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1 2 3 4 5 6/7/8 9/10/11 12/13 14 15 16 17 18/19 20 Jornal da Unicamp - Dezembro de 2000 Função da Universidade Sobre saúde, comunidade saudável e agentes comunitários A evolução do conceito de saúde, decorrente de reflexões e vivências que pouco a pouco vão sendo apropriadas pelo conjunto da sociedade, engloba hoje questões referentes ao ambiente, ao grau de desenvolvimento sócio-cultural, à possibilidade de renda e trabalho, à redução da violência, à organização do trânsito, entre outros, superando o conceito originário de saúde que desencadeou as ações tradicionais da saúde pública. Essa "nova complexidade" é anunciada na Constituição da República, em seus artigos 196 e 198.
As idéias de comunidade saudável, cidade saudável e outras que procuram aplicar o conceito ampliado de saúde a uma realidade concreta (bairro, cidade, região) têm nas organizações de saúde internacionais (OPAS/OMS) seus principais animadores e divulgadores. A tentativa de resgate pelas comunidades de parte da responsabilidade por conservar e promover sua própria saúde, juntamente com a busca de instrumentos de ação que permitam a elas assumir e exercer essas responsabilidades, decorre da noção de que não é a ação individual nem sobre o indivíduo que elevará o nível de saúde das pessoas, se tomarmos como quadro referencial o conceito de saúde ampliado. O envolvimento da Universidade com novas práticas sociais e modelos de desenvolvimento sustentado, através de projetos de extensão que incorporem alunos e professores das diferentes áreas, torna-se crucial para que a vivência dos futuros profissionais e a reflexão dos docentes vá tecendo, em conjunto com a sociedade, novos referenciais na direção de uma organização de ações e estruturas de assistência e serviços públicos que superem com vantagem o contexto atual das políticas sociais, principalmente nos locais onde as condições de vida são dramáticas. O envolvimento da Unicamp com o Ipes, visando a formação de Agentes Comunitários que não são "apenas agentes de sáude" tem esse objetivo. A experiência de Agentes Comunitários como mobilizadores de ações locais, que envolvem promoção da saúde, atividades culturais e educativas poderiam ser desencadeadas também na Unicamp, em suas unidades e órgãos, de modo a elevar a "consciência local" sobre saúde e modo de vida, consequentemente superando o modelo atual de convívio e de demanda de assistência à saúde no campus. Aí se incluem todos os projetos de ações de promoção da saúde, como ginástica laboral, orientação alimentar e atividade física orientada, assim como atividades artísticas, grupos corais e grupos de música, entre outros. Nada disso é possível ser desenvolvido sem um apoio decidido de pessoas aficcionadas aos assuntos, que sejam capazes de interpretar as necessidades e organizar as atividades que respondam a elas. O Agente Comunitário é o elo de ligação entre o cotidiano das pessoas e as estruturas formais da administração, seja no bairro fazendo a ligação com os serviços locais, seja seu correspondente nos locais de trabalho, como em parte se movimentam os representantes na Cipa. Roberto Teixeira Mendes é professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp e pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários |
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