A produção de mudas de crisântemos possui uma peculiaridade: tratando-se de uma planta de dia curto, quando permanece sob pouca luz, ela floresce rapidamente. Por isso, nas casas de vegetação ou em estufas é utilizada iluminação artificial à noite para “enganar” a planta e retardar o surgimento dos botões florais.
Obviamente, esta peculiaridade já é bem conhecida dos produtores. A questão é que para a iluminação das casas de vegetação eles utilizam lâmpadas incandescentes que, embora baratas e com curva espectral adequada, são consideradas energeticamente ineficientes.
Nesse sentido, o engenheiro agrônomo Eduardo David, em trabalho de mestrado apresentado na Faculdade de Engenharia Agrícola, propôs a utilização de lâmpadas de descarga dos tipos fluorescente compacta (branca e amarela) e fluorescente tubular (com vapores de sódio e de mercúrio) para minimizar os custos de produção.
A economia de energia alcançada foi mais significativa com a lâmpada fluorescente compacta. Ela diminuiu de 5 a 7% o custo final da produção da muda de crisântemo com iluminação artificial, dependendo da variedade de planta.
A pesquisa foi orientada pelo professor Luiz Antonio Rossi e utilizou como laboratório a casa de vegetação de uma empresa, instalada em Mogi Guaçu. Rossi afirma que, neste ramo, a iluminação é um dos investimentos mais altos, ao lado da mão-de-obra e dos gastos operacionais.
“Conforme o próprio produtor, se conseguíssemos uma economia de 1%, já teria sido o bastante para o comércio de crisântemos”, diz o professor.
Em seu estudo, Eduardo David trocou as lâmpadas incandescentes da casa de vegetação pelas fluorescentes e, no período entre 22h30 e 4 horas da madrugada, um sistema preparado por ele disparava flashes de 10 minutos de luz intercalados por 20 minutos sem luz. Isto ocorreu durante todo o ciclo da planta, que em média é de 16 semanas.
“Na maioria dos casos, o sistema não permitiu o aparecimento do botão floral”, explica David. O teste com a lâmpada fluorescente compacta de 23 watts reduziu o consumo em 75%, enquanto a fluorescente tubular trouxe uma economia de 62%.
As análises com cinco variedades de crisântemos, em dois períodos (verão e inverno), demonstraram que as flores também estavam em condições adequadas para exportação. O próprio dono da casa de vegetação, que tem interesse no mercado internacional, realizou o controle de qualidade e do desempenho da planta. “O sistema proposto barateia o produto e aumenta a competitividade”, destaca Luiz Rossi.