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Geógrafos codificam e interpretam a nova paisagem
Por que os geógrafos estão
atentos aos helicópteros, aviões, plantações,
cidades que nascem, festas populares e às transnacionais
LUIZ
SUGIMOTO
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São Paulo possui a segunda maior frota
de helicópteros do mundo, perdendo apenas
para Nova York: veículo moderno é
um dos símbolos do chamado círculo
superior da economia e torna a metrópole
mais veloz |
Na falta dos grandes pássaros,
os paulistanos observam um número cada vez
maior de helicópteros sobrevoando São
Paulo, enquanto aviões de pequeno porte parecem
escapulir para as plantações de soja
do Centro-Oeste. Ao longo das rodovias brasileiras,
surgem novos municípios, e há quem queira
redividir o país, apresentando ao Congresso
propostas para criação de mais 16 estados
da Federação. A Pepsi-Cola e a Embraer
marcam suas redes em Jundiaí e em Gavião
Peixoto. Em Campinas, o circuito inferior da economia
tem seu espaço ampliado à medida que
se aprofundam as desigualdades sócio-territoriais.
Aos nossos olhos, pode não
existir a menor ligação entre tais acontecimentos.
Entretanto, muitos autores ajudaram os geógrafos
a enxergar a paisagem em todas as dimensões,
e além dela, detectando a nova ordem que está
por trás de uma aparente confusão. Por
trás da paisagem, o território brasileiro
incorpora lógicas da globalização,
afirma o professor Márcio Antonio Cataia, do
Departamento de Geografia do Instituto de Geociências
(IG) da Unicamp. Rodeado pelos alunos que orienta
em pesquisas sobre os temas listados na abertura,
Cataia nos fala sobre uma geografia que vem sendo
desenvolvida junto ao Geoplan (Laboratório
de Investigações Geográficas
e Planejamento Territorial).
Cataia explica que, desde a colonização,
o território brasileiro vem incorporando modernizações
que o mundo impõe, tendo sido a Europa o centro
do sistema num primeiro momento, prevalecendo atualmente
os Estados Unidos. Compreender o uso, organização
e regulação do nosso território,
e a sua interface com o mundo, é a linha de
pesquisa do professor do IG. O território
brasileiro acabou por se conformar em território
derivado da economia internacional, pois as novas
técnicas produzidas no centro do sistema se
difundem em direção à periferia,
observa.
Com esta perspectiva de terceiro
mundo, estes geógrafos procuram compreender
a dinâmica do território e produzir uma
teoria baseada na realidade brasileira, sem recorrer
a conceitos importados que explicam muito mais o funcionamento
dos territórios europeu, norte-americano e
japonês, naquilo que Kenishi Ohmae chamou de
tríade de comando do mundo. O
conceito de paisagens derivadas é de Maximiliam
Sorre, que percebeu as semelhanças entre o
que víamos na periferia e o que se produzia
na Europa. A arquitetura do centro de Buenos Aires
é um exemplo de paisagem derivada da européia,
ilustra o pesquisador.
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Jundiaí (no destaque): malha viária
moderna e a construção de uma segunda
represa para garantir o abastecimento para duas
transnacionais de refrigerantes até o ano
2020 |
Outro geógrafo, Hildebert
Isnard, diria depois que este espaço, mais
que derivado, é alienado. A justificativa:
mais que a paisagem, o que se produz é o espaço
geográfico; se o espaço está
sendo concebido em outro lugar, foge ao controle de
quem nele se encontra. Nós tomamos cuidado
ao utilizar o termo, pois sofremos acusações
de fetichizar o espaço, por quem
argumenta que as pessoas é que se alienam.
É uma verdade, mas acreditamos que alienação
também se relaciona com o fato de o indivíduo
estar em um lugar e não em outro, ou seja,
o lugar também condiciona ações,
justifica Cataia.
Nesse sentido, estuda-se o território brasileiro
e sua inserção na economia internacional,
bem como a utilização do nosso território
pela economia internacional para viabilizar os fluxos
que efetivamente se globalizam: fluxos financeiros
e principalmente de informações. Esta
dinâmica está relacionada à difusão
das inovações, o que vai provocar uma
nova divisão do trabalho nos territórios
periféricos, diz o pesquisador do IG.
Transnacionais Segundo
Márcio Cataia, as inovações aportam
no terceiro mundo por meio de vetores, como as empresas
transnacionais ou reticulares.
Estas empresas podem se valer das mais modernas redes,
viabilizadas pelas novas tecnologias da comunicação
e da informação, tornando-se capazes
de agir em todo o país. De acordo com
Milton Santos, vivemos no período técnico-científico-informacional.
Nosso território é fruto das técnicas
tradicionais, como a construção de estradas
e de portos para exportação de café,
mas que agora acolhe ciência. As auto-estradas
de hoje já vêm carregadas de ciência,
compara o professor.
Um aspecto fundamental para a geografia,
acrescenta Márcio Cataia, é que o território
também recebe uma carga intensa de informação,
o que implica possibilidade de comando das atividades
espalhadas pelo país. Claude Raffestin,
geógrafo francês, constatou que o telégrafo
promoveu a dissociação entre a comunicação
e a circulação. Desde então a
informação ganhou autonomia. O telégrafo
acelerou o tempo e hoje o ápice é a
convergência entre telecomunicações
e informática, a telemática. O que vemos
hoje é uma aceleração contemporânea,
a busca por fluidez que marca cada vez mais o território,
observa.
Portanto, não é exatamente o helicóptero
o objeto de uma pesquisa do departamento detalhada
na próxima página, mas este aparelho
enquanto elemento de produção da fluidez
numa região metropolitana. À medida
que o espaço geográfico vai se transformando,
novas tecnologias são incorporadas para que
ele funcione no tempo do mundo. Nada sobrou da Avenida
Paulista do início e meados do século
20. A avenida foi sendo derrubada no ritmo em que
a cidade ganhava nova conformação para
responder às exigências do período
técnico-científico-informacional. Ver
São Paulo por cima é ver antena, a cidade
vive também em função da circulação
de informações, avalia Márcio
Cataia.
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A equipe que desenvolve as pesquisas do Geoplan
(sentido horário): professor Márcio
Antonio Cataia, Silvana, José de Barros,
Clayton, Bruno, Alex, Rita, Fabrício e
Marianna |
Papel do Estado Em
território já construído com
suas técnicas, equipamentos e grandes obras
de engenharia, esta adequação à
modernidade não ocorre sem conflitos. Daí
a necessidade de centralização do comando
pelo Estado, que deve se encarregar das normas técnicas
e sobretudo políticas para a intermediação
dos interesses. A discussão sobre o papel
do Estado na economia é fundamental, pois ouvimos
um discurso carregado de ideologia, que prega o enfraquecimento
do poder público e o desaparecimento das fronteiras,
adverte o professor do IG.
Cataia cita François Chesnais,
autor de A Mundialização do Capital,
que aponta o surgimento do termo globalização
nas escolas de negócio dos Estados Unidos,
após o fim da União Soviética.
É o discurso de que agora vivemos numa
aldeia global, onde todos somos iguais, com oportunidades
iguais, sem exploração, não existindo
mais primeiro e terceiro mundos. Prega-se a abertura
das fronteiras incondicionalmente, quando na prática
temos o forte subsídio de americanos e europeus
à agricultura, e o conflito entre Embraer e
a canadense Bombardier, duas empresas de ação
global, que também se dá por conta de
subsídios, argumenta o pesquisador.
Para Márcio Cataia, ao insistir
no discurso do enfraquecimento do poder público,
as transnacionais almejam praticar a sua própria
política, objetivo que suas pesquisas já
sugerem em nível municipal. Os governos
municipais ou mesmo estaduais não têm
condições, isoladamente, de arcar com
regras e políticas que devem ser únicas
para todo o país, evidentemente porque somos
uma federação. Há certo enfraquecimento
do Estado no que tange à produção
propriamente dita com as privatizações
, mas cabe a ele manter-se forte na regulação
do território. Ao contrário do discurso
globalizante, para nós, as modernizações
levam ao fortalecimento do Estado.
Mapeando a cultura e o ensino
Em Campinas, Alex Manetta
vem mapeando as atividades culturais promovidas
pela população pobre. Ele explica
que existe um circuito cultural rígido,
que representa interesses, técnicas,
objetos e mensagens vinculados a empresas poderosas,
transformando bens culturais em mercadorias
e serviços. Grosso modo, as transnacionais
acabam por difundir novos gostos e costumes,
recorrendo aos meios de comunicação,
como tv, rádio, outdoors, internet, jornais,
revistas e cinemas .
Complementar e contraditório,
o circuito cultural flexível
não tem endereço fixo e mantém-se
com recursos próprios. Saímos
a campo para saber, por exemplo, onde acontecem
as festas populares, diz Alex Manetta.
Espalhados por toda a cidade, artesãos,
quituteiras, músicos, acrobatas, vendedores
de pomadas de banha de peixe e de CDs
piratas, capoeiristas e pregadores evangélicos
difundem a arte do ganha-pão.
Outra pesquisa, a cargo de
Bruno Santiago Mastrocola, pretende avaliar
o papel das universidades, principalmente as
públicas, na conformação
do território nacional. O estado de São
Paulo possui 450 instituições
(42 públicas e 408 privadas), que se
concentram em lugares densamente tecnificados,
como as regiões metropolitanas de São
Paulo e de Campinas. Entretanto, um movimento
recente pretende a criação de
pólos avançados de ensino e pesquisa
em outras regiões, com cursos baseados
na demanda de empresas. Estamos analisando
a distribuição geográfica
dos campi das universidades públicas
paulistas, com intuito de avaliar a que se destina
esta produção de conhecimentos
cada vez mais específicos, adianta
Bruno Mastrocola.
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O vôo para os grandes negócios
Para Márcio Cataia, a arquitetura
do território brasileiro apresenta duas centralidades:
uma política, em Brasília, e outra econômica,
na cidade de São Paulo. Todavia, São
Paulo detém também o comando político
porque é o endereço dos grandes grupos
empresariais e concentra as maiores densidades técnicas
do território brasileiro, observa. Orientado
pelo professor, Fabrício Gallo vem verificando
a ligação deste comando com a produção
de soja no Centro-Oeste, a partir do deslocamento
de pequenas aeronaves. Temos muitas dificuldades,
pois apenas recentemente o DAC (Departamento de Aviação
Civil) começou a sistematizar esses dados.
Além disso, as autoridades relutam em divulgá-las
até por envolver a segurança daqueles
que viajam, informa o estudante.
Fato é que 62% dos aeroportos
de Goiás, 68% de Mato Grosso e 92% de Mato
Grosso do Sul estão localizados em fazendas.
Em 2000, esta região cultivava 5,5 milhões
de hectares de soja, 1,9 milhão de algodão
e 900 mil de arroz. Sabemos que o território
não produziu redes físicas adequadas,
como estradas e ferrovias, e o avião surge
para aproximar o centro de comando das áreas
de produção. Apesar dos novos meios
de comunicação e informação,
o contato face a face ainda é fundamental para
o fechamento dos grandes negócios, observa
Márcio Cataia.
O Brasil possui a segunda frota do mundo de pequenas
aeronaves, assim como São Paulo é a
segunda cidade em número de helicópteros,
perdendo apenas para Nova York. Segundo informações
da Associação Brasileira de Aviação
Geral, referentes ao ano de 2002, voam pelo país
aproximadamente 10.500 aviões pequenos (de
modelos de aeroclubes a jatos executivos) e helicópteros.
José de Barros Pinto Filho
adotou os helicópteros como alvos de sua pesquisa,
pois também simbolizam o circuito superior
da economia. O Guia do Helicóptero de 2002
informa que na metrópole de São Paulo
operam cerca de 500 aparelhos civis (Nova York possui
três vezes mais). Este tráfego deu início
à construção de dois heliportos
supermodernos, com capacidade para atender mais de
100 helicópteros, oferecendo sala VIP, abastecimento,
hangaragem, lavagem, pintura e polimento.
A metrópole concentra 170 dos 250 helipontos
do estado. Este número cresce gradativamente,
visto que as construtoras, quando querem atrair grandes
empresas, projetam prédios já com helipontos.
A opção pelos helicópteros
tem como justificativas a segurança, a rapidez
e até o chamado efeito demonstração:
quem pode, compra. Mas o fato é
que os helicópteros tornam a cidade muito mais
veloz, afirma Márcio Cataia. Segundo
José de Barros, o modelo Dauphin, que pode
custar até US$ 8,5 milhões, voa de São
Paulo ao Rio em 1h05 ou 1h10, e de Sorocaba a Congonhas
em 20 minutos.
Novas tecnologias fazem brotar cidades
Por
que cresce o número de cidades no Brasil?
O professor Márcio Cataia observa a existência,
ainda, do mandonismo, coronelismo, de elites
locais que produzem governos municipais ou regionais
para que seus interesses passem pela força
do Estado na regulação do território,
mas adverte que algo de novo vem ocorrendo:
É o surgimento de territórios
corporativos, ligados à ação
de uma empresa. Antes, cidades eram erguidas
ao redor de empresas estatais, significando
uma ação do Estado naqueles lugares.
Hoje, com a privatização, são
as empresas privadas que passam a ter um poder
muito grande dentro de certos municípios,
aponta.
Não
é por acaso que algumas cidades estão
nascendo ao longo de rodovias e sistemas de
energia. Estes macrossistemas técnicos
são fundamentais para implantação
de redes de fibra óptica, telefonia celular
e transmissores de imagens por satélite.
A aluna Silvana Cristina da Silva, que começa
a investigar esta relação, explica
que o binômio rodovia-energia
proporcionou a integração do território,
mas causou ao mesmo tempo sua fragmentação,
já que toda modernidade exige uma regulação
política, indicada pela criação
de municípios ao longo dos macrossistemas.
Segundo dados do IBGE, o número de municípios
no Brasil, no meio século entre 1950
e 2000, saltou de 1.889 para 5.561.
A justificativa
da modernização do território
está igualmente presente nas propostas
para a criação de 16 estados no
Brasil (veja o mapa). Os lugares que recebem
os equipamentos mais modernos passam a exigir
uma nova regulação, que pede a
existência de um poder público
viabilizador de políticas sócio-territoriais
necessárias à ação
das empresas, explica Márcio Cataia.
Nos projetos encaminhados ao Congresso Nacional,
o principal argumento é de que tais regiões
encontram-se distantes do poder público
e, por isso, é preciso formar um poder
público regional.
Rita
de Cássia Nonato, que pesquisa o tema,
ressalta as propostas dos estados do Maranhão
do Sul, de Gurguéia (no sul do Piauí)
e do Rio São Francisco (oeste da Bahia).
Essas regiões constituem hoje uma
nova fronteira agrícola, com a expansão
da soja do Centro-Oeste para o Nordeste, e vêm
incorporando técnicas altamente modernizadas,
com uso intensivo da mecanização,
adubação e correção
de solos, afirma. Já a redivisão
do estado do Amazonas conta com a aprovação
do Ministério da Defesa e dos militares.
A criação do estado do Juruá
e dos territórios federais do Solimões,
Juruá e Rio Negro permitiria melhorar
a administração e a infra-estrutura
dessas áreas, e sobretudo reforçar
a vigilância nas fronteiras.
Guerra
dos lugares Dentro da dinâmica
que provoca a fragmentação do
território, acontece o debate em torno
da guerra fiscal e da necessidade de uma reforma
tributária, que para os integrantes do
Geoplan significa apenas a metade do problema.
Mesmo eliminando as isenções
fiscais, sobram os incentivos territoriais:
doação de terrenos, montagem de
infra-estrutura, construção de
rodovias, portos, aeroportos, eletrificação,
creditização e financeirização
do território para a ação
das empresas, observa Márcio Cataia.
O que
se chama de guerra fiscal, na opinião
do professor, é apenas parte da guerra
dos lugares, em que os agentes hegemônicos
da economia exigem dos lugares sua adequação
à competitividade global, sua modernização.
Quando um município oferece isenções
fiscais e/ou territoriais (obras de engenharia)
para atrair uma empresa, esta lógica
acaba por ser impor a todos os outros lugares.
Não se mede, por exemplo, quantos empregos
a empresa criou aqui e quantos ficaram desempregados
na cidade que deixou. Essa discussão
dos lugares, vistos isoladamente, parece trazer
efeitos perversos para a produção
do território como um todo, opina.
A guerra
dos lugares gera ainda uma crise federativa,
com um embate entre os governos federal, estadual
e municipal. As grandes empresas, ao desembarcar
no Brasil, articulam-se junto às três
escalas de poder, pois devem cumprir normas
federais, estaduais e municipais. Mas não
se vê a mesma articulação
das escalas do poder público, entre si.
Um pequeno município, frente à
grande empresa, tem poder de barganha quase
nulo em comparação aos governos
estadual e federal. Muitas vezes, a consideração
de apenas uma escala pode esconder fenômenos
que se dão em outra escala, afirma.
Fenômenos Tais
fenômenos são vistos em Gavião
Peixoto, município desmembrado de Araraquara
(SP) e onde se instalou a Embraer, e em Jundiaí,
que acolheu a Pepsi-Cola. Pesquisando a ação
da Embraer no município de Gavião
Peixoto, Clayton Luiz da Silva lembra que a
empresa passou a ter grande poder de normatização
do território municipal. No entanto,
foi por força de lei federal que ali
se implantou uma Área de Segurança
Aérea, o que implicou também na
regulação do espaço terrestre.
A própria lei de zoneamento foi
feita levando-se em conta o pólo aeroespacial,
o que é óbvio, mas infelizmente
sem a participação da esfera municipal,
diz Márcio Cataia.
Em Jundiaí, Marianna
Lamas Ramalho foi informada pela prefeitura
que a Pepsi-Cola não recebeu incentivos
fiscais. Porém, como a Coca-Cola montou
sua fábrica na mesma área, o poder
público investiu R$ 150 milhões
na construção de uma nova represa,
dobrando a captação do rio Atibaia.
O volume passou de 500 milhões para 4
bilhões de litros de água, com
projeto para chegar a 8 bilhões de litros,
garantindo o abastecimento para as duas empresas
até 2020. A água de boa
qualidade, levada diretamente às fábricas
por meio de adutoras, foi um dos principais
fatores técnicos para a instalação
dessas multinacionais em Jundiaí. A proximidade
dos dois maiores mercados Grande São
Paulo e região de Campinas , com
moderno sistema viário, também
influiu na decisão, diz Marianna.
Ainda assim, o professor Márcio
Cataia insiste que o enfraquecimento do Estado
permanece no discurso. Sendo o município
uma escala do poder, esta ação
pontual de grandes empresas indicaria enfraquecimento
do Estado. Acontece que a Área de Segurança
Aérea em Gavião Peixoto só
pôde ser instituída por lei federal,
o que veio a reforçar a presença
do Estado, pondera. O pesquisador reitera
que o Estado vai perdendo a capacidade de organizar,
em quantidade e qualidade, os objetos e as grandes
obras de engenharia do território, mas
fica com o papel regulador das normas políticas
para que as coisas aconteçam.
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