Cooperunicamp
quer estimular a poupança
Um das metas da nova diretoria da
cooperativa, empossada recentemente,
é atrair um número maior de professores
MANUEL
ALVES FILHO
|
Luís Fernando Manarini (à esquerda)
e Andrei Vinícius Gomes Narcizo, respectivamente
secretário e presidente da Cooperunicamp
|
Criada em junho de 1997, a Cooperativa
de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores
da Unicamp (Cooperunicamp) experimentou um grande
avanço nos últimos seis anos. O número
de cooperados subiu de 22 para 1.982 no período,
enquanto o capital social saltou de R$ 1,2 mil para
R$ 1,7 milhão, conforme dados de outubro deste
ano. A expectativa é que a instituição
feche 2003 com recursos da ordem de R$ 2 milhões
e com a concessão de mais de 5,1 mil empréstimos,
que totalizarão cerca de R$ 8 milhões.
Apesar dos resultados altamente positivos alcançados
até aqui, a nova diretoria, que assumiu em
setembro último, tem planos para dar ainda
mais vigor à Cooperunicamp, visando à
oferta de novos e maiores benefícios aos cooperados.
Uma das idéias que já está sendo
trabalhada é atrair um número maior
de docentes para a cooperativa.
De acordo com Andrei Vinícius
Gomes Narcizo, presidente da Cooperunicamp, o princípio
que norteia as atividades da instituição
é o de estimular as pessoas a poupar. Podem
se associar à cooperativa servidores e docentes
da Unicamp e funcionários da Fundação
de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp). Eles podem
aplicar entre 1% e 10% de seus rendimentos brutos
mensalmente. Os valores, descontados diretamente na
folha de pagamento, obtêm rendimentos superiores
aos proporcionados pelo mercado. A cooperativa
garante um ganho mínimo de 1% ao mês,
além dos eventuais lucros obtidos, explica
Andrei.
Só para se ter idéia
do que isso significa, em 2002 os cooperados tiveram
um rendimento total de 17,5%, contra de menos de 12%
gerados pela caderneta de poupança. O
índice de 17,5% só é alcançado
no mercado financeiro por pessoas que fazem aplicações
de risco, a partir de quantias elevadas, compara
o secretário da Cooperunicamp, Luís
Fernando Manarini. De acordo com ele, a expectativa
é que o montante poupado seja resgatado por
ocasião da aposentadoria dos cooperados. Entretanto,
isso pode ser feito antes, desde que observadas algumas
normas. Nesse caso, a pessoa precisa pedir demissão
da cooperativa no final de um ano, para sacar o valor
em abril do ano seguinte, período em que o
balanço é fechado.
Para que este servidor volte a fazer
parte da Cooperunicamp, ele precisará cumprir
um prazo de carência de 12 meses. Essa
regra foi criada para evitar que haja especulação.
Nossa meta é estimular a poupança e
a ação solidária entre os cooperados,
afirma Andrei. Além de proporcionar ganhos
maiores que os do mercado, a cooperativa também
oferece empréstimos aos cooperados, cobrando
juros inferiores aos praticados pelos bancos ou financiadoras.
Os diretores destacam, porém, que o objetivo
da instituição não é concorrer
com os agentes financeiros. A preocupação
do cooperativismo, como o próprio nome sugere,
é promover o bem-estar do cooperado. Nós
oferecemos uma alternativa para que as pessoas, num
momento de emergência, não recorram a
empréstimos com juros altos, o que normalmente
compromete ainda mais a sua situação
financeira, esclarece o presidente da Cooperunicamp.
Atualmente, segundo Luís
Fernando, a cooperativa trabalha com uma taxa de juros
de 2,2% ao mês, enquanto os bancos que fazem
a consignação em folha de pagamento
cobram, em média, 2,5%. Quando o desconto não
é feito diretamente no contracheque, a taxa
do mercado sobe para 5% ou 7%, dependendo do agente
financeiro, em razão do risco de inadimplência.
Aspecto importante: aos índices praticados
pelos agentes financeiros ainda são acrescidos
o Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF) e um valor a título de seguro. O secretário
revela que o limite máximo de empréstimo
da Cooperunicamp é de R$ 7 mil. Conforme a
legislação, as prestações
não podem exceder 50% do salário bruto.
Aprovado o pedido de empréstimo, o valor é
creditado na folha.
O presidente da Cooperunicamp conta
que entre 10% e 15% do capital da instituição
é reservado para empréstimos de caráter
social. Esses recursos atendem, por exemplo, a pessoas
que enfrentam problemas de saúde ou até
mesmo de morte na família. Há, ainda,
uma modalidade de empréstimo chamada de rapidinho,
cujo teto é R$ 300,00. Esse dinheiro socorre
os servidores em situações de emergência
e normalmente é liberado de um dia para o outro.
A busca por novos cooperados, sobretudo os docentes,
almeja justamente a possibilidade de ampliar esses
benefícios, segundo Andrei.
Ele explica que, hoje, a Cooperunicamp
conta com apenas 22 professores em seus quadros. Como
esse segmento já tem uma cultura de poupança
e tem uma média salarial superior à
dos servidores técnicos e administrativos,
a sua entrada na instituição permitiria
maiores ganhos e a oferta de empréstimos mais
elevados para o conjunto dos cooperados. Andrei e
Luís Fernando dizem que é difícil
estabelecer uma meta precisa a ser atingida, mas consideram
que seja possível conseguir que 10% dos cooperados
sejam docentes. Para isso, eles pretendem distribuir
um documento entre a categoria, de modo a divulgar
as atividades da cooperativa. Posteriormente, querem
apresentar a instituição nas unidades
de ensino e pesquisa, durante as reuniões das
congregações. Queremos que todos
percebam que participar da cooperativa é um
grande negócio, destaca o presidente.
Os dirigentes da Cooperunicamp ressaltam
que as atividades da instituição são
normatizadas pelo Banco Central, que realiza auditorias
periódicas. A cooperativa também tem
as decisões e procedimentos acompanhados por
uma empresa de auditoria contratada e pelo Conselho
Fiscal. Além disso, os cooperados podem acompanhar
os resultados por meio do balanço anual, publicado
na imprensa. Andrei afirma que, apesar de funcionar
nas dependências da Unicamp, a cooperativa é
autônoma. A instituição conta
com um gerente e quatro funcionários e tem
um custo administrativo de R$ 10 mil ao mês.
Nós temos que destacar
que a Cooperunicamp só atingiu o atual estágio,
em termos de envergadura e credibilidade, graças
a seus dois primeiros presidentes, Jurivaldo Folegatti
e Eduardo Spinelli. Eles fizeram um trabalho excelente,
criando as bases para que a instituição
crescesse e ajudasse um contingente enorme de pessoas.
A atual diretoria, que ficará à frente
da cooperativa pelos próximos três anos,
fará de tudo não apenas para dar continuidade
a esse trabalho, mas também para aprimorá-lo,
promete Andrei, destacando ainda a participação
do professor Devani Ferreira de Moraes como tesoureiro
da instituição. Quem quiser obter mais
informações sobre a Cooperunicamp pode
acessar a home page da cooperativa (www.unicamp.br/cooperunicamp)
ou telefonar para 3778-4479.
----------------------------------------------
Serviço
A Cooperunicamp
Cooperados: 1.982
Servidores da Unicamp: 1.547
Funcionários da Funcamp: 410
Funcionários da cooperativa: 04
Professores: 22
Capital social (até outubro de
2003):
R$ 1.734.677,72
Empréstimos concedidos
(até outubro de 20023): 5.123
Montante dos empréstimos concedidos
(até outubro de 2003): R$ 7.981.794,00
|