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Jornal da Unicamp -- Dezembro de 1999
Página 9

Saúde
A arte de curar
Simpósio enfoca importância do lúdico na recuperação de enfermidades

A arte não só expressa e representa a dor humana com requinte e exatidão. É cada vez mais evidente seu poder terapêutico e força na recuperação dos pacientes. A conclusão é de médicos, psicólogos, pedagogos e artistas que recentemente participaram do 1° Simpósio sobre Arte e Dor, no anfiteatro da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, que contou com aproximadamente 200 profissionais da área.

Para Elisa Maria Perina, psicóloga, organizadora do evento e presidente do Centro de Estudos e Aconselhamento em Tanatologia, a arte tem grande valia não só para o doente terminal como para qualquer outro. "Ao trabalhar com a subjetividade e outros estados mentais do paciente, ela melhora efetivamente o seu sofrimento. O paciente terminal, por sua vez, tem um potencial criativo muito grande, que pode contribuir de maneira significativa para a sua recuperação".

A arte ajuda em momentos especialmente agudos, nas doenças incuráveis ou em estado avançado. "É quando oferecemos ao paciente elementos artísticos como o desenho, a pintura e da música. Tendo a arte como meio de expressão, ele rompe a resistência e torna o tratamento mais eficaz", diz Érica Antunes Vasconcellos, psicóloga do Serviço Social do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp.

Usando a literatura (contos, parábolas e livros infanto-juvenis), os pacientes antes com dificuldade para se expressar, começam a falar muito mais de si, às vezes, por intermédio de determinado personagem – processo que os médicos chamam de "diálogo lúdico". "Isso reduz o estresse provocado pela doença, o doente passa a reagir melhor ao atendimento e, por consequência, melhora o quadro depressivo e começa a ter uma vida mais saudável", diz Érica.

A psicóloga Nely Nucci, da USP, que trabalha principalmente com o público infantil, diz que quanto mais a criança estiver próxima da rotina de vida dela, melhor para o tratamento. "É preciso proporcionar às crianças uma rotina interessante, na qual possam brincar, freqüentar a escola, desenvolver seus sentimentos. O desenho e a literatura são duas excelentes atividades para que deixem de pensar ou se apeguem demais à sua doença. Estudos recentes mostram que quanto melhor a qualidade de vida, maior é a possibilidade de aumentá-la", explica Nely. Verifica-se que com esse tipo de tratamento, dependendo do momento em que é diagnosticada, a leucemia, por exemplo, tem apresentado um índice de cura entre 70% e 80%.

O psiquiatra Vicente de Carvalho, coordenador do Curso de Especialização de Psico-Oncologia do Sedes Sapientiae (SP), trabalha com processos de mentalização e visualização para reabilitar pacientes oncológicos. O tratamento consiste que o paciente visualize o seu sistema imonológico, criando imagens mentais. "Esse processo, segundo pesquisas recentes, melhora a qualidade de vida e aumenta também a adesão ao tratamento, possibilitando que o indivíduo viva mais tempo e melhor", diz Carvalho.

"Não é nenhum absurdo em afirmar que em alguns casos, a música pode até substituir determinados medicamentos", acredita a pedagoga musical, Rachele Filizola Vanni, professora do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora (Nics) da Unicamp. Para ela, a música é um elemento importante, que colabora para que o pacente tenha uma vida mais saudável. Isso porque a música tem o poder de eliminar o estresse, revigorar e equilibrar fisiológica, corporal e biologicamente o seu organismo e, por conseqüência, prolonga a vida. "Há casos de crianças que só conseguem relaxar ouvindo música, enquanto os calmantes fazem pouco efeito", lembra Rachele. (A.R.F.)

Saúde
Câncer e vitamina C

Pesquisa mostra efeito inibidor da substância na criação da doença

O efeito inibidor da vitamina C no câncer do esôfago acaba de dar o Prêmio Nacional de Cirurgia ao médico Almino Cardoso Ramos, no Núcleo de Medicina e Cirurgia Experimental da Faculdade de Ciência Médicas (FCM) da Unicamp. O prêmio, outorgado pela Fundação para o Progresso da Cirurgia, é resultado de um trabalho de dissertação de mestrado de Almino, desenvolvido no Laboratório de Enzimologia e Carcinogênese Experimental do Núcleo.

Denominada "Avaliação do efeito inibidor da vitamina C na carcinogênese esofágica experimental induzida pela Dietilnitrosamina", e escolhida entre 18 trabalhos apresentados, a pesquisa de Almino demorou três anos para ser concluída. Segundo o médico, a vitamina C é a única não produzida pelo organismo humano. "Isso induz o homem a ingerir alimentos que a contém, para suprir as necessidades mínimas exigidas pelo organismo", ele diz. A vitamina C é encontrada em diversos tipos de alimentos em diferentes concentrações. Como nas frutas cítricas frescas, principalmente a laranja, o limão, o abacaxi, o kiwi, destacando-se a acerola, que contém maior concentração de vitamina C. É encontrada também em alguns vegetais, como brócolis, por exemplo.

A pesquisa, feita com ratos da raça wistar nos laboratórios do Núcleo de Medicina e Cirurgia Experimental da FCM, sob a orientação dos professores Nelson Adami Andreollo e Rachel Lewinsohn, utilizou doses controladas da vitamina C, obtendo-se êxito total ao inibir o aparecimento e crescimento de cânceres no esôfago desses animais, segundo Almino. O trabalho de Almino teve como co-autores os especialistas Nelson Andreollo, Nelson Brandalise, e Luiz Sérgio Leonardi, do Gastrocentro, e de Rachel Lewinsohn, Marina Araújo e José Sallet, do Núcleo da Unicamp.

Diagnóstico precoce – De acordo com Almino, o câncer de modo geral representa hoje a maior causa de mortalidade em países desenvolvidos. No Brasil, segundo o médico Nelson Andreollo, responsável pelo Laboratório no Núcleo de Medicina Experimental da FCM, a doença só é superada pelas moléstias cardiovasculares e os traumatismos de um modo geral. O câncer do esôfago é uma moléstia que já atinge a terceira maior causa de mortalidade entre os cânceres do aparelho digestivo.

"As pesquisas revelam, cientificamente, que se trata de uma moléstia que ocorre por estar intimamente ligada simultaneamente ao consumo de álcool e cigarro", explica Almino. Ele adianta, no entanto, que o tratamento desse tipo de moléstia tem melhorado muito nos últimos anos, com os avanços técnico-científicos da cirurgia e dos tratamentos complementares como a radioterapia e a quimioterapia. "Apesar disso, o índice de êxito tem sido muito abaixo do desejado. Isso ocorre porque as pessoas ainda não têm o hábito de fazer exames precoces. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada melhor o resultado do tratamento", ele diz.

O estresse, o tabaco do cigarro, o álcool, as frituras, as conservas e os alimentos defumados produzem substâncias denominadas oxidantes, que vão metabolizar no organismo humano a produção de compostos genericamente denominados chamados radicais livres. Esses alimentos, consumidos de maneira freqüente e continuamente, produzirão elementos que vão atuar diretamente no DNA das células, "causando inicialmente mutação genética e, em seguida, ocasionando o câncer propriamente dito", explica Andreollo.

E é para prevenir o surgimento de doenças que a classe médica sugere que a população inclua na sua dieta alimentar diária substâncias e produtos — denominados antioxidantes – cuja principal função é proteger as células, e que têm sido cada vez mais testados e largamente utilizados pela medicina, mais notadamente pela área oncológica. Uma substância ou produto antioxidante, como é a vitamina C, que controla os radicais livres no sangue e, por conseqüência, protege o organismo humano do ataque de substâncias cancerígenas.(A.R.F.)


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