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Novo equipamento de controle de
acesso será produzido em escala industrial
Empresa incubada na
Unicamp desenvolve tecnologia inovadora
MANUEL ALVES FILHO
Tecnologia desenvolvida pela Griaule Reconhecimento de Impressões Digitais, empresa abrigada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp), acaba de chegar ao mercado com a promessa de conferir mais eficiência e agilidade ao sistema de controle de acesso e ponto de organizações privadas, repartições públicas e até unidades prisionais. Diferente do modelo convencional atualmente em uso, que faz apenas a verificação das impressões digitais, o novo equipamento, único no mundo segundo seu idealizador, realiza a identificação desses sinais. Batizado de Rex2, o aparelho representa um marco para a Incamp, já que se trata do primeiro projeto concebido pelas incubadas a ser produzido em escala industrial.
Um impulso importante à produção do Rex2 veio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento do Ministério de Ciência e Tecno-logia (MCT). No início de dezembro, a Finep liberou R$ 168 mil para serem investidos na divulgação e no aperfeiçoamento do produto, especificamente quanto à sua apresentação. Segundo o proprietário da Griaule, Iron Daher, a caixa de metal do coletor de impressões digitais será substituída por plástico. Os recursos obtidos pela empresa são do Fundo Setorial para Tecnologia da Informação (CT-Info).
De acordo com Daher, a tecnologia desenvolvida pela sua empresa apresenta uma série de vantagens sobre os sistemas de controle de acesso e ponto convencionais. Estes, afirma, fazem apenas a verificação dos sinais. Atualmente, quando um funcionário chega em seu local de trabalho, ele é obrigado a digitar uma senha antes de colocar o dedo indicador direito diante de um sensor. Somente depois dos dois procedimentos é que o trabalhador tem a entrada permitida e o ponto, registrado. O Rex2, afirma Daher, dispensa a senha. "Assim que a pessoa coloca o dedo no coletor, o equipamento identifica imediatamente a quem pertence aquela impressão digital e mostra no display o nome dela e o número da sua matrícula. Paralelamente, o sistema libera o acesso e marca o ponto", explica. O tempo gasto, nesse caso, é três vezes menor, o que evita filas nos horários de entrada e saída do trabalho.
Outra vantagem do Rex2, conforme o empresário, é que o equipamento emprega o mesmo protocolo de comunicação da internet, o TCP/IP. Ou seja, a empresa que já possui uma rede não precisará fazer qualquer adaptação para poder receber a nova tecnologia. Uma multinacional instalada no Japão poderá controlar a freqüência de seus colaboradores no Brasil, por exemplo. "Isso reduz muito os custos. Nosso produto é 30% mais barato do que os do mercado atualmente, embora seja tecnologicamente mais avançado", diz Daher. Além disso, o controle de acesso e de ponto poderá ser feito por intermédio de um simples computador pessoal, que estará conectado aos coletores. Esse PC registrará todos os dados e armazenará o cadastro das impressões digitais.
De acordo com Daher, a aplicação do Rex2 não está restrita apenas a pequenas, médias e grandes empresas e repartições públicas. O equipamento já está em operação em quatro presídios de Sergipe, há cerca de quatro meses. Uma das funções da tecnologia, de acordo com o diretor da Griaule, é impedir que haja fugas em horários de visita. Assim, quando um visitante chega à unidade carcerária, ele tem a impressão digital cadastrada. Ao sair, ele é obrigado a se identificar novamente. Isso evita que o detento troque de lugar com um parente ou amigo e ganhe a liberdade de forma ilegal. "O Rex2 também pode ser usado em salas de aula. Hoje, os professores perdem cerca de 5% do seu tempo com a chamada dos estudantes e o preenchimento de listas. Com o coletor de impressão digital, bastará que o aluno coloque o dedo no sensor, para que ele tenha a presença registrada automaticamente", destaca Daher.
Conforme o empresário, a Griaule mantém parceria com dois integradores, que detêm cerca de 60% do mercado de coletores de impressão digital no Brasil. A previsão é que sejam comercializadas perto de 3 mil unidades ao longo de 2003. No início do próximo ano, a empresa promoverá um road-show em seis capitais brasileiras para apresentar o Rex2 a grandes empresas. Paralelamente, Daher estará iniciando entendimentos para colocar a nova tecnologia no mercado internacional.
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