outros conselheiros eram treinados nos demais Estados.
A Unicamp inaugurou o projeto com dois cursos de capacitação de monitores.
Concepções de saúde, ética, cidadania, poder, atenção à saúde, financiamento, controle social do SUS, elaboração de políticas e papel dos conselhos, foram alguns dos temas ministrados.
A dinâmica adotada permitiu dividir o conteúdo em oito oficinas de quatro horas. O material pedagógico foi elaborado com a participação de conselheiros de saúde, profissionais da Unicamp e da Prefeitura de Campinas.
"Pretendemos contribuir para o melhor desempenho dos representantes da sociedade civil, dos trabalhadores de saúde e dos gestores públicos, na formulação das políticas, ações de saúde, supervisão e fiscalização da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS)", explica a coordenadora nacional Ana Segall, docente da Faculdade de Ciências Médicas (FCM).
Problemática A preocupação primária, de acordo com a coordenadora, tem sido a transmissão de informações, porque raras vezes o conselheiro adquire um vocabulário técnico que lhe permita captar melhor a realidade do sistema de saúde e formular diretrizes ao desenvolvimento do sistema.
Já, outra preocupação, decorre da heterogeneidade da clientela: conselheiros de grandes cidades versus os de pequenas cidades, com alto grau de instrução versus os com baixo grau, com muita experiência versus com pouca.
Apesar disso, declara Ana Segall, somente em São Paulo serão capacitados cerca de 7.000 conselheiros, em 216 cursos, que acontecerão entre o final de agosto e dezembro deste ano. Serão 54 encontros por mês, executados por 30 monitores.
Consórcio O Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde, com o apoio do BID, do Reforço à Reorganização do SUS (Reforsus) e do Banco Mundial, contrataram um consórcio integrado por destacadas instituições públicas de ensino, entre elas a Unicamp, Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade de Brasília (UNB), representando 19 universidades públicas brasileiras nesse projeto.
Para melhor distribuir responsabilidades, o território nacional foi dividido entre as consorciadas com base em critérios geográficos e de cooperação anterior. Estabeceu-se um roteiro para a constituição e funcionamento dos núcleos estaduais do Curso de Capacitação de Conselheiros pela instituição consorciada encarregada em cada Estado.
Projeto orienta sociedade
no combate à epilepsia
"Epilepsia Saindo das Sombras" é o nome de uma campanha de combate à doença, lançada mundialmente em 1997, que, no Brasil, ganhou a participação ativa do departamento de Neurologia da Unicamp. Prova disso, foi o desdobramento da proposta com a criação do Projeto Demonstrativo Brasileiro, coordenado pelo médico da Unicamp Li Li Min, que teve início no último dia 9 em evento promovido pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade.
Com o novo projeto, pretende-se fortalecer o anterior. A idéia é sensibilizar o governo e as instituições sobre a relevância de divulgar dados e conhecimentos sobre epilepsia e, com isso, melhorar a assistência e o tratamento do paciente. "Queremos medicação gratuita para todos os pacientes com epilepsia, mobilizando, para esse trabalho, tanto profissionais como leigos", explica a neurologista Marilisa Guerreiro, responsável pela área de Neurologia da Unicamp.
O Demonstrativo Brasileiro é um projeto de comunicação, de ensino e de atuação que será desenvolvido, a princípio, na região de Campinas e de São José do Rio Preto. O Posto de Saúde de Barão Geraldo, no caso, será o primeiro do país a oferecer atendimento dentro dos princípios da campanha."
Em vários países desenvolvidos foram feitos levantamentos em que se comprovou a viabilidade econômica do tratamento para o país. "Torna-se mais interessante para as instituições públicas resolverem o problema do paciente do que simplesmente deixá-lo a sua própria sorte. Esse tipo de paciente gera um custo muito maior, com inúmeras conseqüências psicossociais e físicas decorrentes das crises epilépticas", comenta Marilisa.
Informações adicionais: 3788-8851.
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