O Fórum realizado em Campinas é o sexto de uma série iniciada em junho desse ano em importantes regiões do interior de São Paulo. Para Callegari, os resultados preliminares foram “extremamente positivos” pela capacidade de ampliar a rede de comunicação e de cooperação. Segundo ele, essa é a maneira mais democrática de incentivar contatos entre o MCT e a base, seja ela social, científica, tecnológica, empresarial ou institucional. “É uma das primeiras oportunidades na qual se percebe uma participação efetiva de prefeituras e agências de desenvolvimento local e regional. O Fórum tem sido um êxito”, assegurou o coordenador.
Sede Campinas foi escolhida por ser sede e pólo de uma região metropolitana formada por 19 cidades que, juntas, contam com 2,3 milhões de habitantes. A existência de instituições de ensino e pesquisa de excelência na região foi fator atrativo para empresas de alta tecnologia, que atuam nos segmentos de informática, eletrônica, microeletrônica, telecomunicações, química fina e metal-mecânica. Na esteira do pólo de alta tecnologia, surgiu uma complexa rede de comércio e serviços. A região é considerada a terceira maior concentração industrial do Brasil.
Segundo o MCT, a região é abundante em associações e arranjos produtivos entre empresas. Como exemplos, o setor de móveis em Itatiba, o setor têxtil em Americana, setor de floricultura em Holambra e o setor de tecnologia da informação em Campinas. Porém, durante o processo de identificação e formação dos arranjos produtivos é fundamental localizar os gargalos tecnológicos. Para o coordenador executivo do Fórum, Sinoel Batista, as reuniões realizadas em São Paulo em 2005 já apontam para uma indicação especial de dificuldades e limites de financiamento para inovação tecnológica. Dessa maneira, segundo Sinoel, é possível adotar estratégias de encaminhamento dessas questões junto ao MCT, visando um aumento na porcentagem de investimento em inovações tecnológicas do Produto Interno Brasileiro (PIB). Atualmente, o Brasil investe aproximadamente 1% do PIB.
Sinoel adianta que, em 2006, além de prosseguir com os trabalhos junto ao Arranjos Produtivos Locais (APL), o MCT adotará estratégias voltadas principalmente para a questão da inclusão social. “Atuaremos nas políticas públicas, especificamente nas áreas de educação, saúde e promoção e assistência social”, assegurou o coordenador executivo.
Parceria Principal parceiro do MCT nesse trabalho, o Instituto Uniemp Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa estava presente no evento representado por seu diretor-executivo, Maurício Prates de Campos Filho. Prates fez questão de registrar que, desde a sua fundação, em 1992, o Instituto Uniemp tem como missão fundamental promover a inovação através da aproximação de setores estratégicos da sociedade. Portanto, como conseqüência direta de sua missão básica, não poderia deixar de oferecer sua melhor cooperação ao MCT, através de uma forte parceria visando à realização dos fóruns.
Segundo ele, esta parceria contempla um aspecto pouco explorado no quesito inovação, revelando a amplitude com que o Uniemp executa seu papel na sociedade. Os números apresentados pelo diretor-executivo do Uniemp são muito significativos. Em 2005 foram realizados seis fóruns em regiões estrategicamente localizadas como Taboão da Serra, Araraquara, Ferraz de Vasconcelos, Porto Ferreira, Ribeirão Preto e Campinas. Foram 2.500 participantes multiplicadores de opinião, envolvendo cerca de 20% dos municípios paulistas, ou seja, quase 30% da população do estado de São Paulo. “É certamente uma iniciativa bem-sucedida”, comemorou.
Prates elogiou a iniciativa do MCT e garantiu que tem tudo para dar certo. De acordo com ele, é preciso atuar em setores descentralizados para promover a inclusão social e diminuir a desigualdade existente no país. “É preciso levar o financiamento para setores que não têm acesso às agências de fomento”, ressaltou.
CNPq Para o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Erney Plessman de Camargo, uma das preocupações centrais do MCT é exatamente o fortalecimento da interface entre universidades, institutos de pesquisa e o setor produtivo. Representando na oportunidade o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, Erney ressaltou que o ministro tem grande preocupação com a transformação do conhecimento acadêmico em conhecimento prático e tecnológico. Portanto, segundo o presidente do CNPq, o ministro e seu ministério reiteram o comprometimento com esse tipo de atividade.