| Edições Anteriores | Sala de Imprensa | Versão em PDF | Portal Unicamp | Assine o JU | Edição 403 - 4 a 10 de agosto de 2008
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Sachê prolonga vida
de prateleira de alimentos

RAQUEL DO CARMO SANTOSLílian Braga, autora da pesquisa: "oxigênio é absorvido" (Foto: Antoninho Perri)

Um sachê absorvedor de oxigênio, próprio para conservar os alimentos em temperatura ambiente, foi desenvolvido pela química Lilian Rodrigues Braga nos laboratórios da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). Os sachês são recomendados para o armazenamento junto com produtos de umidade intermediária, como por exemplo os cárneos do tipo “Jerked beef”, semelhantes à carne seca. Sua função é absorver o oxigênio da parte interna da embalagem e, com isso, prolongar a vida de prateleira e manter a qualidade microbiológica e as propriedades sensoriais do alimento.

Segundo Lilian, que foi orientada pela professora da FEQ Leila Peres, em colaboração com a pesquisadora Claire Sarantópoulos, este tipo de tecnologia é conhecida como embalagem ativa e é largamente utilizada em países como Japão, Austrália, Estados Unidos e em parte da Europa. No Brasil, os estudos para o desenvolvimento são recentes e podem ser considerados uma inovação tecnológica.

A química explica que muitos produtos alimentícios são sensíveis ao oxigênio, o que pode levar à deterioração , reduzindo a sua vida útil. “Muitos são os alimentos que podem sofrer com este efeito, tais como massa fresca e pré-cozida, carnes processadas, produtos de panificação, queijo, café, nozes e batata frita. Por isso, o oxigênio é um fator extrínseco, de importância significativa”, esclarece. Entre outros prejuízos aos alimentos, podem ocorrer a oxidação de óleos, gorduras e vitaminas, a descoloração de pigmentos, o escurecimento enzimático e o desenvolvimento de insetos e de microorganismos.

Carne seca exposta em supermercadoPor todos esses fatores, em grande parte dos produtos é desejável que o oxigênio seja eliminado ou mantido sob controle na embalagem. Neste sentido, os estudos iniciais foram conduzidos nos laboratórios da FEQ e do Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea) do Ital, e tiveram o objetivo de caracterizar dois tipos de sachês comerciais importados, além do desenvolvimento de um terceiro.

Lilian revela que os resultados demonstraram que o novo sachê teve melhor desempenho que os comerciais para possível aplicação em alimentos armazenados em temperatura ambiente, e que possuem uma umidade intermediária como o “Jerked beef”, produto de exportação do Brasil.


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